Fortins do Porto (Vila do Porto)

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Os chamados Fortins do Porto localizavam-se no porto da Vila, na freguesia da Vila do Porto, concelho de mesmo nome, a sudeste na ilha de Santa Maria, nos Açores.

Localizados ao nível do mar, tinham a função de defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperavam com o Forte de São Brás de Vila do Porto.

História[editar | editar código-fonte]

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referida uma estrutura como "O Forte sobre o Porto." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[1]

Poucos anos mais tarde, o padre António Cordeiro, descreve-o como um dos dois fortes da vila:

"A defeza desta Villa, & de toda a Ilha, era de antes pouca, sendo que tem huma legoa de pòstos [portos] por onde podia ser entrada, & o foy então tres vezes, de Mouros, Inglezes, & Franceses; mas depois se lhe fizerão no Castello da praya dous Fortes com quatorze peças, & adiante hum Forte com algumas; na Villa dous Fortes com sua artelharia; o que tudo não só manda o Governador, & Capitão Donatario, [...] mas immediatamente hum Capitão de artelharia com trinta Artilheiros, além do Capitão mor, officiaes, & gente da ordenança; que quando pelas mais partes da Ilha, he por natureza inconquistavel, havendo alguem que das rochas só com pedras a defenda."[2]

FIGUEIREDO, em 1815 refere: "Sahindo do Porto da Villa para o Oeste a primeira cousa que se encontra são duas ribeiras uma chamada do Sancho e outra dos Poços (correm só d'inverno) e vazão em um só logar no porto geral da Villa, chamado do Peixe, com um rasteiro e pequeno castello."[3] E complementa:

"(...) Mais ao Oeste fica o desagoadouro da ribeira geral no Calhao da Roupa onde tem o porto com duas baixas uma Grande e outra Raza. A terra d'estas baixas estão dois castellos que defendem a Villa chamado um de S. Bras e outro d'Areia."[4]

E finaliza: "Abaixo d'este castello [de São Brás] há dois fortins chamados da Areia, no Porto da Villa e rasteiros com o mesmo porto."[5]

Nenhuma destas estruturas no porto chegou até aos nossos dias.

Referências

  1. "Fortificações nos Açores existentes em 1710" in Arquivo dos Açores, p. 180. Consultado em 8 dez 2011.
  2. CORDEIRO, António (Pe.). História Insulana das Ilhas a Portugal sugeytas no Oceano Occidental. Lisboa, 1717. p. 106.
  3. FIGUEIREDO, 1960:219.
  4. FIGUEIREDO, 1960:222.
  5. FIGUEIREDO, 1960:224.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que se achão ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração d'aquelles que se podem desde ja desprezar." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 267-271.
  • CASTELO BRANCO, António do Couto de; FERRÃO, António de Novais. "Memorias militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como maritima, em que se contém as obrigações dos officiaes de infantaria, cavallaria, artilharia e engenheiros; insignias que lhe tocam trazer; a fórma de compôr e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças, etc.". Amesterdão, 1719. 358 p. (tomo I p. 300-306) in Arquivo dos Açores, vol. IV (ed. fac-similada de 1882). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 178-181.
  • CORDEIRO, António (Pe.). História Insulana das Ilhas a Portugal Sujeytas no Oceano Occidental. Terceira (Açores): Secretaria Regional de Educação e Cultura, 1981.
  • FIGUEIREDO, José Carlos de. "Descripção da Ilha de Sancta Maria por José Carlos de Figueiredo, Tenente Coronel d'Engenheiros, que em 1815 ali foi em Comissão". Insulana, vol. XVI (2º semestre), 1960. p. 205-225.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]