Associação Evangélica Brasileira

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Associação Evangélica Brasileira (AEVB) é uma associação que congrega líderes evangélicos do Brasil, fundada em 1991.[1]

A associação foi criada como uma tentativa de ocupar o espaço da Confederação Evangélica do Brasil, que fazia oposição ao Regime Militar de 1964 e teve suas lideranças à época presas. Uma vez que as novas lideranças pareciam cooptadas e envolvidas em escândalos relativos a concessões de telecomunicações, isso gerou descontentamento com a Confederação, fazendo surgir a AEVB.[2] Seu primeiro presidente foi o reverendo Caio Fábio.[2] Ainda ma década de 1990, a associação lançou um texto que ficou muito conhecido chamado Decálogo do voto evangélico, onde exortava os cristãos a praticarem o voto consciente e não votarem em alguém apenas por ser evangélico.[3] As lideranças da então crescente Igreja Universal do Reino de Deus tentaram fazer parte da associação, sendo rejeitadas, o que levou a um crescente embate entre a AEVB e a IURD.[2] Começou então uma rivalidade entre a AEVB e o Conselho Nacional de Pastores do Brasil, capitaneado por Edir Macedo e o pastor Manoel Ferreira, da Assembleia de Deus. Em 1995, a associação assinou um duro texto condenando a Universal e sugerindo que ela deixasse de se declarar uma igreja evangélica.[4] A nota acabou gerando enorme polêmica, e por causa dela a Igreja de Nova Vida teria deixado a entidade. Pressionada, a diretoria da AEVB acabou soltando uma nova nota atenuando a primeira e fazendo também críticas à minisséria Decadência, da Rede Globo, que à época era vista como crítica à Universal.[5]

A associação era considerada progressista e socialmente ativa,[6] mas também sofria críticas de evangélicos mais conservadores, como por exemplo a de tentar passar uma representação maior do que a qual realmente possuía, e de supostamente ser adepta do "Evangelho social modernista".[7] Apesar de sua força, a entidade decaiu em importância após a saída de Caio Fábio da presidência, motivado por seu rompimento com o movimento protestante brasileiro mais ortodoxo.

Na década de 2010, foi criada a Aliança Cristã Evangélica Brasileira, tentando reviver a força que a AEVB um dia teve.

Referências

  1. Folha de S. Paulo (14 de outubro de 2002). «Associação Evangélica Brasileira lança documento criticando alianças entre presidenciáveis, pastores e bispos». Consultado em 15 de novembro de 2017 
  2. a b c Le Diplomatique (20 de março de 2017). «Neopentecostais e o projeto de poder». Consultado em 15 de novembro de 2017 
  3. Cartilha Os Evangélicos e a Transformação Social, p. 28-32. Baixe esta publicação gratuitamente em ultimato.com.br/loja/ebooks. «O voto evangélico e a igreja cidadã». Consultado em 15 de novembro de 2017 
  4. Fernando Molica; Cláudia Trevisan (21 de setembro de 1995). «Evangélicos criticam Universal». Consultado em 15 de novembro de 2017 
  5. Ricardo Mariano. «Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil». p. 83. Consultado em 15 de novembro de 2017 
  6. Carol Ann Drogus. Activist Faith: Grassroots Women in Democratic Brazil and Chile. [S.l.: s.n.] Consultado em 15 de novembro de 2017 
  7. José Xavier. «História Eclesiástica Iii». pp. 351–354. Consultado em 15 de novembro de 2017