Francisco Antônio de Carvalho Lima Junior

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Francisco Antônio de Carvalho Lima Junior
Nascimento 4 de junho de 1859
Morte 1 de fevereiro de 1929
Cidadania Brasil
Ocupação escritor, poeta

Francisco Antônio de Carvalho Lima Junior, (Itabaiana, 4 de junho de 1859 - Rio de Janeiro, 1 de fevereiro de 1929), foi um poeta e republicano emérito.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Itabaiana em 4 de Junho de 1859 e morreu no Rio Janeiro em 1 de Fevereiro de 1929. Foi republicano emérito e trabalhou pela Proclamação da República nos municípios de Penedo, Triunfo, Traipú, São Brás em Alagoas: em (Vila Nova), hoje Neópolis, Propriá, Gararu, Porto da Folha, em Sergipe. Autor da “Historia dos limites entre Sergipe e Bahia”.

“Desde jovem se revelou sempre um gênio bondoso e altivo. Inteligência valente, vantajosamente borrifada de vários conhecimentos, pela leitura de gabinete, pois não conquistou a ciência regular, ministrada em alguma faculdade. [...] Trabalhou; lutou; afanou-se; excedeu-se. [...] Ninguém fez mais do (sic) ele em prol da democracia brasileira, em Sergipe.” (GOES, 2005, p. 44-5)

Sendo autodidata, foi um dos mais ilustres homens das letras em nossa terra. A sua afeição à leitura e à escrita levam-nos a dividir sua produção intelectual em: literária (poesia, contos, dramaturgia, biografias, romance) e científica (artigos, escritos históricos e geográficos, políticos); deixando para a posteridade inúmeros artigos em diversos jornais de Sergipe, Alagoas, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, almanaques sergipanos e livros. Homem de grande moral, dignidade e altivez não se deixou levar por favores políticos e interesses inidôneos, por isso não foi contemplado como deveria ter sido em seus trabalhos intelectuais (SANTOS, 2002, p. 7-42), mesmo assim, merecidamente, é patrono da Cadeira de nº. 11 da Academia Sergipana de Letras, tendo seu nome inscrito em uma das artérias e escola da sua terra natal. Contudo, isso não exaure a necessidade flamejante de se estudar sua produção historiográfica e literária que dorme em berço eterno.

A produção poética de Lima Júnior das últimas décadas do século XIX está inserida, de acordo com Jackson da Silva Lima, na fase romântica. Segundo o crítico literário, “das diversas tendências poéticas que se sucederam, é impressionante a vitalidade da intuição romântica, a sua sobrevivência parcial ao longo dos tempos, numa espécie de reencarnação literária” (SILVA, 1986, p. 67). Enquanto isso, a nível nacional, os poetas estavam “forrados por ingênuo materialismo e fortes convicções antimonárquicas, pretendiam demolir, á força de versos libertários, os pilares do conservantismo romântico que se ajustara tão bem ao sistema de valores do Segundo Reinado” (BOSI, 1978, p. 244). A marca romântica em Sergipe é visível nos poemas de Lima Junior e o caracterizamos na sua primeira e segunda fase desse movimento literário. Entre os poemas que estão na fase romântica citamos “A Sertaneja” e “Não Olhes”.

O poeta serrano foi inserido na sistematização de Sílvio Romero que estabeleceu quatro grupos distintos os quais teriam um chefe e estariam num mesmo período cronológico. Portanto, na concepção Romeriana, o ilustre poeta serrano faria parte do terceiro grupo de poetas sergipanos. Esse grupo seria chefiado pelo próprio Sílvio Romero e dele participariam além de Lima Júnior, Filinto Elísio do Nascimento, Jason Valadão, Prado Sampaio, Joaquim Fontes e Manoel dos Passos de Oliveira Teles (ROMERO, 2001, p. 13-14).

As produções literárias de Lima Júnior encontram-se esparsas em diversos jornais, almanaques e revistas em Sergipe e outros estados da federação brasileira (NUNES, 2002, p. 292). Neste trabalho, destacamos a obra poética “Pátria”, que foi impressa pela Tipografia Progresso de Porto/Portugal em 1909 e outras poesias, como: Sodoma e Gomorra (1876); Harmonias da Natureza (1882); A Aurora (1882); Ouve-me (1882); Teus Olhos (1882); Combate Interior 1883); Nunca Vi (1888); O vôo da Águia (1888); Ela (1888); Uns Seios (1892) e outras.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ALMEIDA, Serafim Vieira de. Anthologia de Poetas Sergipanos. São Paulo: Typ. cupolo, 1939;
  • BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1978;
  • GOES, Baltazar. A República em Sergipe. 2 ed. Aracaju: Secretaria de Estado da Cultura, 2005, p. 43-45;
  • GUARANÁ, Armindo. Dicionário Biobibliográfico Sergipano. Rio de Janeiro: Estado de Sergipe, Empresa Gráfica Editora Paulo, Pongetti e C., Rio de Janeiro, 1925;
  • LIMA, Jackson da Silva. História da Literatura Sergipana. Aracaju: FUNDESC, 1986, p. 67; p. 105-15;
  • NUNES, Maria Thétis. Sergipe provincial II (1840/1889). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; Aracaju,SE: Banco do Estado de Sergipe, 2006, p. 292;
  • ROMERO, Sílvio. Parnaso Sergipano. Org. Luiz Antônio Barreto. Rio de Janeiro: Imago; Aracaju: UFS, 2001, p. 13-4;
  • SANTOS, José Wilson Moura. A historiografia de Francisco Antônio de Carvalho Lima Júnior: Introdução e antologia. São Cristóvão: 2002. (monografia de conclusão de curso em licenciatura em História pela UFS), p. 7-42.