Financiamento coletivo para música

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Crowdfunding para música é um tipo de crowdfunding mas com foco em música. A ideia é que os fãs dos artistas ou bandas e aqueles que gostarem da proposta possam doar e arrecadar dinheiro para ajuda-los a iniciar a carreira ou realizar alguma ação relacionada a mesma. O financiamento coletivo na música (do inglês crowdfunding) traz aos pequenos músicos e bandas independentes a chance de ser financiada caso apresente um público suficiente para tal, diminuindo as dificuldades para seu surgimento no mercado. Além do financiamento de novos álbuns, também surgem os financiamentos de clipes, shows, concertos, turnês e até festivais. Este processo de financiamento ocorre normalmente por meio de plataformas que proveem este serviço de arrecadamento.

Como Funciona[editar | editar código-fonte]

A ideia é que o artista coloque na plataforma o valor que ele precisa para realizar seu projeto e cada pessoa que goste da ideia colabore com um valor. Essas plataformas geralmente funcionam com um sistema de recompensa para os colaboradores(ou doadores) onde quanto maior a contribuição maior a recompensa, caso o artista (ou banda) atinja a quantia desejada. Estas recompensas podem ser ingressos para um show, camisetas da banda, discos ou até shows particulares.

Tipos de Campanha[editar | editar código-fonte]

Os modelos mais comuns de campanha são o modelo Flexível e o modelo Tudo ou Nada.

Campanha Tudo ou Nada[editar | editar código-fonte]

No modelo Tudo ou Nada o criador da mesma recebe o valor arrecadado se a meta for atingida ou ultrapassada, caso a meta não seja atingida cada colaborador recebe de volta o valor doado e a campanha encerra sem sucesso, mas sem custos para ambas as partes. É uma boa campanha para artistas ou bandas que necessitam de um valor mínimo para custear o lançamento de um album ou videoclipe.[1]

Campanha Flexível[editar | editar código-fonte]

No modelo Flexível o criador da campanha leva o dinheiro arrecadado independente de alcançar sua meta. Este tipo de campanha é interessante para projetos que possam ser beneficiados independente da quantia arrecadada.[1]

Plataformas de Sucesso[editar | editar código-fonte]

Lista de Plataformas[editar | editar código-fonte]

Website Tipos de Campanha Ano
de
Lançamento
Notas Importantes
Catarse Campanha Flexível e Tudo ou Nada 2011 Plataforma com maior número de apoiadores e volume de dinheiro arrecadado no Brasil.[2] Para ambos os tipos de campanha a taxa é de 13% em cima do valor total arrecadado, porém no caso da campanha Tudo ou Nada esta taxa so será cobrada caso a meta seja atingida ou superada.[3] Mais de 50.000 CDs já foram vendidos na plataforma, com mais de R$10 milhões apoiados por mais de 79.000 pessoas.
Kickante Campanha Flexível e Tudo ou Nada 2013 Possui uma equipe dedicada a oferecer dicas de marketing para sua campanha.[4] A plataforma cobra uma taxa administrativa de 12% para todos os tipos de campanhas (Tudo ou Nada ou Flexível). Porém, no caso da campanha Tudo ou Nada, esta taxa só será cobrada caso a meta seja atingida ou superada [1] Em 2016, a Kickante apoiou um volume de projetos maior do que os líderes dos mercados de música! [5]
Kickstarter Campanha Tudo ou Nada 2009 Não aceita campanhas criadas por usuários que residem no Brasil, somente alguns paises específicos. Caso o projeto tenha sucesso e atinja(ou supere) sua meta o Kickstarter cobra uma taxa administrativa de 8% a 10% do valor arrecadado. Caso o projeto não atinja sua meta nenhuma taxa será cobrada.[6]
Indiegogo Campanha Flexível e Tudo ou Nada 2008 Caso a campanha seja Fléxivel cobra uma taxa administrativa de 5% em cima do valor arrecadado em caso de falha ou sucesso na meta. Caso a campanha seja Tudo ou Nada cobra uma taxa de 5% no valor total arrecadado apenas se a campanha obtiver sucesso, caso contrário nenhuma taxa será cobrada. Além destas taxas é cobrada outra de 3 a 5% dependendo do modo como as transações foram efetuadas. As campanhas feitas no Brasil precisam pagar um valor de $25 para cobrir os impostos, além de estar sujeito a taxas adicionais de câmbio.[7]
Vakinha Campanha Tudo ou Nada 2009 Primeira plataforma de arrecadação de fundos do Brasil,[2] cobra uma taxa de 6,4% em cima do valor total arrecadado em caso de atingir ou superar a meta mais R$0,50 sobre cada contribuição feita com cartão de crédito, boleto bancário ou transferência entre saldo Vakinha.[8]
Benfeitoria Campanha Tudo ou Nada 2011 Seu projeto será analisado pela Benfeitoria e será aceito ou rejeitado em até 2 dias. Para projetos bem sucedidos, cobra uma taxa de 4,5% para transação financeira. A plataforma oferece consultoria para todos os projetos e não cobra comissão, mas aceita contribuições voluntárias.[9]
Queremos! Campanha Tudo ou Nada 2010 Os ingressos comprados pela plataforma custam um pouco menos que os ingressos que serão vendidos após o show ser confirmado. Nenhuma taxa é cobrada para o cadastro como artista no site.[10]
Embolacha Campanha Tudo ou Nada 2011 Também funciona como uma loja virtual para os artistas. Cobra uma taxa de 15% caso a meta seja alcançada.[11]

Informações Adicionais[editar | editar código-fonte]

Catarse
O site foi fundado em 2011, e coloca suas informações bem detalhadas para quem quer promover, colaborar ou apenas entender sobre os projetos que estão disponíveis. O blog do site disponibiliza um histórico das campanhas ja finalizadas. A plataforma disponibiliza conteúdos de educação na Escola de Financiamento Coletivo e, além disso, possui uma página especial focada na cena musical independente. Ele esta entre os maiores sites de crowdfunding do Brasil.[12]

Kickante
O Kickante é um website mais focado para projetos culturais e de empreendedorismo de causas sociais. Ele é atualmente uma das principais empresas do segmento de crowdfunding no país.[13] Nesta plataforma 38% das campanhas culturais são voltadas para musica.[14]

Kickstarter
Maior site de crowdsourcing do mundo.[15][16][17][18][19][20][21][22]

Indiegogo
Plataforma internacional e uma das primeiras a oferecer o financiamento coletivo.[23][24]

Vakinha
A ideia para o Vakinha surgiu da expressão homônima, que nada mais é que um sinônimo para o financiamento coletivo, os criadores tinham em mente criar uma plataforma que pudesse facilitar este tipo de financiamento pela internet.[25]

Benfeitoria
Primeira plataforma de mobilização de recursos para projetos de impacto cutural a não cobrar comissão. Oferece consultoria para todos os projetos.[26]

Queremos!
Plataforma voltada diretamente a área musical que ajuda os fãs a se juntarem para financiar um show da banda ou artista desejado em sua cidade. A cada 10 participações em diferentes campanhas do Queremos! Como colaborador você pode ganhar um ingresso grátis para um show da sua escolha.[10]

Embolacha
Site de crowdfunding focado exclusivamente em projetos de caráter artistico e cultural.[27]

Casos de Sucesso[editar | editar código-fonte]

Lucas Santtana[editar | editar código-fonte]

O cantor e compositor Lucas Santtana teve sucesso em sua campanha para o album “Sobre Noites e Dias”, que ultrapassou os R$30 mil pedidos.[28]

Dead Fish[editar | editar código-fonte]

A banda Dead Fish conseguiu arrecadar mais de R$215 mil em 1 mês e meio, na época foi a maior arrecadação em financiamento coletivo no país.[28]

Teatro Mágico[editar | editar código-fonte]

A banda Teatro Mágico detém o atual recorde de financiamento coletivo do Brasil, arrecadando mais de R$390 mil.

Lobão[editar | editar código-fonte]

Após longo hiato, o cantor e compositor Lobão conseguiu arrecadar R$97.693,00 para gravação de novo CD.[29][30]

Eddie[editar | editar código-fonte]

A banda Eddie utilizou uma proposta diferente, a plataforma de crowdsourcing serviu como forma de pre-venda para seu disco em produção.[28]

Esteban Tavares[editar | editar código-fonte]

O músico Esteban Tavares conseguiu arrecadar R$81.250,00 para a gravação do seu primeiro disco solo.[31][30]

Nasi[editar | editar código-fonte]

O cantor Nasi da banda Ira!, que possui mais de 30 anos de carreira, decidiu lançar um novo album solo e optando por uma campanha fléxivel conseguiu arrecadar R$27.730,00 com a ajuda dos seus fãs.[32][14]

Leila Pinheiro[editar | editar código-fonte]

A ja consagrada cantora e compositora Leila Pinheiro, decidiu lançar um projeto que tivesse a contribuição de seus fãs e conseguiu arrecadar R$98.950,00 para gravar seu EP.[33][34][14]

Audiovoxrock[editar | editar código-fonte]

A banda independente Audiovoxrock arrecadou R$20.420,00 para lançar seu primeiro CD.[35][30]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «Tipos de Campanha de Crowdfunding». Consultado em 16 de julho de 2016 
  2. a b «Dados abertos do Catarse». Catarse. Consultado em 22 de fevereiro de 2017 
  3. «Catarse: Principais Diferenças Tudo ou Nada e o Flex». Consultado em 16 de julho de 2016 
  4. «Crowdfunding Dicas e Exemplos». Consultado em 16 de julho de 2016 
  5. «Seja um músico independente e capte patrocínio hoje!». Kickante 
  6. «Kickstarter FAQ». Consultado em 16 de julho de 2016 
  7. «Indiegogo Details on Fees». Consultado em 16 de julho de 2016 
  8. «Vakinha: Taxas e Termos de Uso». Consultado em 16 de julho de 2016 
  9. «Benfeitoria FAQ». Consultado em 16 de julho de 2016 
  10. a b «FAQ Queremos!». Consultado em 16 de julho de 2016 
  11. «Taxas e Termos de Uso». Consultado em 16 de julho de 2016 
  12. Revista Exame (15 de agosto de 2013). «Crowdfunding». Consultado em 17 de junho de 2015 
  13. «Financiamento coletivo cresce no Brasil e pode ajudar a tirar ideias do papel». Consultado em 26 de junho de 2015 
  14. a b c Dino. «Crowdfunding Ajuda sua banda». Consultado em 26 de junho de 2015 
  15. «Creating a Project » Frequently Asked Questions (FAQ) — Kickstarter». Kickstarter.com. Consultado em 29 de abril de 2012. Arquivado do original em 5 de maio de 2012 
  16. Levy, Shawn (29 de maio de 2010). «Kickstarter raises money online for artistic endeavors, tapping into Portland ethos». The Oregonian 
  17. Wortham, Jenna (24 de agosto de 2009). «A Few Dollars at a Time, Patrons Support Artists on the Web». The New York Times 
  18. Villano, Matt (14 de março de 2010). «Small Donations in Large Numbers, With Online Help». The New York Times 
  19. Gould, Emily. «Start me up». Technology Review. MIT. Consultado em 20 de janeiro de 2011 
  20. «Community Guidelines — Kickstarter». Kickstarter.com. Consultado em 4 de abril de 2012 
  21. Musgrove, Mike (7 de março de 2010). «At Play: Kickstarter is a Web site for the starving artist». washingtonpost.com 
  22. Stross, Randall (2 de abril de 2010). «You, Too, Can Bankroll a Rock Band». The New York Times 
  23. Veja os melhores projetos de realidade virtual do Kickstarter e Indiegogo por FELIPE ALENCAR "TechTudo" (2015)
  24. ESTE SMARTPHONE É RESISTENTE AO TEMPO E PODE SER TEU NO INDIEGOGO por MÁRIO RUI ANDRÉ (2015)
  25. «Vakinha Quem Somos». Consultado em 16 de Julho de 2016 
  26. «Benfeitoria: Proposta». Consultado em 16 de Julho de 2016 
  27. «Embolacha O que é». Consultado em 16 de Julho de 2016 
  28. a b c Luciano Matos. «Crowdfunding e o cenario atual da musica brasileira». Consultado em 16 de julho de 2016 
  29. «Participe do Novo CD do Lobão». Consultado em 16 de julho de 2016 
  30. a b c «Musica independente e Financeamento coletivo». Consultado em 16 de julho de 2016 
  31. «Esteban Tavares Pre-Venda Exclusiva». Consultado em 16 de julho de 2016 
  32. «Novo CD e Dvd do Nasi». Consultado em 16 de julho de 2016 
  33. «Leila Pinheiro vai gravar um EP». Consultado em 16 de julho de 2016 
  34. Lisane Andrade. «Crowdfunding na musica brasileira». Consultado em 16 de julho de 2016 
  35. «tamojuntoaudiovoxrock». Consultado em 16 de julho de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]