Alcoviteira (Gil Vicente)

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A Alcoviteira (Brísida Vaz) era uma personagem que Gil Vicente utilizou para reflexo da falsa religião que era praticada. É uma espécie de parteira que incentivava muitas raparigas e mulheres a seguirem os caminhos da prostituição. É uma personagem-tipo, pois essencialmente representa um grupo social (povo), cheio de pecados, malícias, falsa religião etc.

A Alcoviteira representa os elementos do povo e baixa-burguesia que se dedicavam a encaminhar as raparigas e mulheres casadas para a prostituição. Representa esta actividade profissional.

Esta personagem apresenta-se com voz elogiosa e usa uma linguagem popular. Começa por recusar a entrada no Inferno e acusa-se a si própria dizendo tudo o que traz consigo como se fosse a coisa mais natural. É a personagem que mais bagagem traz, representando todos os pecados que fez ao longo da sua vida. Tanto o Diabo como o Anjo não a acusam, mas ela defende-se por não querer ir para o Inferno, dizendo que casava muitas moças, que tinha sido muito martirizada, que tinha convertido muitas raparigas, que as tinha encaminhado e até que as vendia aos padres da Sé, argumentando que se servia da igreja, deveria ir para o Paraíso.

Em cena, a Alcoviteira dialoga primeiro com o Diabo, depois com o Anjo e finalmente é condenada ao diabo.