Batalha de Caltavulturo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Batalha de Caltavuturo foi travada em 881 ou 882 entre o Império Bizantino e o Emirado Aglábida de Ifríquia, durante a conquista muçulmana da Sicília. Foi uma grande vitória bizantina, embora não podia reverter a conquista dos muçulmanos.

História[editar | editar código-fonte]

Em 880, uma sucessão de vitórias navais sob o almirante Nasar permitiram ao imperador Basílio I, o Macedônio (r. 867–883) para conduzir uma contraofensiva contra os aglábidas no sul da Itália e Sicília.[1] Na Sicília, contudo, os aglábidas ainda mantiveram a dianteira: na primavera de 881, o governador aglábida Haçane ibne Alabás invadiu os territórios bizantinos remanescentes e no processo derrotou comandante local, Barsácio, próximo de Taormina.[2]

No ano seguinte (268 A.H., 881/882 d.C.), contudo, segundo ibne Alatir (A História Completa, VII.370.5-7), os bizantinos conduziram sua revanche, derrotando o exército aglábida sob Abu Taur tão completamente que relatadamente apenas sete homens sobreviveram.[3][4] O comandante bizantino vitorioso é identificado pelos estudiosos modernos com Mosilices, que é conhecido por ter servido na área no começo da década de 880.[5] Segundo a hagiografia do patriarca de Constantinopla Inácio, o general invocou o patriarca durante a batalha e ele apareceu sobe um cavalo branco no ar diante dele, aconselhando-o a lançar seu ataque à direita. Mosilices seguiu o conselho e venceu.[3][4]

A batalha deu seu nome à localidade: o geógrafo do século XII Dreses registra o Castelo de Abu Taur (Calate Abi Taur), que é a origem do nome moderno Caltavuturo.[6][7] Pelos anos seguintes, os muçulmanos lançaram vários raides, contra Catânia, Taormina e a "cidade do rei" (possivelmente Polizzi) em 883, contra Rometa e Catânia em 884 e novamente contra Catânia e Taormina em 885. Estas expedições foram bem-sucedidas no sentido que trouxeram butim ou tributo suficiente para pagar o exército, mas falharam em capturar os fortes bizantinos.[8]

Referências

  1. Talbi 1966, p. 492–493.
  2. Talbi 1966, p. 493.
  3. a b Vasiliev 1968, p. 106.
  4. a b Talbi 1966, p. 494.
  5. Lilie 2013, Mosilikes (#25430).
  6. Amari 1854, p. 419.
  7. Lilie 2013, Abū Ṯawr (#20085).
  8. Metcalfe 2009, p. 28.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Amari, Michele (1854). Storia dei Musulmani di Sicilia. I. Florença: Felipe Le Monnier 
  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt 
  • Metcalfe, Alex (2009). The Muslims of medieval Italy. Edimburgo: Edinburgh University Press. ISBN 978-0-7486-2008-1 
  • Talbi, Mohamed (1966). L'émirat aghlabide (184–296/800–909): Histoire politique. Paris: Adrien-Maisonneuve 
  • Vasiliev, A.A. (1968). Byzance et les Arabes, Tome II, 1ére partie: Les relations politiques de Byzance et des Arabes à L'époque de la dynastie macédonienne (867–959) (em francês). Bruxelas: Éditions de l'Institut de Philologie et d'Histoire Orientales