Resiliência (ecologia): diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Resilience1.jpg|miniaturadaimagem|307x307px|Ecossistemas com Perturbações]]
Em [[Ecologia]], resiliência (ou estabilidade de resiliência) é a capacidade de um sistema restabelecer seu equilíbrio após este ter sido rompido por um distúrbio, ou seja, sua capacidade de recuperação. Difere de [[Resistência (ecologia)|resistência]], que é a capacidade de um sistema de manter sua estrutura e funcionamento após um distúrbio<ref>GUNDERSON, L.H., 2000. Ecological resilience - in theory and application. Annual Review of Ecology and Systematics, 31: 425-439.</ref>.
Na ecologia, a '''resiliência''' é a capacidade de um [[ecossistema]] de responder a uma perturbação ou distúrbios, resistindo a danos e recuperando-se rapidamente. Tais distúrbios e perturbações podem incluir [[Estocástico|eventos estocásticos]], como incêndios, inundações, tempestades de vento, explosões populacionais de insetos e atividades humanas, como desmatamento, fracionamento do solo para extração de petróleo, [[Pesticida|pesticidas]] pulverizados no solo e a introdução de [[Espécie invasora|espécies exóticas]] de plantas ou animais. Distúrbios de magnitude ou duração suficientes podem afetar profundamente um ecossistema e podem forçar um ecossistema a alcançar um limiar além do qual predomina um regime diferente de processos e estruturas.

As atividades humanas que afetam adversamente a resiliência dos ecossistemas, como a redução da [[biodiversidade]], a exploração dos recursos naturais, a [[poluição]], o uso da terra e as mudanças climáticas [[Antropogénico|antropogênicas]] estão causando cada vez mais mudanças de regime nos ecossistemas, frequentemente em condições menos desejáveis ​​e degradadas.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Folke|primeiro=Carl|ultimo2=Carpenter|primeiro2=Steve|ultimo3=Walker|primeiro3=Brian|ultimo4=Scheffer|primeiro4=Marten|ultimo5=Elmqvist|primeiro5=Thomas|ultimo6=Gunderson|primeiro6=Lance|ultimo7=Holling|primeiro7=C.S.|data=2004-12-15|titulo=Regime Shifts, Resilience, and Biodiversity in Ecosystem Management|url=http://www.annualreviews.org/doi/10.1146/annurev.ecolsys.35.021103.105711|jornal=Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics|lingua=en|volume=35|numero=1|paginas=557–581|doi=10.1146/annurev.ecolsys.35.021103.105711|issn=1543-592X}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Peterson|primeiro=Garry|ultimo2=Allen|primeiro2=Craig R.|ultimo3=Holling|primeiro3=C. S.|data=1998-01-01|titulo=Ecological Resilience, Biodiversity, and Scale|url=https://link.springer.com/article/10.1007/s100219900002|jornal=Ecosystems|lingua=en|volume=1|numero=1|paginas=6–18|doi=10.1007/s100219900002|issn=1432-9840}}</ref> O discurso [[Interdisciplinaridade|interdisciplinar]] sobre resiliência inclui agora a consideração das interações de seres humanos e ecossistemas através de sistemas sócio-ecológicos, e a necessidade de mudança do paradigma de rendimento máximo sustentável para a gestão de recursos ambientais que visa construir resiliência ecológica através de análise de resiliência. , gestão de recursos adaptáveis ​​e governança adaptativa.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Walker|primeiro=Brian|ultimo2=Holling|primeiro2=C. S.|ultimo3=Carpenter|primeiro3=Stephen R.|ultimo4=Kinzig|primeiro4=Ann P.|data=2004|titulo=Resilience, Adaptability and Transformability in Social-ecological Systems|url=https://www.ecologyandsociety.org/vol9/iss2/art5/|jornal=Ecology and Society|lingua=en|volume=9|numero=2|doi=10.5751/ES-00650-090205|issn=1708-3087}}</ref> "

Difere de [[Resistência (ecologia)|resistência]], que é a capacidade de um sistema de manter sua estrutura e funcionamento após um distúrbio<ref>GUNDERSON, L.H., 2000. Ecological resilience - in theory and application. Annual Review of Ecology and Systematics, 31: 425-439.</ref>.


O conceito de resiliência na ecologia ganhou foco nos trabalhos do renomado pesquisador canadense C. S. Holling a partir de 1970<ref>HOLLING, C. S., 1973. Resilience and Stability of Ecological Systems. Annual Review of Ecology and Systematics, Vol. 4, 1-23.</ref>.
O conceito de resiliência na ecologia ganhou foco nos trabalhos do renomado pesquisador canadense C. S. Holling a partir de 1970<ref>HOLLING, C. S., 1973. Resilience and Stability of Ecological Systems. Annual Review of Ecology and Systematics, Vol. 4, 1-23.</ref>.

Revisão das 01h25min de 24 de maio de 2018

Ecossistemas com Perturbações

Na ecologia, a resiliência é a capacidade de um ecossistema de responder a uma perturbação ou distúrbios, resistindo a danos e recuperando-se rapidamente. Tais distúrbios e perturbações podem incluir eventos estocásticos, como incêndios, inundações, tempestades de vento, explosões populacionais de insetos e atividades humanas, como desmatamento, fracionamento do solo para extração de petróleo, pesticidas pulverizados no solo e a introdução de espécies exóticas de plantas ou animais. Distúrbios de magnitude ou duração suficientes podem afetar profundamente um ecossistema e podem forçar um ecossistema a alcançar um limiar além do qual predomina um regime diferente de processos e estruturas.

As atividades humanas que afetam adversamente a resiliência dos ecossistemas, como a redução da biodiversidade, a exploração dos recursos naturais, a poluição, o uso da terra e as mudanças climáticas antropogênicas estão causando cada vez mais mudanças de regime nos ecossistemas, frequentemente em condições menos desejáveis ​​e degradadas.[1][2] O discurso interdisciplinar sobre resiliência inclui agora a consideração das interações de seres humanos e ecossistemas através de sistemas sócio-ecológicos, e a necessidade de mudança do paradigma de rendimento máximo sustentável para a gestão de recursos ambientais que visa construir resiliência ecológica através de análise de resiliência. , gestão de recursos adaptáveis ​​e governança adaptativa.[3] "

Difere de resistência, que é a capacidade de um sistema de manter sua estrutura e funcionamento após um distúrbio[4].

O conceito de resiliência na ecologia ganhou foco nos trabalhos do renomado pesquisador canadense C. S. Holling a partir de 1970[5]. Pode-se dizer que a resiliência possui as seguintes propriedades básicas:

  • A quantidade de troca que o sistema pode suportar, ou seja, a quantidade de força extrínseca que o sistema pode aguentar de modo a permanecer, através do tempo, com a mesma estrutura e funções;
  • O grau de auto-organização do sistema;
  • O grau de aprendizado e adaptação do sistema em resposta ao distúrbio.[6]

Biomas savânicos do cerrado X Fogo

Os biomas savânicos do cerrado apresentam uma predominância de gramíneas, espécies muito inflamáveis[7]. Estas praticamente não apresentam resistência ao fogo, queimando-se prontamente quando expostas a este tipo de distúrbio. Por outro lado, apresentam alta resiliência, sendo capazes de se restabelecerem com rapidez no ambiente após a queimada.

Resistência x Resiliência

Alguns autores acreditam que estabilidade de resistência e estabilidade de resiliência em um ecossistema são características mutuamente excludentes, assim, ou um sistema apresenta alta resistência e baixa resiliência, ou o contrário. Dessa forma, um sistema não poderia possuir altos índices de ambas as características. Isso pode ser observado, por exemplo, em uma floresta de sequóia sempre-verde da Califórnia, muito resistente ao fogo (epiderme espessa e outras adaptações), quando queima, talvez nunca seja capaz de se recuperar ou o faça muito lentamente. Já uma vegetação de chaparral da mesma região, queima-se facilmente (baixa resistência) mas se recupera de maneira rápida em alguns anos (alta resiliência)[8].

Ver também

Referências

  1. Folke, Carl; Carpenter, Steve; Walker, Brian; Scheffer, Marten; Elmqvist, Thomas; Gunderson, Lance; Holling, C.S. (15 de dezembro de 2004). «Regime Shifts, Resilience, and Biodiversity in Ecosystem Management». Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics (em inglês). 35 (1): 557–581. ISSN 1543-592X. doi:10.1146/annurev.ecolsys.35.021103.105711 
  2. Peterson, Garry; Allen, Craig R.; Holling, C. S. (1 de janeiro de 1998). «Ecological Resilience, Biodiversity, and Scale». Ecosystems (em inglês). 1 (1): 6–18. ISSN 1432-9840. doi:10.1007/s100219900002 
  3. Walker, Brian; Holling, C. S.; Carpenter, Stephen R.; Kinzig, Ann P. (2004). «Resilience, Adaptability and Transformability in Social-ecological Systems». Ecology and Society (em inglês). 9 (2). ISSN 1708-3087. doi:10.5751/ES-00650-090205 
  4. GUNDERSON, L.H., 2000. Ecological resilience - in theory and application. Annual Review of Ecology and Systematics, 31: 425-439.
  5. HOLLING, C. S., 1973. Resilience and Stability of Ecological Systems. Annual Review of Ecology and Systematics, Vol. 4, 1-23.
  6. VINCENTI, Rita D.. Conceptos y relaciones entre naturaleza, ambiente, desarrollo sostenido y resiliencia. XII Encuentro de Geógrafos de América Latina, 2009.
  7. PARCA, M.L.S., 2007. Fitossociologia e sobrevivência de árvores na mata de galeria do córrego Pitoco, Reserva Ecológica do IBGE, DF, em 2006, após dois incêndios, 1994 e 2005. Dissertação de Mestrado, publicação EFLM - 081/2007, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 85p.
  8. ODUM, E. P., 2007. Fundamentos de ecologia. Thomson Learning.