Discussão:José António Falcão

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Último comentário: 16 de janeiro de 2021 de Rtws123 no tópico Conflito de Interesse

Este artigo está escrito em tom não enciclopédico, sendo mais parecido com uma Eulogia.

--Tiago Matias (discussão) 16h01min de 4 de julho de 2020 (UTC)Responder

Secção Controvérsias[editar código-fonte]

Esta secção foi adicionada a partir de notícia publicada no Jornal Público em Julho de 2020. O tema é complexo e escrevi apenas um resumo simples. --Tiago Matias (discussão) 22h51min de 4 de julho de 2020 (UTC)Responder

Limpeza de conteúdo[editar código-fonte]

Removi largas secções não justificadas, especulativas e de tom "publicitário". Algumas expressões como "foi pioneiro" ou "projecto de referência" considerei não justificadas e demasiado fortes para se manterem no texto original.

Também removi secções de eulogia que não se adequam a uma resenha biográfica. --Tiago Matias (discussão) 14h35min de 7 de julho de 2020 (UTC)Responder

@Tggm: Depois das suas correcções e ajustes, creio que deixou de existir qualquer motivo para a manutenção das tags, pelo que as removi.-- Darwin Ahoy! 23h16min de 10 de janeiro de 2021 (UTC)Responder
DarwIn, como já estamos falando de problemas editoriais, respondo aqui. já percebi que o cidadão é mesmo notável e merece um bom artigo. mas olhando o histórico do texto, me admirei com a extensa quantidade de material perfeitamente aproveitável que foi descartada nas revisões mais recentes, incluindo muito conteúdo necessário à contextualização das suas atividades. o que resta agora é quase apenas uma lista de atividades, contrariando as orientações para se escrever textos dissertativos e não meros currículos, e omitindo informações relevantes, incluindo elogios do ICOMOS e do professor da Universidade do Algarve António Rosa Mendes, e incluindo material referenciado. acho um despropósito excluir tal material, que dá muito mais força à sustentação da sua notabilidade. veja por exemplo a riqueza informativa desta versão: https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Jos%C3%A9_Ant%C3%B3nio_Falc%C3%A3o&oldid=38523551 acho que ela poderia ser a base de todo o futuro trabalho de aperfeiçoamento. Tetraktys (discussão) 02h37min de 11 de janeiro de 2021 (UTC)Responder
@Tetraktys: Sim, é verdade que tem aí muito material aproveitável, mas essa versão está muito parcial, e cheia do que parece ser auto-referenciação (referências directas para publicações do próprio biografado). De qualquer modo, o que estiver bem referenciado pode ser recuperado directo daí.-- Darwin Ahoy! 02h45min de 11 de janeiro de 2021 (UTC)Responder
DarwIn, pode ser que esteja parcial, não chequei as fontes. se for o caso é claro que os excessos devem ser removidos, mas é preciso ter cautela para não cairmos no extremo oposto e omitirmos o aplauso quando ele existe e provém de fontes fidedignas. isso também seria parcialidade. não nos cabe neutralizar e aplainar o que as fontes dizem. Tetraktys (discussão) 02h56min de 11 de janeiro de 2021 (UTC)Responder
@Tetraktys: Sim, sem dúvida. Pelo que eu mesmo pude constatar é facto que o biografado é (ou pelo menos, foi) tido como um dos maiores expoentes nacionais na museologia de arte sacra. Não entendi o assanhamento em torno da biografia dele, culminando com a tentativa espúria e totalmente despropositada de eliminar a própria biografia em PE. Não tenho acesso fácil a várias das fontes inicialmente colocadas, mas talvez Rita Botelho e Margarida Fortuna, que estiveram bastante envolvidas na sua feitura, possam ajudar.-- Darwin Ahoy! 03h14min de 11 de janeiro de 2021 (UTC)Responder
DarwIn, parece que o proponente da eliminação é novato, ele não deve estar muito a par das nossas políticas e práticas, mas preocupa-me o rumo que a discussão está tomando lá, com acusações de haver interesses ocultos em ação. parece estar sendo desenvolvida uma teoria da conspiração... Tetraktys (discussão) 03h41min de 11 de janeiro de 2021 (UTC)Responder

───────────────────────── @Tetraktys: Mas existe mesmo qualquer treta extra-Wikipédia e nítidamente pessoal relacionada à extinção do tal Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja em 2016 que extravasou para aqui. Essa criatura, em particular, parece estar empenhada bem acima do que seria razoável esperar na destruição desta biografia, e por várias vezes foi buscar esse caso de 2016 como "justificação" para a exclusão dela da Wikipédia.-- Darwin Ahoy! 03h56min de 11 de janeiro de 2021 (UTC)Responder

DarwIn, já estou rindo por aqui. desconfio que esse novato vai acabar bloqueado por abuso do espaço público. ele postou o mesmo pedido de opinião na Esplanada, e foi revertido... voltando ao artigo, vc pretende trabalhar nele? Tetraktys (discussão) 04h49min de 11 de janeiro de 2021 (UTC)Responder
@Tetraktys: Não era minha intenção, apenas o quis ajeitar um pouco para pôr fim àquela polémica toda que vinha acontecendo, inclusive com guerras de edição no artigo. Talvez ainda lhe faça alguns ajustes e acrescentos, mas não estava a pensar trabalhar essa biografia, embora seja bem mais interessante que o que me pareceu à primeira vista, quando dei com ela por via do tal conflito.-- Darwin Ahoy! 14h38min de 11 de janeiro de 2021 (UTC)Responder

@Tggm: O trabalho de José António Falcão está muito bem documentado por inúmeras fontes como pioneiro e de referência, não há nada de parcial em afirmar o que as fontes, se fiáveis, afirmam também. É assim que trabalhamos aqui.-- Darwin Ahoy! 03h19min de 11 de janeiro de 2021 (UTC)Responder

Marcação de falta de imparcialidade[editar código-fonte]

Estas passagens não estão em tom neutro e imparcial:

  • Após a entrada em funções de um novo bispo na Diocese de Beja, D. João Marcos, em 2016, o património religioso da região viveu um período de turbulência, devido a campanhas de obras que prejudicaram diversas igrejas históricas, algumas das quais classificadas.[15] O Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja opôs-se a esta vaga, com José António Falcão à cabeça, e parou-a. Acabou por pagar um elevado preço pela sua atitude, sendo extinto em 2017, medida que provocou controvérsia, extravasando as fronteiras de Portugal.[16];
  • José António Falcão, que entretanto se afastara, face à deriva cultural na Diocese, foi atacado por setores fundamentalistas a que tinha feito frente.[17] Criticado por quem lhe sucedeu à frente do património na Diocese, defendeu os pontos de vista do DPHADB.[18].

Por isso, inseri no artigo as respectivas marcações.

Para confronto com opinião contrária, vide:

--Rtws123 (discussão) 21h36min de 13 de janeiro de 2021 (UTC)Responder

Verifiquei agora que o conteúdo da notícia é apenas para assinantes do jornal O Público. Segue o texto da notícia, na íntegra:

Investigação

Projecto que não serviu para nada custou 500 mil à diocese de Beja

Por José António Cerejo

Os 438 mil euros recebidos da União Europeia tiveram de ser devolvidos e o departamento responsável foi extinto sem explicação. Técnico da Direcção-Geral do Património Cultural que o dirigia criou, com a sua mulher, duas empresas que cobraram centenas de milhares de euros à igreja. Bispo garante que não sabia de nada.

Um projecto de inventariação do património religioso apontado como modelo de sucesso nos anos 2000 revelou-se um fracasso e custou mais de 500 mil euros à diocese de Beja. Do trabalho pago e dos equipamentos adquiridos para criar uma base de dados e um museu virtual pouco ou nada ficou, garantem os responsáveis eclesiásticos. Nesse e noutro projecto daquela diocese que encheu muitas páginas de jornais, o Festival Terras Sem Sombra, mais de 200 mil euros foram pagos entre 2010 e 2014 a duas empresas criadas pelo seu promotor, o então director do extinto Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHA), José António Falcão, e sua mulher, Sara Fonseca, vogal da direcção.

Mas esses não foram os únicos valores que as suas empresas facturaram à igreja de Beja sem que se conheça qualquer procedimento concorrencial de contratação: um montante indeterminado, mas da ordem das centenas de milhares de euros - só em 2013 rondou os 185 mil euros (mais IVA) -, foi igualmente cobrado por serviços sem qualquer relação com aqueles projectos. José António Falcão e Sara Fonseca negam qualquer aproveitamento pessoal e garantem que tudo o que foi pago se realizou e ficou na diocese.

Criado em 1984 pelo então bispo D. Manuel Falcão e dirigido por José António Falcão, um técnico superior da Direcção-Geral do Património Cultural destacado para Beja para exercer aquelas funções ao abrigo de um acordo com a diocese, o DPHA tornou-se conhecido por um muito elogiado trabalho de recuperação, preservação e divulgação do património religioso do Baixo Alentejo. Segundo o então director do departamento, o projecto terá sido desenvolvido por uma equipa de voluntários a que pertencia a sua actual mulher, com a qual, no início dos anos 90, havia criado a Sociedade Portuguesa para a Conservação e Restauro de Bens Culturais (SPCRBC), empresa de que eram os únicos sócios.

Já em 2008, com D. António Vitalino Dantas como bispo de Beja, Falcão promoveu uma candidatura ao Programa Operacional do Alentejo (POR), em nome da diocese e do DPHA, com o objectivo de angariar 792 mil euros, provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), para financiar 65% dos custos do Atlas do Património Religioso do Baixo Alentejo.

O projecto, amplamente divulgado como uma iniciativa pioneira e de excepcional importância patrimonial, foi aprovado em 2009 pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA) e contemplava a inventariação, nos dois anos seguintes, de 97 monumentos religiosos e dos respectivos acervos, bem como a criação de um museu virtual. O inventário daria origem a uma base de dados acessível online, incluindo descrições detalhadas dos monumentos e levantamentos gráficos e fotográficos.

A tarefa obrigaria à aquisição de serviços de especialistas (cerca de 446 mil euros), de software (505 mil) e de hardware (56 mil). De acordo com o contrato celebrado em Setembro de 2009 entre a diocese e o POR Alentejo, o FEDER comparticiparia com 701 mil euros do total de cerca de um milhão da despesa elegível, cabendo o restante à diocese e aos municípios que apoiavam o projecto.

As aquisições, com excepção do software (comprado à empresa Softlimits por imposição do Ministério da Cultura) e de alguns serviços de menor custo, teriam de ser feitas com consulta prévia a três ou cinco fornecedores, ou por concurso público.

Contratualizado para ser concluído até ao fim de Abril de 2011, o projecto começou a derrapar por diversos motivos, incluindo incumprimentos por parte da Softlimits, e no final de 2012, já com um ano e meio de atraso, foi objecto de um primeiro pedido de prorrogação de 12 meses, aceite a título excepcional. Nesse mesmo ano, Sara Fonseca, que entretanto se casara com António Falcão, constituiu a Lastshadow Unipessoal Lda, destinada à produção de espectáculos e exposições e à conservação de monumentos.

Por essa altura, já o projecto Atlas tinha caído no esquecimento. A tal ponto que nem quando o actual bispo de Beja, D. João Marcos, anunciou a extinção do DPHA, pouco depois de tomar posse no final de 2016, o assunto voltou a ser falado.

Devolução em prestações

Os dados recolhidos pelo PÚBLICO permitem agora reconstituir parte do que aconteceu - e que tanto o bispo emérito D. António Vitalino Dantas como o seu sucessor entenderam nunca revelar. E o que sucedeu foi que a CCDRA concluiu em 2015, depois de duas acções de controlo, que muito pouco do que estava contratualizado e pago tinha sido feito e que os equipamentos informáticos não existiam, ou não eram aqueles que tinham sido pagos, ou estavam inoperacionais. Isto apesar de o segundo prazo concedido ter expirado no final de 2013.

Embora José António Falcão tenha apresentado justificações para a situação relatada pelos auditores, a CCDRA não as considerou válidas e, em Junho de 2015, transmitiu ao bispo a intenção de rescindir o contrato de financiamento. Por essa altura, Falcão já tinha regressado a Beja, depois de ter ocupado, entre Fevereiro de 2014 e Janeiro de 2015, por nomeação de Passos Coelho e em acumulação com a direcção do DPHA, o lugar de presidente do OPART - organismo que tem a seu cargo a gestão do Teatro Nacional de São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado.

Num primeiro momento, o prelado ainda contestou a decisão, aceitando as explicações de Falcão. A sua posição, porém, mudou radicalmente após duas reuniões com o então presidente da CCDRA, António Dieb. Logo no mês seguinte, em Julho, dirigiu-lhe um ofício através do qual,? "ouvidos os directos intervenientes do Departamento do Património" e depois de "conhecer todo o dossier", a diocese rescindia o contrato, "lamentando não se terem atingidos os objectivos pretendidos".

Na missiva, D. António Vitalino solicitava, "tendo em conta as grandes dificuldades financeiras da diocese", "um prazo o mais alargado possível para a devolução das quantias recebidas" e anotava, deixando implícito que Falcão não o informara devidamente: "Lamentamos não ter sido informados, há mais tempo, do percurso sinuoso (...) deste projecto Atlas".

O total a devolver ascendia a 437.677 euros, quantia que foi restituída em prestações pagas até final de 2016, sem que tal alguma vez tenha vindo a público. Por coincidência, foi então que D. João Marcos, na diocese como bispo coadjutor desde 2014, substituiu D. António Vitalino. E uma das suas primeiras decisões, anunciada em Abril de 2017, foi a extinção do DPHA, justificada com o facto de não ser "o meio mais adequado para atingir os objectivos que presidiram à sua constituição". Ainda que tenha sido muitas vezes questionado sobre os motivos concretos de tal decisão, o novo bispo ficou-se por aí.

O ex-director do departamento, que regressara ao seu lugar na DGPC em meados de 2016, por decisão da diocese, assumiu igualmente uma posição discreta. Tratava-se de "uma atitude legítima do novo bispo", afirmou, nada mais adiantando.

Versões contraditórias

Ao PÚBLICO, depois de confrontado com o fracasso do projecto Atlas e com o rombo que ele provocou nas contas da igreja, Falcão argumenta que o DPHA foi "exclusivamente" vítima do conservadorismo de D. João Marcos e do fechamento que este impôs à igreja diocesana nas suas relações com a sociedade.

"Com a sua chegada, a diocese virou-se para dentro, com uma visão muito mais conservadora", alega o historiador de arte, galardoado com distinções nacionais e estrangeiras e que se intitula doutor em Teoria e História da Arquitectura. Na verdade, na área da arquitectura, possui apenas uma "pós-graduação em conservação e recuperação de edifícios e monumentos", ainda que Marcelo Rebelo de Sousa se lhe refira como "Professor Doutor".

Para Falcão, a extinção do DPHA "foi um processo de defenestração à moda antiga". Logo em 2016, acrescenta, "houve uma ruptura [com a ideia de estabelecer pontes entre a igreja, a sociedade e a arte] orquestrada pelo actual bispo com a Direcção Regional de Cultura do Alentejo". A opção "foi fazer tábua rasa de tudo o que vinha de trás".

D. João Marcos escusou-se, através de um porta-voz, a comentar estas afirmações.

Seja como for, o que o processo revela é que, para lá dos incumprimentos que levaram à rescisão do contrato, outros motivos havia para questionar a gestão do projecto. Assinado em 2009, o contrato de financiamento determinava que, com as excepções já assinaladas, todas as aquisições de bens e serviços ficariam sujeitas ao Código dos Contratos Públicos. E um documento assinado pelo próprio Falcão garantia que seriam de facto objecto de prévias consultas ao mercado, nuns casos a cinco fornecedores, noutros a três, e que para os serviços fotográficos seria feito um concurso público.

Mas o que os documentos mostram é que nada disso aconteceu. De acordo com o actual presidente da CCDRA, Roberto Grilo, tal ficou a dever-se ao facto de o promotor ter suscitado dúvidas, já depois da assinatura do contrato, quanto à aplicabilidade do Código dos Contratos Públicos aos projectos da diocese. Foi então pedido um parecer jurídico aos serviços da CCDRA, que concluíram pela sua não aplicabilidade.

Roberto Grilo lembra no entanto que as entidades dispensadas do cumprimento daquele código devem "assegurar os princípios da livre concorrência, da transparência e da igualdade de oportunidades" nos contratos que celebram. E tudo indica que tal não foi verificado pela CCDRA no caso do Atlas, tal como no do Terras Sem Sombra. Só assim se compreende que dos 579.995 euros facturados à diocese pela totalidade dos fornecedores, até à rescisão do contrato, 42.898 tenham ido para a SPCRBC, 12.221 para a Lastshadow e apenas 68.989 para um conjunto de 40 outras empresas e prestadores de serviços, ficando a Softlimits com 454.884.

Quer isto dizer que o segundo e o terceiro principais fornecedores do projecto, com uma facturação total de 56.119 euros, foram as empresas de Falcão e da mulher, sendo que não há qualquer documento nos processos da CCDRA que ateste o cumprimento dos princípios a que alude Roberto Grilo.

Falcão renunciara entretanto, em 2010, à gerência da SPCRBC, um mês antes de a primeira das suas facturas ser paga pela diocese, ficando apenas a mulher como gerente. Na mesma altura, cedeu à sogra a sua quota.

Quanto à forma como as suas empresas foram escolhidas, o ex-director do DPHA garante que em todos os casos foram convidados vários fornecedores e que ganharam as melhores propostas. Mas, questionado sobre o nome desses fornecedores, responde assim: "Não participei, tal como Sara Fonseca, na selecção, pelo que não [os] tenho presentes, mas recordo que foi um processo competitivo ." E acrescenta que "não houve aproveitamento nem vantagem" e que "a contratação foi conversada com o senhor bispo".

Contactado pelo PÚBLICO, D. António Vitalino responde a esta última afirmação, por escrito, em duas palavras: "Nada sabia." O bispo emérito garante igualmente que "nunca autorizou" uma declaração assinada pelo chanceler da Cúria diocesana, apresentada à CCDRA por Falcão, nos termos da qual a diocese delegava nele as competências para tratar das candidaturas aos fundos comunitários e das contratações necessárias à execução dos projectos.

A explicação para a existência dessa declaração, dá-a o próprio chanceler, o padre José Maria Coelho. "O sr. Dr. José António Falcão veio ter comigo à Cúria diocesana, a 10 de Março de 2008, dizendo-me que estava a preparar várias candidaturas para a diocese a fundos comunitários, mas que era necessário passar uma declaração, de acordo com a minuta que trazia, tendo-me informado de que tinha falado com o senhor bispo sobre o assunto." E acrescenta: "Hoje questiono-me, pelo que vim a saber, sobre o uso abusivo dessa declaração".

José Maria Coelho, que até 2007 foi vogal e secretário do DPHA, demitiu--se por discordar da actuação do director, mas frisa que não duvidou da sua "idoneidade" quando assinou a declaração. O motivo da sua demissão, adianta, teve a ver com as grandes mudanças no departamento que se iniciaram a partir dos anos 2000. "Nos anos 80 e 90, trabalhava-se verdadeiramente em equipa. Reuníamos regularmente, emitíamos pareceres e faziam-se actas das reuniões."

Em 2001, já nada disso acontecia, testemunha. "As reuniões eram raras, nunca eram apresentadas as contas das exposições, as quais, pela sua monumentalidade, envolviam certamente muitos recursos. Tudo me passava ao lado, pelo que pedi a demissão a 10 de Agosto de 2007, tal como já tinham feito o cónego Aparício e o arquitecto Jorge Moreira."

Também este sacerdote assegura que ignorava por completo o facto de haver duas empresas do director e da mulher que prestavam serviços à diocese. D. João Marcos faz saber que também o desconhecia. "Se essa informação existia, não foi transmitida", garante um seu colaborador.

"Não ficou nada"

Sobre o que ficou na diocese do projecto Atlas e dos mais de 500 mil euros que a igreja nele investiu (437.677 do subsídio restituído mais uma quantia não apurada que cabia à diocese no financiamento do Atlas), responde o padre Manuel António, pároco de Grândola, que preside à Comissão de Arte Sacra da diocese, órgão que substituiu o DPHA. "Nada do que terá sido feito no âmbito do Atlas ficou na diocese. Se foi feito um inventário do património, não está na sua posse. Ficaram alguns computadores, mas nem sei se funcionam."

Outra história conta António Falcão. "No dia 21 de Maio de 2016, desloquei-me a Beja para fazer entrega das instalações do DPHA, equipamentos e documentação, chaves, etc. Não foi possível entregar tudo no mesmo dia, finalizando-se em 4 de Junho de 2016 e 8 de Setembro de 2017."

Falcão exibe "termos de entrega" assinados por responsáveis da diocese, mas não são descritos os itens restituídos. Questionado sobre o destino que foi dado aos equipamentos informáticos, responde: "Ficaram lá. Não eram grande coisa, mas ficaram." Sobre o software adquirido à Softlimits, nada esclarece.

O balancete analítico da diocese relativo a 2013 (o único que o PÚBLICO localizou) indica que, nesse ano, foram pagos 103.722 euros à SPCRBC e 82.920 euros à Lastshadow, além dos 12.453 recebidos pela primeira por conta do Atlas e dos 48.900 recebidos pela segunda no âmbito do Festival Terras Sem Sombra. Nesse ano, a facturação total das duas empresas (cerca de 230 mil euros) ultrapassou as vendas à diocese em pouco mais de 15 mil euros.

Quanto aos valores totais pagos pela diocese às duas empresas desde a sua criação até à extinção do DPHA, os empresários escusam-se a responder e a diocese também não avança um número definitivo. Muitos desses pagamentos, afirma o mesmo colaborador do bispo, não constam da contabilidade e eram feitos através de contas movimentadas por Falcão a que os representantes legais da igreja não têm acesso. Segundo os documentos localizados pelo PÚBLICO, foram pagos perto de 400 mil euros apenas entre 2010 e 2014.''

In: PÚBLICO, 3 de Julho de 2020, 22:00 --Rtws123 (discussão) 19h44min de 16 de janeiro de 2021 (UTC)Responder

Conflito de Interesse[editar código-fonte]

Durante a discussão sobre a manutenção ou não deste artigo, apurou-se que uma parte considerável das edições foi feita por uma Margarida Fortuna.

O biografado esteve envolvido em polémicas com a Diocese de Beja e a referida Margarida Fortuna foi signatária de um texto público, a defendê-lo, texto esse que deu origem a réplica da Diocese de Beja. Vide: https://diariodoalentejo.pt/pt/opiniao/11167/a-proposito-do-patrimonio-religioso-da-diocese-de-beja.aspx

A referida Margarida Fortuna identificou-se, na discussão como "investigadora de temas relacionados com o património e a cultura do Sul de Portugal". Fazendo uma busca no Google é possível apurar a existência de várias Margaridas Fortuna, mas nenhuma a actuar nessa área. Fiz alguns contactos com pessoas ligadas a essa área do património na zona sul do país e ninguém me identificou nenhuma Margarida Fortuna, o que não deixa de ser estranho.

Parece-me possível tratar-se de um pseudónimo, no caso do citado artigo em que defende o biografado na referida polémica, e de uma conta aqui criada apenas para intervenções ligadas ao biografado, como se pode depreender do histórico de edições dessa conta.

A própria, quando confrontada, na discussão que referi, admitiu ser a signatária do artigo em que toma partido do biografado.

Concluo, assim, que há uma forte probabilidade, parece-me, de Margarida Fortuna não ter existência real e ser uma conta de alguém próximo do biografado, com claro interesse na sua promoção e na limpeza da sua imagem perante a polémica.

Parece-me evidente a parcialidade da mesma nas edições que fez no artigo.

Hoje, foi criada mais uma conta com intervenções exclusividade relacionadas com o biografado (https://pt.wikipedia.org/wiki/Especial:Contribui%C3%A7%C3%B5es/Jos%C3%A9_Pedro_Correia_de_Matos), tal como acontece com as seguintes contas:

Constato também que os editores não registados apresentam IPs que são, muitos deles, de Santarém (pesquisando nas ferramentas do Google).

Coincidência ou não, o biografado reside em Santarém, como se pode ver em https://publicacoes.mj.pt/Pesquisa.aspx, pesquisando pelo NIPC 510207995 (informações públicas).

Acredito que sejam coincidências.

Assim sendo, e concluindo, parece-me que o artigo, a manter-se, deverá ser revisto por um editor mais "oficial", com autoridade, para um tom neutro, isento e imparcial, e sujeito a vigilância, de forma a que a Wikipédia não seja instrumentalizada para promoções e causas, como acontece claramente neste artigo. --Rtws123 (discussão) 22h30min de 16 de janeiro de 2021 (UTC)Responder