Quitridiomicose

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Um sapo infectado.

A quitridiomicose é uma doença infecciosa fatal que afecta os anfíbios; esta é causada por um fungo da divisão Chytridiomycota, Batrachochytrium dendrobatidis, especificamente. A quitridiomicose tem causado um declínio dramático e até mesmo extinções no oeste da América do Norte, América Central, América do Sul e leste da Austrália. Não existe uma medida efectiva para o controlo desta doença nas populações selvagens. Esta doença está a contribuir para um declínio mundial das populações de rãs e crê-se que é parcialmente responsável pelos declínios do 30% das espécies de rãs em todo o mundo nos últimos 15 anos.

Em 2007 uma equipa de investigadores da Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia, anunciou que rãs banhadas com cloranfenicol tornam-se resistentes à quitridiomicose.[1] Também sabe-se que há uma espécie de salamandra que contem bactérias em sua pele que combatem o fungo. Então, prolifera-se essas bactérias e as coloca numa solução, que ao banhar as rãs, as livra da quitridiomicose. Ambos métodos são meramente medidas provisórias, pois uma vez que os espécimes são reintroduzidos no ambiente, voltam a contrair a doença.

História[editar | editar código-fonte]

A Doença em sua forma de Epizootia foi descoberta em 1993 em sapos mortos e doentes em Queensland, Australia. Desde então pesquisas tem mostrado que a doença esteve presente no país desde 1978 e que é amplamente distribuída em todo o país. Também foi encontrada na África,América, Europa, Nova Zelândia e Oceania. Na Austrália, Panamá e Nova Zelândia o fungo aparentemente "surgiu e exapandiou sua distribuição ao mesmo tempo em que o número de sapos declinou. Apesar disso, pode ser que o fungo ocorra naturalmente e que só tenha sido recentemente descrito por ter se tornado mais virulento ou mais presente no ambiente ou ainda devido a uma queda na resitência das populações.[2]

A mais antiga ocorrência documentada do Batrachochytrium é de um Espécime de Xenopus laevis, coletado em 1938. Essa espécie também aparenta não ser afetada pelo fungo, tornando-a um bom vetor.[3] O caso mais antigo documentado de quitridiomicose foi uma Rã-touro-americana coletada em 1978.[3]

Distribuição Geográfica[editar | editar código-fonte]

A distribuição da quitridiomicose é dificil de se derterminar. Quando ocorre apenas é presente nas áreas onde o fungo B. dendrobatidisocorre, porém a doença não é sempre presente onde o fungo ocorre. AInda não é completamente entendido por que certas áreas são afetadas pelo fungo enquanto outras não. Fatores como clima, habitat e densidade da população podem ser as causas do fungo causar quitridiomicose em certa área.[4]

A distribuição geográfica do fungo foi recentemente mapeada, e espalha-se por todo o globo. É importante lembrar, contudo, que a doença nem sempre ocorre onde o fungo foi detectado. B. dendrobatidisfoi encontrado em 56 de 82 países e em 516 de 1240 espécies(42%) usando dados de mais de 36,000 indivíduos.[5] Asia, for example, has only 2.35% B. dendrobatidis prevalence.[6]

A área de possível distribuição do B. dendrobatisno Novo Mundo é ampla, incluindo áreas com maior diversidade de anfíbios no mundo. Entre as áreas de risco então as floretas de Sierra Madre, as floretas de Sonoran-Sinaloan, a Mata Atlântica, os Andes acima dos 1,000 metros, a floresta de Veracruz, América Central, e parte da Amazônia.[7]

Transmissão[editar | editar código-fonte]

B. dendrobatis é um agente que dispersa zoósporos através da água.[8] Esse zoósporos usam flagelo para locomoção até encontrar um novo hospedeiro, penetrando através da pele.[9] Uma vez infectado com o fungo o hospedeiro pode desenvolver quitridiomicose, embora isso não ocorra em todos os casos.[9]

Progressão[editar | editar código-fonte]

A doença progide no seguinte curso: Zoósporos encontram um novo hospedeiro e rapidamente dão origem a um novo esporângio, que produz mais zoósporos.[10] Esse novos zoósporos podem então infectar outros animais ou re-infectar o hospedeiro. Mudanças morfológicas nos anfíbios infectados incluem vermelhidão do ventre, convulsões, acumulação de pele morta sobre o corpo e ocasionalmente pequenas úlceras ou hemorragia. Mudanças comportamentais incluem letargia, falha em procurar abrigo, perda de reflexo e postura anormal.[11]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Devido ao impacto do fungo nas populações de anfíbios existe um grande investimento em pesquisa em busca de tratamento da doença. Entre os tratamentos mais promissores foi descoberto que populações que sobrevivem a passagem do fundo carregam uma maior carga da bactéria Janthinobacterium lividum, que produz compostos fungicidas.[12][13]


Referências

  1. Frog killer fungus 'breakthrough'(em inglês)
  2. «Chytridiomycosis (Amphibian Chytrid Fungus Disease)» (PDF). Australian Government Department of Sustainability, Environment, Water, Population and Communities. Consultado em 5 de outubro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 11 de setembro de 2007 
  3. a b Weldon; du Preez; Hyatt; Muller; and Speare (2004). Origin of the Amphibian Chytrid Fungus. Emerging Infectious Disease 10(12).
  4. Whittaker, Kellie, and Vance Vredenburg. "An Overview of Chytridiomycosis." AMPHIBIAWEB. University of California, 17 May 2011. Web. 23 Oct 2013. <http://www.amphibiaweb.org/chytrid/chytridiomycosis.html.
  5. Olson, Deanna H.; Aanensen, David M.; Ronnenberg, Kathryn L.; Powell, Christopher I.; Walker, Susan F.; Bielby, Jon; Garner, Trenton W. J.; Weaver, George; Fisher, Matthew C.; Stajich, Jason E. (2013). Stajich, Jason E, ed. «Mapping the Global Emergence of Batrachochytrium dendrobatidis, the Amphibian Chytrid Fungus». PLoS ONE. 8 (2): e56802. PMC 3584086Acessível livremente. PMID 23463502. doi:10.1371/journal.pone.0056802 
  6. Swei, A.; Rowley, J.J. L.; Rödder, D.; Diesmos, M. L. L.; Diesmos, A. C.; Briggs, C. J.; Brown, R.; et al. (2011). Arlettaz, Raphaël, ed. «Is Chytridiomycosis an Emerging Infectious Disease in Asia?». PLoS ONE. 6 (8): e23179. PMC 3156717Acessível livremente. PMID 21887238. doi:10.1371/journal.pone.0023179 
  7. Ron, Santiago R. (junho de 2005). «Predicting the Distribution of the Amphibian Pathogen Batrachochytrium dendrobatidis in the New World». Biotropica. 37 (2): 209–221. doi:10.1111/j.1744-7429.2005.00028.x 
  8. Morgan, J. A. T., V. T. Vredenburg, L. J. Rachowicz, R. A. Knapp, M. J. Stice, T. Tunstall, R. E. Bingham, J. M. Parker, J. E. Longcore, C. Moritz, C. J. Briggs, and J. W. Taylor. 2007. Population genetics of the frog-killing fungus Batrachochytrium dendrobatidis. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America 104:13845-13850.
  9. a b Longcore, J. E., A. P. Pessier, and D. K. Nichols. 1999. Batrachochytrium dendrobatidis gen. et sp. nov., a chytrid pathogenic to amphibians. Mycologia 91:219-227.
  10. Berger, L., Hyatt, A.D., Speare, R. & Longcore, J.E. Dis. Aquat. Org. 68, 51-63 (2005).
  11. Padgett-Flohr, G.E. (2007). «Amphibian Chytridiomycosis: An Informational Brochure» (PDF). California Center for Amphibian Disease Control. Consultado em 14 de outubro de 2013 
  12. (BBC News) Richard Black, " Bacteria could stop frog killer" Accessed 7 June 2008.
  13. Brucker RM, Harris RN, Schwantes CR, Gallaher TN, Flaherty DC, Lam BA, Minbiole KP (novembro de 2008). «Amphibian chemical defense: antifungal metabolites of the microsymbiont Janthinobacterium lividum on the salamander Plethodon cinereus». J. Chem. Ecol. 34 (11): 1422–9. PMID 18949519. doi:10.1007/s10886-008-9555-7 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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