Argumento da múltipla realizabilidade

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O argumento da múltipla realizabilidade refere-se às alegações de que um único tipo mental (propriedade, estado, evento) pode ser realizado por muitos tipos físicos distintos. O argumento foi usado contra as primeiras teorias que identificaram estados mentais com estados cerebrais e também serviu nos primeiros argumentos para o funcionalismo. O argumento mais tarde foi empregado até mesmo para desafiar o funcionalismo. Alguns reducionistas inicialmente atacaram o erro que a premissa da múltipla realizabilidade leva à conclusão de uma teoria anti-redução; enquanto outros propuseram revisões ao reducionismo clássico (a ideia de que estados mentais podem ser reduzidos a estados cerebrais, que por sua vez são redutíveis a estados biológicos, e estes redutíveis a estados da química e, finalmente, redutíveis a estados físicos) que acomodassem a premissa. Alguns reducionistas questionaram a verdade da premissa da múltipla realizabilidade[1].

História[editar | editar código-fonte]

Realização múltipla é uma noção que surgiu da ciência cognitiva nos anos 50. Um software de um programa de computador pode ser executado em máquinas muito diferentes - desde que o programa esteja em conformidade com os princípios básicos da computação, como os descritos pela "Universal Computing Machine" de Alan Turing. A múltipla realizabilidade levou Putnam[2] e Fodor[3] à noção de funcionalismo, a saber, que as coisas importantes são as funções desempenhadas pelo cérebro, e não a implementação física específica dessas funções[4].

Referências

  1. Mitrović, Branko (1 de janeiro de 2017). «Is Multiple Realizability a Valid Argument against Methodological Individualism?». Philosophy of the Social Sciences (em inglês). 47 (1): 28–43. ISSN 0048-3931. doi:10.1177/0048393116643591 
  2. Sober, Elliott (1999). «The Multiple Realizability Argument against Reductionism». Philosophy of Science. 66 (4): 542–564 
  3. Lubashevsky, Ihor (14 de fevereiro de 2017). «Fodor-Kim Dilemma»: 85–131. ISBN 9783319517056 
  4. Schutter, Dennis J. L. G.; Van Honk, Jack; Panksepp, Jaak (agosto de 2004). «Introducing Transcranial Magnetic Stimulation (TMS) and its Property of Causal Inference in Investigating Brain-Function Relationships». Synthese (em inglês). 141 (2): 155–173. ISSN 0039-7857. doi:10.1023/b:synt.0000042951.25087.16 
Ícone de esboço Este artigo sobre filosofia/um(a) filósofo(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.