Cultura histórica

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Cultura histórica é um conceito relativamente novo que abrange "tanto a cultura material e imaterial quanto as articulações acadêmicas e populares" da história.[1] É considerado cultura histórica: produções historiográficas, memorialísticas — individuais e coletivas —, a cultura histórica escolar, bem como produções artísticas, políticas, ensaísticas e científicas.[2]

Segundo o historiador Luis Fernando Cerri, a cultura histórica refere-se a atos ou objetos de cultura em que a perspectiva do tempo e sua interpretação são tematizados e recebem sentido e significado, geralmente a partir de uma narrativa, mas também concentrados em símbolos ou decisões.[3]

Conceito[editar | editar código-fonte]

O estudo da cultura histórica investiga a produção da experiência histórica na sociedade e como as comunidades formam sua visão sobre o passado.[4][5] A cultura histórica não trata apenas da historiografia e a literatura histórica formal, mas também as diferentes narrativas sobre história nas sociedades: filmes, documentários, series, na cultura oral, na arte, nos discursos políticos, entre outros tantos.[4][6][7]

História[editar | editar código-fonte]

A reflexão teórica acerca do conceito de "cultura histórica" começou a partir do final da década de 1980, através do trabalho de autores como Jörn Rüsen.[4] A ideia de cultura histórica se refere ao campo em que os potenciais de racionalidade do pensamento histórico atuam na vida prática. Sendo assim, ela executa a função antropológica fundamental de orientar as práticas individuais/sociais no presente.[8]

No século XXI, passou a se tornar um campo de pesquisa mais amplo, com cursos de graduação e pós-graduação e institutos de pesquisa dedicados ao estudo da cultura histórica.[4] O estudo da memória e da cultura histórica se tornaram mais interdisciplinares, com pesquisas por parte não apenas de historiadores, mas filósofos, teóricos da literatura, sociólogos e antropólogos.

Referências

  1. Grever, Maria; Adriaansen, Robbert-Jan (2017). «Historical Culture: A Concept Revisited». Palgrave Handbook of Research in Historical Culture and Education (em inglês). [S.l.]: Palgrave Macmillan UK. pp. 73–89. ISBN 978-1-137-52908-4. doi:10.1057/978-1-137-52908-4_4 
  2. ABDALA JUNIOR, Roberto. «Brasil anos 1990: teleficção e ditadura — entre memórias e história». Topoi (Rio J.), Rio de Janeiro. 13 (25): p. 94-111, jul./dez. 2012. Consultado em 22 de março de 2024 
  3. Cerri, Luis Fernando (abril de 2021). «Interfaces entre cultura histórica e cultura política». Topoi (Rio de Janeiro) (46): 55–76. ISSN 2237-101X. doi:10.1590/2237-101x02204603. Consultado em 4 de abril de 2024 
  4. a b c d Marcos 2010.
  5. Schmidt 2014, p. 6.
  6. Alves 2009, p. 2.
  7. ABDALA JUNIOR, Roberto. «Brasil anos 1990: teleficção e ditadura — entre memórias e história». Topoi (Rio J.), Rio de Janeiro. 13 (25): p. 94-111, jul./dez. 2012. Consultado em 22 de março de 2024 
  8. ABDALA JUNIOR, Roberto. «Brasil anos 1990: teleficção e ditadura — entre memórias e história». Topoi (Rio J.), Rio de Janeiro. 13 (25): p. 94-111, jul./dez. 2012. Consultado em 22 de março de 2024 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Artigos Científicos[editar | editar código-fonte]

  • Alves, Fabricio Gomes (2009). «Entre a Cultura Histórica e a Cultura Historiográfica: implicações, problemas e desafios para a historiografia». Edos. 2 (5): 1-16 
  • Schmidt, Maria Auxiliadora Moreira dos Santos (2014). «Cultura Histórica e Aprendizagem Histórica». Nupem. 6 (10): 1-20 

Páginas da web[editar | editar código-fonte]