Inquisição romana

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A Inquisição romana, também chamada de Congregação do Santo Ofício, foi um sistema de tribunais desenvolvido pela Santa Sé, durante a segunda metade do século XVI, responsável por julgar indivíduos acusados de um vasto leque de crimes relacionados com a heresia, incluindo a feitiçaria, a imoralidade, blasfêmia, bruxaria, judaizantes e, bem como para a censura da literatura impressa. Foi criada em 1542, originalmente concebido para combater a propagação do protestantismo na Itália, pelo Papa Paulo III. Era um organismo bastante diferente da Inquisição medieval, pois era uma assembleia permanente de cardeais e outros prelados que não dependem do controle episcopal. O seu âmbito de ação foi alargado a toda a Igreja Católica. Sua principal tarefa era examinar a integridade e conformidade da católica, investigar heresias e doutrinas contrárias aquela ensinada pelo magistério romano.

Galileu Galilei perante o Santo Ofício, por Joseph-Nicolas Robert-Fleury (século XIX).

Foram instituídos tribunais territoriais com jurisdição exclusiva para todos os casos de heresia. Acima deles, foi fundado um organismo central com sede em Roma composto de sete cardeais e sob o controle direto do pontífice, que participava de todas as sessões. O organismo podia investigar também outros prelados e tinha jurisdição em todo o território cristão, mas na verdade tratou principalmente das questões italianas.

No início, a atividade da Inquisição romana limitou-se a Itália, mas quando Gian Pietro Carafa foi eleito papa, como Paulo IV em 1555, começou a perseguir muitos suspeitos de heterodoxia, entre os quais vários membros da hierarquia, como o cardeal inglês Reginald Pole.

Em 1600, foi julgado, condenado e executado o filósofo Giordano Bruno. Em 1633, foi julgado e condenado Galileo Galilei, que morreu em prisão domiciliar.

A última ação notável da Inquisição romana ocorreu em 1858, em Bolonha, quando os agentes da Inquisição seqüestraram um menino judeu de 6 anos de idade, Edgardo Mortara, separando-o de sua família.[1] O inquisidor local tinha aprendido que o menino estava secretamente batizado por sua babá. O Papa Pio IX levou o menino como um católico para Roma. O pai do menino, Momolo Mortara, passou anos à procura de ajuda em todos os quadrantes, inclusive internacionalmente, para tentar recuperar seu filho. O caso recebeu atenção internacional e alimentou a sentimentos antipapais que ajudaram o movimento de nacionalismo italiano [2].

Em 1965, o Papa Paulo VI reorganizou o Santo Ofício, chamando o de Congregação para a Doutrina da Fé.

Ver também

Referências

  1. Kertzer, David I. (1997). The Kidnapping of Edgardo Mortara. [S.l.]: Knopf. ISBN 0679450319 
  2. David Rabinovitch, producer, director (Maio 2007). «The End of the Inquisition». Secret Files of the Inquisition. PBS