João Maria de Sousa de Almeida

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João Maria de Sousa Almeida, 1º barão de Água-Izé (Ilha do Príncipe, 12 de Março de 1816 - Ilha de São Tomé, 17 de outubro de 1869), foi um abastado proprietário de São Tomé e Príncipe. Tenente-coronel dos Voluntários de Benguela, era filho de Manuel da Vera Cruz e Almeida e de D. Pascoela de Sousa Leitão da Ilha de Príncipe, filha do Capitão João Mathias de Sousa e de D. Antónia Gomes dos Santos, ambos de São Tomé. Manuel da Vera Cruz e Almeida natural da freguesia de Vera Cruz da Baía, Brasil era filho do Governador de São Tomé e Príncipe António de Almeida Viana, e de D. Ana da Assunção. origem negra,[1] poeta, agricultor e traficante de escravos foi o impulsionador da cultura de cacau em São Tomé e Príncipe e foi também o primeiro a trazer para aí a árvore fruta-pão.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

A família do barão possuía um solar na ilha do Príncipe, sendo o pai coronel e proprietário de terras.

João Maria foi escrivão, comerciante em Angola e em 1845 viajou para Portugal. De Lisboa seguiu para conhecer a Europa e, posteriormente, o Brasil. Aí ficou a conhecer a vida e a organização nas plantações.

Quando regressou a São Tomé, em 1853, trouxe café, tabaco, óleo de palma e cacau - a que ele chamava a "árvore dos pobres".

Dois anos depois já o produzia numa roça nas imediações da Praia-Rei, hoje Água Izé.[3]

Em 1858 publicou um estudo sobre como plantar, colher e conservar cacau e, dez anos depois, recebeu o título de barão de Água Izé.

Foi ainda presidente da câmara municipal da cidade de São Tomé, mas além dos seus feitos políticos e agrícolas, ganhou notoriedade de outra forma, através do medo, havendo até uma lenda sobre ele que chegou aos nossos dias. Além dos maus-tratos e dos castigos aos trabalhadores, o barão era conhecido pelas pretensas capacidades sobrenaturais. Dele ainda hoje se diz que entrava de cavalo na Boca do Inferno, junto à Roça de Água Izé, e saía instantes depois perto de Cascais, na outra Boca do Inferno que aí fica.[2]

Distinções[editar | editar código-fonte]

  • Barão de Água-Izé[4]
  • Fidalgo do Conselho de SMF
  • Fidalgo da Casa Real
  • Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada
  • Comendador da Ordem Militar de Cristo
  • Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa

Referências

  1. Roça Água Izé, por Mónica Lisa Antão Fernandes, Universidade de Lisboa, Faculdade de Arquitetura, 9-Out-2018
  2. a b Ricardo Santos (16 de Setembro de 2020). «Cacau de sangue». Diário de Notícias. (pede subscrição (ajuda)) 
  3. Apesar de todo o próspero crescimento, em 1884, deu-se uma crise financeira que acabaria por tornar a roça numa grande devedora ao Banco Nacional Ultramarino, levando à falência os herdeiros do 1º Barão. No ano seguinte, o Conde de Sousa Faro toma a gestão fazendo notáveis investimentos nas propriedades durante a sua administração. - Roça Água Izé, por Mónica Lisa Antão Fernandes, Universidade de Lisboa, Faculdade de Arquitetura, 9-Out-2018
  4. Albano Anthero da Silveira Pinto e Visconde de Sanches de Baena (1883). «Resenha das Famílias Titulares e Grandes de Portugal, Tomo I, página 8» 
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