Coloração em animais

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Navegação no histórico de edições: ← ver edição anterior (dif) ver edição seguinte → (dif) ver última edição → (dif)

A coloração em animais possui implicações relacionadas principalmente a três processos: termorregulação, comunicação intra e interespecífica e evasão à predaçãoErro de citação: Elemento de fecho </ref> em falta para o elemento <ref>[1][2][3] [4]. Populações do peixe Gasterosteus aculeatus diferenciadas em cor e morfologia, são um bom exemplo desta situação. Nesta espécie são conhecidas duas formas: uma preta, com espinhos pélvicos desenvolvidos, média de sete placas laterais e ausência de pigmentação vermelha na garganta de machos sexualmente maduros; e outra (forma leiurus) menor, com espinhos pequenos, cinco placas laterais e machos com pigmentação vermelha. As características da forma preta parecem ter evoluído na presença de predadores e, na ausência destes, a forma leiurus é mais frequente [5]. Hagen et al. [2] demonstraram ainda que a forma preta é mais eficiente na defesa do território reprodutivo quando o competidor Novumbra hubbsi ocorre em simpatria. Quando Novumbra não está presente ocorre seleção sexual favorecendo a forma vermelha.

Em muitos casos, padrões de coloração têm sido interpretados como resultado de um processo evolutivo direcionado pela predação por animais visualmente orientados. Neste sentido, existem duas rotas evolutivas possíveis. Na primeira, as cores da presa assemelham-se a uma parte aleatória do substrato, tornando-a críptica e dificultando sua detecção pelos predadores; na segunda a presa anuncia sua presença através de cores vistosas, que contrastam com o substrato. Neste caso, as presas conspícuas são favorecidas por possuírem compostos químicos ou características estruturais que as tornam impalatáveis ou por serem semelhantes a animais impalatáveis. Presas palatáveis também podem desenvolver cores vistosas quando apresentam características comportamentais que dificultem sua captura.

Animais com cores conspícuas e propriedades tóxicas (ou outras características que possam inibir a iniciativa de captura pelo predador) são chamados aposeméticos [6][7][8]. Os predadores podem associar as cores de presas aposemáticas a experiências prévias desagradáveis ou tentativas frustradas de captura, evitando investir contra animais que as possuam.

São conhecidos vários exemplos onde predadores visualmente orientados podem ser responsáveis pela origem e manutenção de polimorfismo balanceado produzido por seleção apostática, polimorfismo para camuflagem, polimorfismo mimético do tipo Batesiano ou Mülleriano e polimorfismo de animais aposemáticos.

Referências

  1. Stiles, E. W. 1979. Evolution of color patterns and pubescence characteristics in male bumblebees: automimicry vs. thermoregulation. Evolution 33: 941-957.
  2. a b Hagen, D.W.; Moodie, G.E.E. & Moodie, P.F. 1980. Polymorphism for breeding colors in Gasterosteus aculeatus II. Reproductive success as a result of convergence for a threat display. Evolution 34: 1050-1059.
  3. Heal, J.R. 1982. Colour patterns of Syrphidae. IV. Mimicry and variation in natural populations of Eristalis tenax. Heredity 49: 95-109.
  4. Brakefield, P.M. 1985. Polymorphic Mullerian mimicry and interactions with thermal melanism in ladybird and soldier beetle: a hypothesis. Biological Journal of the Linnean Society 26: 243-267.
  5. Moodie, G.E.E. 1972. Predation, natural selection and adaptation in an unusual threespine stickleback. Heredity 28: 155-167.
  6. Brower, L.P. & Brower, J.V.Z. 1964. Birds, butterflies and plant poisons: a study in ecological chemistry. Zoologica 49(3): 137-158.
  7. Rothschild, M. & Kellett, D. 1972. Reactions of various predators to insects storing heart poisons. Journal of Entomology A 46: 103-110.
  8. Edmunds, M. 1974. Defense in animals. Longman, Essex.

Referência

  • Este artigo foi inicialmente baseado no artigo sob a licença Creative Commons Atribuição 3.0:
VASCONCELLOS-NETO, J., GONZAGA, M.. EVOLUÇÃO DE PADRÕES DE COLORAÇÃO EM ARTRÓPODES. Oecologia Australis, América do Norte, 8, mai. 2010. Disponível em: http://www.oecologiaaustralis.org/ojs/index.php/oa/article/view/472/408. Acesso em: 31 jul. 2011.