Chove nos Campos de Cachoeira

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Chove Nos Campos de Cachoeira
Autor(es) Dalcídio Jurandir
Idioma Língua portuguesa
País  Brasil
Gênero Romance
Série Ciclo do Extremo-Norte
Editora Vecchi
Lançamento 1941
Cronologia
Marajó

Chove Nos Campos de Cachoeira é o primeiro romance do escritor paraense Dalcídio Jurandir[1] e foi lançado em 1941 pela editora Vecchi. Estima-se que Dalcídio tenha concluído o livro em 1929. No entanto, pela falta de recursos financeiros, o livro só pôde ir ao público em 1941, quando ganhou o primeiro lugar no concurso de romances promovido pela revista Dom Casmurro (revista literária). A banca julgadora que deu o primeiro lugar para Chove Nos Campos de Cachoeira era composta, entre outros, por Jorge Amado e Oswald de Andrade. O romance inaugura o Ciclo do Extremo Norte (composto por 10 romances) e apresenta vários personagens que estariam presentes nos próximos romances: D.Amélia, Major Alberto, Nhá Lucíola, Alfredo (protagonista deste e de vários outros romances do Ciclo) e etc. Como nos demais romances de Dalcídio, Chove Nos Campos de Cachoeira possui um co-protagonista: Eutanázio, irmão mais velho de Alfredo.


Chove Nos Campos de Cachoeira e o Romance de 30[editar | editar código-fonte]

Chove Nos Campos de Cachoeira possui vários traços que podem ser associados à Geração de 30 como o uso de regionalismos, a ambientação em um local interiorano (a distante vila de Cachoeira) e a forte crítica social, mostrando a pobreza e o extremo subdesenvolvimento que assola as áreas do Brasil distantes dos grandes centros. No entanto, a narrativa de Choves Nos Campos de Cachoeira é mais densa do que as narrativas de vários romances da Geração de 30. Sirva de exemplo, a forte exploração psicológica dos personagens através de técnicas como o discurso indireto livre, onisciência seletiva e onisciência seletiva múltipla, opondo-se à crueza naturalista que predominou em vários romances daquela época.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

O romance é ambientado na vila de Cachoeira e gira em torno de dois protagonistas: o menino Alfredo e de seu irmão mais velho Eutanázio. Alfredo sonha em sair de Cachoeira e ter um futuro grandioso, porém enfrenta a falta de interesse do pai no futuro do filho e as dificuldades financeiras para que seus pais possam enviá-lo à capital (Belém) para estudar. Alfredo possui um caroço de tucumã com o qual brinca e sonha em mudar situações ruins que observa em sua volta. Por outro lado, seu irmão Eutanázio (de 40 anos) é um sujeito destituído de sonhos e objetivos,que não vê sentido em nada do que o mundo real lhe oferece. Para ele, tudo no mundo real é absurdo, sem sentido e sem valor. Seu niilismo , aliado à sua relação problemática com a jovem Irene que o despreza, fazem Eutanázio ser constantemente atormentado por angústias e perturbações extremas.

Referências

  1. Robert Mertens. O Globo, ed. «Chove Nos Campos de Cachoeira». Consultado em 18 agosto de 2014 

Ligação externa[editar | editar código-fonte]