Consumo episódico excessivo de álcool

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O consumo episódico excessivo de álcool, conhecido popularmente pelo termo em inglês binge drinking, é o consumo de álcool igual ou superior a 6 bebidas padrão no homem e 5 bebidas padrão na mulher, numa só ocasião, no espaço de duas horas.[1] A prática é realizada com o objetivo de obter rapidamente uma intoxicação alcoólica.[2] O consumo episódio excessivo de álcool é uma prática popular entre os adolescentes e jovens adultos de vários países e é geralmente feita em grupos. No entanto, o grau de intoxicação varia entre as diversas culturas.[3]

O consumo episódico excessivo é considerado um grave problema de saúde pública[3] Esta prática está associada a vários problemas de saúde a longo prazo e a elevados custos sociais e económicos. O consumo episódico excessivo recorrente está associado a efeitos adversos nos sistemas neurológico, cardíaco, gastrointestinal, hematológico, imunitário e músculo-esquelético, bem como ao aumento do risco de perturbações mentais induzidas pelo consumo de álcool.[4][5] Nos Estados Unidos, onde até um terço dos adolescentes pratica binge drinking, cerca de 6% desenvolve perturbações por abuso de substâncias induzidas pelo álcool.[6] Durante a gravidez, o consumo episódico excessivo de álcool pode resultar em síndrome alcoólico fetal e perturbações do espectro alcoólico fetal.[7] Durante a adolescência, esta prática está associada a outros comportamentos de risco, como aumento dos acidentes rodoviários, comportamento violento e suicídio. Quanto maior a frequência ou quanto mais cedo um adolescente incorre nesta prática, maior é a probabilidade de desenvolver uma perturbação por abuso de álcool, incluindo alcoolismo. Grande parte dos adolescentes que pratica bing drinking também consome outras substâncias psicotrópicas.[8]

Referências

  1. «Deteção Precoce e Intervenção Breve no Consumo Excessivo de Álcool». Direção-Geral da Saúde (PDF) (30/2012). 28 de dezembro de 2012: 7 
  2. Renaud, SC. (2001). «Diet and stroke». J Nutr Health Aging. 5 (3): 167–72. PMID 11458287 
  3. a b Mathurin, P.; Deltenre, P. (maio de 2009). «Effect of binge drinking on the liver: an alarming public health issue?». Gut. 58 (5): 613–7. PMID 19174416. doi:10.1136/gut.2007.145573 
  4. Standridge, JB.; Zylstra, RG.; Adams, SM. (julho de 2004). «Alcohol consumption: an overview of benefits and risks.». South Med J. 97 (7): 664–72. PMID 15301124. doi:10.1097/00007611-200407000-00012 
  5. Kuntsche, E.; Rehm, J.; Gmel, G. (julho de 2004). «Characteristics of binge drinkers in Europe.». Soc Sci Med. 59 (1): 113–27. PMID 15087148. doi:10.1016/j.socscimed.2003.10.009 
  6. Clark, DB.; Bukstein, O.; Cornelius, J. (2002). «Alcohol use disorders in adolescents: epidemiology, diagnosis, psychosocial interventions, and pharmacological treatment.». Paediatr Drugs. 4 (8): 493–502. PMID 12126453. doi:10.2165/00128072-200204080-00002 
  7. Floyd, RL.; O'Connor, MJ.; Sokol, RJ.; Bertrand, J.; Cordero, JF. (novembro de 2005). «Recognition and prevention of fetal alcohol syndrome». Obstet Gynecol. 106 (5 Pt 1): 1059–64. PMID 16260526. doi:10.1097/01.AOG.0000181822.91205.6f 
  8. Compare: Stolle, M.; Sack, PM.; Thomasius, R. (maio de 2009). «Binge drinking in childhood and adolescence: epidemiology, consequences, and interventions». Dtsch Arztebl Int. 106 (19): 323–8. PMC 2689602Acessível livremente. PMID 19547732. doi:10.3238/arztebl.2009.0323. Excessive episodic consumption of alcohol is usually referred to these days as 'binge drinking.'