Protetor auricular: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Página adicionada à categoria audiologia.
Contribuição ao conteúdo da página
Linha 6: Linha 6:
| image2 = Elacin (R) ER-25 - musician Earplug worn.JPG
| image2 = Elacin (R) ER-25 - musician Earplug worn.JPG
| width2 = 250
| width2 = 250
}}'''Protetor auricular''' é um dispositivo de Equipamento de Proteção Individual (EPI), de uso pessoal, conhecido também por '''dispositivo de proteção auditiva''', que tem por finalidade diminuir os riscos existentes no ambiente, e proteger contra o surgimento de possíveis doenças ocupacionais, como é utilizado na prevenção da [[Perda auditiva induzida por ruído|perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR)]] que ocorre devido aos altos níveis de exposição ao ruído, onde uma fonte sonora não pode ser controlada, diminuída ou eliminada, como é o caso da exposição ao ruído ocupacional.<ref>{{Citar web|titulo=Publishers Panel|url=https://otolaryngologypl.com/resources/html/article/details?id=150293&language=en|obra=otolaryngologypl.com|acessodata=2019-11-26|doi=10.5604/01.3001.0010.2241}}</ref> <ref>{{Citar periódico|ultimo=Sonego|primeiro=Marília Trevisan|ultimo2=Santos Filha|primeiro2=Valdete Alves Valentins dos|ultimo3=Moraes|primeiro3=Anaelena Bragança de|ultimo4=Sonego|primeiro4=Marília Trevisan|ultimo5=Santos Filha|primeiro5=Valdete Alves Valentins dos|ultimo6=Moraes|primeiro6=Anaelena Bragança de|data=2016|titulo=Equipamento de proteção individual auricular: avaliação da efetividade em trabalhadores expostos a ruído|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462016000300667&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Revista CEFAC|volume=18|numero=3|paginas=667–676|doi=10.1590/1982-0216201618317115|issn=1516-1846|acessodata=}}</ref>
}}'''Protetor auricular''' é um dispositivo de Equipamento de Proteção Individual (EPI), de uso pessoal, conhecido também por '''dispositivo de proteção auditiva''', que tem por finalidade diminuir os riscos existentes no ambiente e prevenir possíveis doenças ocupacionais, protegendo externamente de elementos como [[frio]], intrusão por [[água]] e outras condições ambientais, detritos ou especificamente contra [[Ruído|ruídos]],<ref>[https://www.cdc.gov/niosh/topics/noise/reducenoiseexposure/adminppe.html Noise And Hearing Loss Prevention: Personal Protective Equipment (PPE)]. ''NIOSH Workplace Safety and Health Topic''. Centers for Disease Control and Prevention, United States Department of Health and Human Services</ref> como é utilizado na prevenção da [[Perda auditiva induzida por ruído|perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR)]] que ocorre devido aos altos níveis de exposição ao ruído, onde uma fonte sonora não pode ser controlada, diminuída ou eliminada, como é o caso da exposição ao ruído ocupacional.<ref>{{Citar web|titulo=Publishers Panel|url=https://otolaryngologypl.com/resources/html/article/details?id=150293&language=en|obra=otolaryngologypl.com|acessodata=2019-11-26|doi=10.5604/01.3001.0010.2241}}</ref> <ref>{{Citar periódico|ultimo=Sonego|primeiro=Marília Trevisan|ultimo2=Santos Filha|primeiro2=Valdete Alves Valentins dos|ultimo3=Moraes|primeiro3=Anaelena Bragança de|ultimo4=Sonego|primeiro4=Marília Trevisan|ultimo5=Santos Filha|primeiro5=Valdete Alves Valentins dos|ultimo6=Moraes|primeiro6=Anaelena Bragança de|data=2016|titulo=Equipamento de proteção individual auricular: avaliação da efetividade em trabalhadores expostos a ruído|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462016000300667&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Revista CEFAC|volume=18|numero=3|paginas=667–676|doi=10.1590/1982-0216201618317115|issn=1516-1846|acessodata=}}</ref>


A [[Organização Mundial da Saúde]] reconhece que os efeitos do ruído na saúde envolvem acometimentos '''físicos (patológicos)''', como a PAIR, mudanças temporárias no limiar auditivo e trauma acústico. Também podem ser responsáveis por prejuízos '''fisiológicos''', como o aumento da pressão sanguínea; '''sensoriais''' como a otalgia, desconforto e o zumbido. Além disso outros agravos relacionados ao ruído incluem a interferência na comunicação oral, alterações do sono, incômodo, fadiga, dores de cabeça, mudanças comportamentais e irritabilidade.<ref>FIORINI, Ana Claudia. Efeitos Não Auditivos do Ruído. In: BOÉCHAT, Edilene Marchini (org.). '''Tratado de Audiologia'''. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 328- 333.</ref>
A [[Organização Mundial da Saúde]] reconhece que os efeitos do ruído na saúde envolvem acometimentos '''físicos (patológicos)''', como a PAIR, mudanças temporárias no limiar auditivo e trauma acústico. Também podem ser responsáveis por prejuízos '''fisiológicos''', como o aumento da pressão sanguínea; '''sensoriais''' como a otalgia, desconforto e o zumbido. Além disso outros agravos relacionados ao ruído incluem a interferência na comunicação oral, alterações do sono, incômodo, fadiga, dores de cabeça, mudanças comportamentais e irritabilidade.<ref>FIORINI, Ana Claudia. Efeitos Não Auditivos do Ruído. In: BOÉCHAT, Edilene Marchini (org.). '''Tratado de Audiologia'''. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 328- 333.</ref>

O Ministério do Trabalho do Brasil, através da Norma Reguladora (RN 15) de 1978 estabelece os valores correspondentes ao [[Limite de exposição ocupacional|limite de exposição ocupacional.]] A Portaria nº 3.214/1978 da NR-15, caracteriza as atividades, procedimentos e agentes que são considerados insalubres conforme seus limites de tolerância (entende-se pela concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente), que não causará malefício à saúde do trabalhador.<ref name=":0">BRASIL. Ministério do Trabalho. '''Portaria n.3.214 de 08 de Junho de 1978'''. Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da República Federativa do Brasil: Brasília, 1978. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/participacao-social-mtps/participacao-social-do-trabalho/legislacao-seguranca-e-saude-no-trabalho/item/3679-portaria-3-214-1978>. Acesso em: 18 mai. 2020.</ref>


== Limites de tolerância para o ruído contínuo ou intermitente ==
== Limites de tolerância para o ruído contínuo ou intermitente ==
O Ministério do Trabalho do Brasil, através da Norma Reguladora (RN 15) de 1978 estabelece os valores correspondentes ao [[Limite de exposição ocupacional|limite de exposição ocupacional.]] A Portaria nº 3.214/1978 da NR-15, caracteriza as atividades, procedimentos e agentes que são considerados insalubres conforme seus limites de tolerância (entende-se pela concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente), que não causará malefício à saúde do trabalhador.<ref name=":02">BRASIL. Ministério do Trabalho. '''Portaria n.3.214 de 08 de Junho de 1978'''. Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da República Federativa do Brasil: Brasília, 1978. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/participacao-social-mtps/participacao-social-do-trabalho/legislacao-seguranca-e-saude-no-trabalho/item/3679-portaria-3-214-1978>. Acesso em: 18 mai. 2020.</ref>
 O nível de ruído deve ser medido em decibéis (dB) e possui os seguintes valores indicados abaixo com a máxima exposição diária permitida: <ref name=":0" />

 O nível de ruído deve ser medido em [[Decibel|decibéis]] (dB) e possui os seguintes valores indicados abaixo com a máxima exposição diária permitida:<ref name=":02" />


* 85 dB - 8 horas;
*85 dB - 8 horas;
* 86 dB - 7 horas;
* 86 dB - 7 horas;
* 87 dB - 6 horas;
* 87 dB - 6 horas;
Linha 28: Linha 28:
* 96 dB - 1 hora e 45 minutos;
* 96 dB - 1 hora e 45 minutos;
* 98 dB - 1 hora e 15 minutos;
* 98 dB - 1 hora e 15 minutos;
* 100 dB - 1 hora.
*100 dB - 1 hora;
*102 dB - 45 minutos;
*104 dB - 35 minutos;
*105 dB - 30 minutos;
*106 dB - 25 minutos;
*108 dB - 20 minutos;
*110 dB - 15 minutos;
*112 dB - 10 minutos;
*114 dB - 8 minutos;
*115 dB - 7 minutos.


No caso da exposição ao ruído no ambiente de trabalho, a legislação trabalhista brasileira, por meio da Norma Regulamentadora n.6, determina a utilização de protetores auriculares quando os trabalhadores são expostos a níveis de pressão sonora iguais, ou superiores a 85 dB(A), durante 8 horas de exposição.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Gonçalves|primeiro=Cláudia Giglio de Oliveira|ultimo2=Lüders|primeiro2=Débora|ultimo3=Guirado|primeiro3=Débora Simões|ultimo4=Albizu|primeiro4=Evelyn Joice|ultimo5=Marques|primeiro5=Jair Mendes|data=2015|titulo=Perception of hearing protectors by workers that participate in hearing preservation programs: a preliminary study|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822015000400309&lng=en&tlng=en|jornal=CoDAS|volume=27|numero=4|paginas=309–318|doi=10.1590/2317-1782/20152014139|issn=2317-1782|acessodata=}}</ref>
No contexto do trabalho, a legislação trabalhista brasileira determina que a proteção auditiva adequada é aquela que reduz a exposição ao ruído quando os trabalhadores são expostos a níveis de pressão sonora iguais, ou superiores a 85 dB(A), ao longo de um turno de trabalho médio de oito horas. Quando os sons excedem esse valor, torna-se um fator de risco para a audição.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Gonçalves|primeiro=Cláudia Giglio de Oliveira|ultimo2=Lüders|primeiro2=Débora|ultimo3=Guirado|primeiro3=Débora Simões|ultimo4=Albizu|primeiro4=Evelyn Joice|ultimo5=Marques|primeiro5=Jair Mendes|data=2015|titulo=Perception of hearing protectors by workers that participate in hearing preservation programs: a preliminary study|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822015000400309&lng=en&tlng=en|jornal=CoDAS|volume=27|numero=4|paginas=309–318|doi=10.1590/2317-1782/20152014139|issn=2317-1782|acessodata=}}</ref>

Com o aumento da poluição sonora nas últimas décadas, a prevenção da perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), temporária ou permanente, deve ser uma preocupação de todos, com destaque para a necessidade de minimizar os efeitos da música alta, presente nos mais diversos ambientes, que compromete a saúde auditiva de uma população vulnerável de crianças e adolescentes expostos ao ruído não ocupacional.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Royster|primeiro=Julia Doswell|data=2017|titulo=Preventing Noise-Induced Hearing Loss|url=http://www.ncmedicaljournal.com/lookup/doi/10.18043/ncm.78.2.113|jornal=North Carolina Medical Journal|lingua=en|volume=78|numero=2|paginas=113–117|doi=10.18043/ncm.78.2.113|issn=0029-2559|acessodata=}}</ref>

Militares, policiais e músicos são categorias que também podem prejudicar sua saúde auditiva devido à presença de sons intensos em suas atividades laborais.


Quando não é possível reduzir os níveis de ruído com métodos técnicos e organizacionais, o uso de protetores auriculares individuais é a melhor alternativa de proteção auditiva. Há uma variedade de protetores auriculares disponíveis no mercado e a escolha do tipo e do modelo que atende cada caso deve ser acompanhada pelo audiologista, que também fará orientações a respeito da correta utilização e da higienização desta ferramenta.
Quando não é possível reduzir os níveis de ruído com métodos técnicos e organizacionais, o uso de protetores auriculares individuais é a melhor alternativa de proteção auditiva. Há uma variedade de protetores auriculares disponíveis no mercado e a escolha do tipo e do modelo que atende cada caso deve ser acompanhada pelo audiologista, que também fará orientações a respeito da correta utilização e da higienização desta ferramenta.


==Classificação==
==Classificação==
[[Ficheiro:Earplugs.jpg|miniaturadaimagem|Protetores auriculares ]]
Os protetores auriculares com finalidade de preservação da saúde auditiva são classificados segundo índices de redução de ruído (''NRRs'', de ''Noise Reduction Rates'', ou ''SNR'' na [[União Europeia]]) que possibilitam a escolha do tipo de proteção de acordo com não apenas baseada no nível de [[Intensidade sonora|decibeis]] a que o indivíduo está exposto, mas também na atividade laboral ou de lazer que demanda a proteção auditiva
[[Ficheiro:Ear Plugs IMG 1029.JPG|miniaturadaimagem|Protetores auriculares]]
Os protetores auriculares com finalidade de preservação da saúde auditiva são classificados segundo índices de redução de ruído (''NRRs'', de ''Noise Reduction Rates'', ou ''SNR'' na [[União Europeia]]) que possibilitam a escolha do tipo de proteção de acordo com não apenas baseada no nível de decibéis a que o indivíduo está exposto, mas também na atividade laboral ou de lazer que demanda a proteção auditiva.


Os protetores auriculares podem do tipo:
Os protetores auditivos são divididos em duas categorias:

# Protetores em que a atenuação é constante, e que não dependem do nível de pressão sonora. É considerada a mais comum e mais utilizada, sendo dividida em dois tipos: '''circum-auricular (concha)''': essa proteção auditiva se ajusta ao redor da orelha externa da pessoa; '''inserção (pré-moldado e moldável)''': se encaixam no interior do canal auditivo da pessoa ;
# Protetores em que a atenuação depende do nível de pressão sonora, é dividida em sistemas passivos (como os plugues de atenuação não linear, possuem filtros) e sistemas ativos (como os sistemas de comunicadores eletrônicos).<ref name=":0">SAMELLI, Alessandra Giannella; FIORINI, Ana Claudia. Ações de Proteção para Prevenção de Perdas Auditivas Relacionadas ao Trabalho. In: BOÉCHAT, Edilene Marchini (org.). '''Tratado de Audiologia'''. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 333-340.</ref>

Os protetores auriculares possuem diferentes matérias de fabricação, podendo ser do tipo:


* '''[[Silicone]] ou plug''': produzido totalmente em silicone, pode ser lavável, de fácil higienização e preservação.
* '''[[Silicone]] ou plug''': produzido totalmente em silicone, pode ser lavável, de fácil higienização e preservação.


* '''[[Espuma acústica|Espuma]]''': perfeito para se adaptar ao ouvido por ser moldável e de fácil ajuste ao canal auditivo. Entretanto, diferentemente do protetor de silicone, ele é pouco durável.
* '''[[Espuma acústica|Espuma]]''': perfeito para se adaptar a orelha por ser moldável e de fácil ajuste ao canal auditivo. Entretanto, diferentemente do protetor de silicone, ele é pouco durável.

* '''[[Polímero]]''': um modelo do tipo inserção, moldado conforme o ouvido do usuário. É confortável e apresenta alto de atenuação para sons intensos.


Em algumas ocasiões, é bastante comum utilizar dupla proteção, ou seja, mais de um tipo de proteção auditiva sendo usada simultaneamente (como o protetor de inserção associado ao protetor do tipo concha) visando potencializar a redução de ruído.<ref name=":0" /> Alguns protetores auriculares possuem características específicas para facilitar o uso, como por exemplo os que tem uma pequena corda que conecta o par de protetores de forma a impedir sua perda, garantindo o uso do protetor sempre na mesma orelha.
* '''[[Polímero]]''': é um modelo do tipo inserção, moldado conforme o ouvido do usuário. É confortável e apresenta alto de atenuação para sons intensos.


== Fatores determinantes na eficácia do protetor auricular ==
Alguns protetores de ouvido possuem uma pequena corda que conecta o par de protetores de forma a impedir sua perda e garantir o uso do protetor sempre o mesmo ouvido,
O funcionamento eficaz de um protetor auditivo depende de alguns fatores como: suas características (intrínsecas como o total de atenuação fornecido e o tempo de uso); as características fisiológicas e anatômicas do usuário. A seleção do protetor auricular deve considerar o ambiente no qual o trabalhador atua, o conforto e a aceitação pelo usuário, o custo e a durabilidade, os problemas trazidos para a comunicação durante o uso, a segurança e a higiene.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Sonego|primeiro=Marília Trevisan|ultimo2=Santos Filha|primeiro2=Valdete Alves Valentins dos|ultimo3=Moraes|primeiro3=Anaelena Bragança de|ultimo4=Sonego|primeiro4=Marília Trevisan|ultimo5=Santos Filha|primeiro5=Valdete Alves Valentins dos|ultimo6=Moraes|primeiro6=Anaelena Bragança de|data=2016|titulo=Equipamento de proteção individual auricular: avaliação da efetividade em trabalhadores expostos a ruído|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462016000300667&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Revista CEFAC|volume=18|numero=3|paginas=667–676|doi=10.1590/1982-0216201618317115|issn=1516-1846|acessodata=}}</ref> <ref name=":0" /> Também é necessário verificar a eficácia da colocação dos protetores auriculares e analisar a importância e a necessidade de realizar um treinamento para a colocação adequada do EPI auricular.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Gonçalves|primeiro=Cláudia Giglio de Oliveira|ultimo2=Couto|primeiro2=Christiane Marques do|ultimo3=Carraro|primeiro3=Juliana Malteze|ultimo4=Leonelli|primeiro4=Bianca Santos|data=2009|titulo=Avaliação da colocação de protetores auriculares em grupos com e sem treinamento|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462009000200021&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Revista CEFAC|lingua=pt|volume=11|numero=2|paginas=345–352|doi=10.1590/S1516-18462009000200021|issn=1516-1846|acessodata=}}</ref>


Existem protetores de ouvido específicos para a prática da [[natação]] e de [[esportes aquáticos]]. Estes não têm função específica de prevenção da surdez, mas de impedir a entrada de água no conduto auditivo externo.
Profissões como de militares, policiais e músicos são categorias que também podem prejudicar sua saúde auditiva devido à presença de sons intensos em suas atividades laborais. Para aqueles que praticam [[natação]] e [[esportes aquáticos]] existem protetores auditivos específicos. Estes não têm função específica de prevenção da surdez, mas sim de impedir a entrada de água no conduto auditivo externo.


Com o aumento da poluição sonora nas últimas décadas, a prevenção da perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), temporária ou permanente, deve ser uma preocupação de todos, com destaque para a necessidade de minimizar os efeitos do ruído ambiental. Um exemplo bastante comum e que muitas vezes passa despercebido como um risco à saúde auditiva é a '''música alta''', presente nos mais diversos ambientes com diferentes fontes sonoras, seja no carro, utilizando equipamentos ou aparelhos eletrônicos, em festas, shows, cinemas, junto de fogos de artifícios, eventos esportivos, dentre outros comprometem e trazem riscos à audição de uma população vulnerável de crianças e adolescentes expostos ao ruído não ocupacional.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Royster|primeiro=Julia Doswell|data=2017|titulo=Preventing Noise-Induced Hearing Loss|url=http://www.ncmedicaljournal.com/lookup/doi/10.18043/ncm.78.2.113|jornal=North Carolina Medical Journal|lingua=en|volume=78|numero=2|paginas=113–117|doi=10.18043/ncm.78.2.113|issn=0029-2559|acessodata=}}</ref><ref>ZOCOLI, Angela Maria Fontana; MORATA, Thais Catalani. Adolescência, músicae ruído ambiental. In: MORATA, Thais Catalani; ZUCKI, Fernanda (org). '''Saúde auditiva Avaliação de riscos e prevenção'''. São Paulo: Plexus editora, 2010. p. 13-35.</ref>
==Protetores auriculares para músicos==
<br />


== Referências ==
== Referências ==

Revisão das 17h12min de 18 de maio de 2020

Protetor auricular é um dispositivo de Equipamento de Proteção Individual (EPI), de uso pessoal, conhecido também por dispositivo de proteção auditiva, que tem por finalidade diminuir os riscos existentes no ambiente e prevenir possíveis doenças ocupacionais, protegendo externamente de elementos como frio, intrusão por água e outras condições ambientais, detritos ou especificamente contra ruídos,[1] como é utilizado na prevenção da perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) que ocorre devido aos altos níveis de exposição ao ruído, onde uma fonte sonora não pode ser controlada, diminuída ou eliminada, como é o caso da exposição ao ruído ocupacional.[2] [3]

A Organização Mundial da Saúde reconhece que os efeitos do ruído na saúde envolvem acometimentos físicos (patológicos), como a PAIR, mudanças temporárias no limiar auditivo e trauma acústico. Também podem ser responsáveis por prejuízos fisiológicos, como o aumento da pressão sanguínea; sensoriais como a otalgia, desconforto e o zumbido. Além disso outros agravos relacionados ao ruído incluem a interferência na comunicação oral, alterações do sono, incômodo, fadiga, dores de cabeça, mudanças comportamentais e irritabilidade.[4]

Limites de tolerância para o ruído contínuo ou intermitente

O Ministério do Trabalho do Brasil, através da Norma Reguladora (RN 15) de 1978 estabelece os valores correspondentes ao limite de exposição ocupacional. A Portaria nº 3.214/1978 da NR-15, caracteriza as atividades, procedimentos e agentes que são considerados insalubres conforme seus limites de tolerância (entende-se pela concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente), que não causará malefício à saúde do trabalhador.[5]

 O nível de ruído deve ser medido em decibéis (dB) e possui os seguintes valores indicados abaixo com a máxima exposição diária permitida:[5]

  • 85 dB - 8 horas;
  • 86 dB - 7 horas;
  • 87 dB - 6 horas;
  • 88 dB - 5 horas;
  • 89 dB - 4 horas e 30 minutos;
  • 90 dB - 4 horas;
  • 91 dB - 3 horas e 30 minutos;
  • 92 dB - 3 horas;
  • 93 dB - 2 horas e 40 minutos;
  • 94 dB - 2 horas e 15 minutos;
  • 95 dB - 2 horas;
  • 96 dB - 1 hora e 45 minutos;
  • 98 dB - 1 hora e 15 minutos;
  • 100 dB - 1 hora;
  • 102 dB - 45 minutos;
  • 104 dB - 35 minutos;
  • 105 dB - 30 minutos;
  • 106 dB - 25 minutos;
  • 108 dB - 20 minutos;
  • 110 dB - 15 minutos;
  • 112 dB - 10 minutos;
  • 114 dB - 8 minutos;
  • 115 dB - 7 minutos.

No contexto do trabalho, a legislação trabalhista brasileira determina que a proteção auditiva adequada é aquela que reduz a exposição ao ruído quando os trabalhadores são expostos a níveis de pressão sonora iguais, ou superiores a 85 dB(A), ao longo de um turno de trabalho médio de oito horas. Quando os sons excedem esse valor, torna-se um fator de risco para a audição.[6]

Quando não é possível reduzir os níveis de ruído com métodos técnicos e organizacionais, o uso de protetores auriculares individuais é a melhor alternativa de proteção auditiva. Há uma variedade de protetores auriculares disponíveis no mercado e a escolha do tipo e do modelo que atende cada caso deve ser acompanhada pelo audiologista, que também fará orientações a respeito da correta utilização e da higienização desta ferramenta.

Classificação

Protetores auriculares
Protetores auriculares

Os protetores auriculares com finalidade de preservação da saúde auditiva são classificados segundo índices de redução de ruído (NRRs, de Noise Reduction Rates, ou SNR na União Europeia) que possibilitam a escolha do tipo de proteção de acordo com não apenas baseada no nível de decibéis a que o indivíduo está exposto, mas também na atividade laboral ou de lazer que demanda a proteção auditiva.

Os protetores auditivos são divididos em duas categorias:

  1. Protetores em que a atenuação é constante, e que não dependem do nível de pressão sonora. É considerada a mais comum e mais utilizada, sendo dividida em dois tipos: circum-auricular (concha): essa proteção auditiva se ajusta ao redor da orelha externa da pessoa; inserção (pré-moldado e moldável): se encaixam no interior do canal auditivo da pessoa ;
  2. Protetores em que a atenuação depende do nível de pressão sonora, é dividida em sistemas passivos (como os plugues de atenuação não linear, possuem filtros) e sistemas ativos (como os sistemas de comunicadores eletrônicos).[7]

Os protetores auriculares possuem diferentes matérias de fabricação, podendo ser do tipo:

  • Silicone ou plug: produzido totalmente em silicone, pode ser lavável, de fácil higienização e preservação.
  • Espuma: perfeito para se adaptar a orelha por ser moldável e de fácil ajuste ao canal auditivo. Entretanto, diferentemente do protetor de silicone, ele é pouco durável.
  • Polímero: um modelo do tipo inserção, moldado conforme o ouvido do usuário. É confortável e apresenta alto de atenuação para sons intensos.

Em algumas ocasiões, é bastante comum utilizar dupla proteção, ou seja, mais de um tipo de proteção auditiva sendo usada simultaneamente (como o protetor de inserção associado ao protetor do tipo concha) visando potencializar a redução de ruído.[7] Alguns protetores auriculares possuem características específicas para facilitar o uso, como por exemplo os que tem uma pequena corda que conecta o par de protetores de forma a impedir sua perda, garantindo o uso do protetor sempre na mesma orelha.

Fatores determinantes na eficácia do protetor auricular

O funcionamento eficaz de um protetor auditivo depende de alguns fatores como: suas características (intrínsecas como o total de atenuação fornecido e o tempo de uso); as características fisiológicas e anatômicas do usuário. A seleção do protetor auricular deve considerar o ambiente no qual o trabalhador atua, o conforto e a aceitação pelo usuário, o custo e a durabilidade, os problemas trazidos para a comunicação durante o uso, a segurança e a higiene.[8] [7] Também é necessário verificar a eficácia da colocação dos protetores auriculares e analisar a importância e a necessidade de realizar um treinamento para a colocação adequada do EPI auricular.[9]

Profissões como de militares, policiais e músicos são categorias que também podem prejudicar sua saúde auditiva devido à presença de sons intensos em suas atividades laborais. Para aqueles que praticam natação e esportes aquáticos existem protetores auditivos específicos. Estes não têm função específica de prevenção da surdez, mas sim de impedir a entrada de água no conduto auditivo externo.

Com o aumento da poluição sonora nas últimas décadas, a prevenção da perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), temporária ou permanente, deve ser uma preocupação de todos, com destaque para a necessidade de minimizar os efeitos do ruído ambiental. Um exemplo bastante comum e que muitas vezes passa despercebido como um risco à saúde auditiva é a música alta, presente nos mais diversos ambientes com diferentes fontes sonoras, seja no carro, utilizando equipamentos ou aparelhos eletrônicos, em festas, shows, cinemas, junto de fogos de artifícios, eventos esportivos, dentre outros comprometem e trazem riscos à audição de uma população vulnerável de crianças e adolescentes expostos ao ruído não ocupacional.[10][11]

Referências

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Protetor auricular
  1. Sułkowski W, Owczarek K, Olszewski J. Contemporary noise-induced hearing loss (NIHL) prevention. Otolaryngol Pol. 2017;71(4):1–7. doi:10.5604/01.3001.0010.2241
  2. Gonçalves CG, Lüders D, Guirado DS, Albizu EJ, Marques JM. Perception of hearing protectors by workers that participate in hearing preservation programs: a preliminary study. Codas. 2015;27(4):309–318. doi:10.1590/2317-1782/20152014139
  3. Royster JD. Preventing Noise-Induced Hearing Loss. N C Med J. 2017;78(2):113–117. doi:10.18043/ncm.78.2.113
  4. Randolph SA. Promoting Hearing Health. Workplace Health Saf. 2018;66(8):412. doi:10.1177/2165079918782720


Este artigo é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o. Editor: considere marcar com um esboço mais específico.
  1. Noise And Hearing Loss Prevention: Personal Protective Equipment (PPE). NIOSH Workplace Safety and Health Topic. Centers for Disease Control and Prevention, United States Department of Health and Human Services
  2. «Publishers Panel». otolaryngologypl.com. doi:10.5604/01.3001.0010.2241. Consultado em 26 de novembro de 2019 
  3. Sonego, Marília Trevisan; Santos Filha, Valdete Alves Valentins dos; Moraes, Anaelena Bragança de; Sonego, Marília Trevisan; Santos Filha, Valdete Alves Valentins dos; Moraes, Anaelena Bragança de (2016). «Equipamento de proteção individual auricular: avaliação da efetividade em trabalhadores expostos a ruído». Revista CEFAC. 18 (3): 667–676. ISSN 1516-1846. doi:10.1590/1982-0216201618317115 
  4. FIORINI, Ana Claudia. Efeitos Não Auditivos do Ruído. In: BOÉCHAT, Edilene Marchini (org.). Tratado de Audiologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 328- 333.
  5. a b BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria n.3.214 de 08 de Junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da República Federativa do Brasil: Brasília, 1978. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/participacao-social-mtps/participacao-social-do-trabalho/legislacao-seguranca-e-saude-no-trabalho/item/3679-portaria-3-214-1978>. Acesso em: 18 mai. 2020.
  6. Gonçalves, Cláudia Giglio de Oliveira; Lüders, Débora; Guirado, Débora Simões; Albizu, Evelyn Joice; Marques, Jair Mendes (2015). «Perception of hearing protectors by workers that participate in hearing preservation programs: a preliminary study». CoDAS. 27 (4): 309–318. ISSN 2317-1782. doi:10.1590/2317-1782/20152014139 
  7. a b c SAMELLI, Alessandra Giannella; FIORINI, Ana Claudia. Ações de Proteção para Prevenção de Perdas Auditivas Relacionadas ao Trabalho. In: BOÉCHAT, Edilene Marchini (org.). Tratado de Audiologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 333-340.
  8. Sonego, Marília Trevisan; Santos Filha, Valdete Alves Valentins dos; Moraes, Anaelena Bragança de; Sonego, Marília Trevisan; Santos Filha, Valdete Alves Valentins dos; Moraes, Anaelena Bragança de (2016). «Equipamento de proteção individual auricular: avaliação da efetividade em trabalhadores expostos a ruído». Revista CEFAC. 18 (3): 667–676. ISSN 1516-1846. doi:10.1590/1982-0216201618317115 
  9. Gonçalves, Cláudia Giglio de Oliveira; Couto, Christiane Marques do; Carraro, Juliana Malteze; Leonelli, Bianca Santos (2009). «Avaliação da colocação de protetores auriculares em grupos com e sem treinamento». Revista CEFAC. 11 (2): 345–352. ISSN 1516-1846. doi:10.1590/S1516-18462009000200021 
  10. Royster, Julia Doswell (2017). «Preventing Noise-Induced Hearing Loss». North Carolina Medical Journal (em inglês). 78 (2): 113–117. ISSN 0029-2559. doi:10.18043/ncm.78.2.113 
  11. ZOCOLI, Angela Maria Fontana; MORATA, Thais Catalani. Adolescência, músicae ruído ambiental. In: MORATA, Thais Catalani; ZUCKI, Fernanda (org). Saúde auditiva Avaliação de riscos e prevenção. São Paulo: Plexus editora, 2010. p. 13-35.