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Tride Tsuktsen

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(Redirecionado de Mé Aktsom)
Tridé Tsuktsen
ཁྲི་ ལྡེ་ གཙུག་ བརྟན

4º Monarca do Império Tibetano
37º Tsanpo de Bod
Reinado 705 – 755
Antecessor(a) Tridu Songtsen
Sucessor(a) Trisong Detsen
Nascimento 704
  khri-lde-gtsug
Morte 755 (51 anos)
  Lassa
Sepultado em Qonggyai
Nome de nascimento Rgyal Gtsug ru
Esposas Princesa Jincheng (da China)
ljang-mo khri-btsun (de Nanchao)
sna-nam-bza' mang-po-rje bzhi-steng
Pai Tridu Songtsen
Mãe Tsenma Toktokteng

Tridé Tsuktsen (em tibetano: ཁྲི་ ལྡེ་ གཙུག་ བརྟན, Wylie: khri lDe gtsug btsan, apelidado de Me Agtsom (em tibetano: མེས་ ཡག་ ཚོམས, Wylie: mes ag tshoms, 704 – 755 ), foi imperador do Império Tibetano entre 705 e 755

Filho de Tridu Songtsen e sua rainha, Tsenma Toktokteng (Wylie: bTsan ma thog thog steng). Tridé Tsuktsen é geralmente conhecido pelo apelido de Me Agtsom (Avô barbudo), que lhe foi dado anos depois porque ele era muito cabeludo. [1]

Seu pai, morreu em 704 em batalha no território Mywa no Reino de Nanchao, no mesmo ano de seu nascimento. [2]

Luta pelo trono

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Não está muito claro, entretanto, a partir das fontes, exatamente o que aconteceu após a morte de Tridu Songtsen. De acordo com os anais tibetanos, "aquele que seria coroado rei" (ou seja, Mes-ag-tshoms) Nasceu na primavera de 704, poucos meses antes da morte de seu pai. Houve uma disputa entre seus filhos, mas depois algum tempo o povo colocou Tride Tsuktsen, aos sete anos, no trono [2]

De acordo com os Antigos Anais Tibetanos no inverno de 704-705, Lha (Balpho ou Lha Balpo), um dos filhos de Tridu Songtsen, assumiu o trono, mas Thrimalö (Wylie: khri ma lod), a imperatriz viúva, esposa do segundo imperador, Mangsong Mangtsen, e mãe de Tridu Songtsen, destronou Lha em favor do bebê Rgyal Gtsug ru, o futuro imperador Tride Tsuktsen, popularmente conhecido como Me Agtsom. Revoltas e execuções acompanharam o golpe virtual, mas os Anais Tibetanos e as fontes chinesas têm pouco a informar sobre elas. Lha aparentemente não foi morto, mas apenas forçado a uma semi-aposentadoria. Foi assim, talvez, o Imperador aposentado Lha que realmente recebeu e se casou com a princesa chinesa Jincheng em 710. [3] Em qualquer caso, o Tibete experimentou neste período mais inquietações internas do que externas pois estava visivelmente em paz com China, já que o Imperador Zhongzong havia restabelecido a dinastia, após Wu Zetian abdicar. [4]

Seja qual for o caso, Tridé Tsuktsen foi coroado rei em 705, [5] embora ele não tenha sido formalmente entronizado até a morte de Thrimalö em 712. [6]

A Princesa Jincheng e o Budismo

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A princesa chinesa Jincheng (? -739), filha adotiva do imperador Zhongzong de Tang (r. 705-710), foi enviada ao Tibete em 710, onde, segundo a maioria das fontes, se casou com Tridé , que teria apenas seis ou sete anos na época. [7] Ela era conhecida no Tibete como Princesa Gyim Shing ou Rainha Mãe chinesa Ong Cho (Wylie: gyim shing kong jo, rgya bza 'rjes ma ong co), ou simplesmente Kim Sheng, e era uma budista devota. [8]

Cinco templos budistas foram construídos nesta época por seu pedido: 'Ching bu nam ra, Kwa chu em Brag dmar, 'Gran bzang, 'Khar brag e sMas gong. [9]

Monges budistas de Cotã, fugindo das perseguições de um rei anti-budista, receberam refúgio de Kim Sheng por volta de 737. Esta história é registrada no Li yul lung btsan pa,Profecia do País Li, uma história budista de Cotã preservada como parte do Tengyur. [10]

Jincheng morreu durante um surto de varíola entre 739 e 741. Após a morte da princesa chinesa surgiram facções anti-budistas que afirmavam que a epidemia ocorria pelo apoio do rei e da rainha ao budismo. [11]

Morte e sucessão

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Aparentemente, Tridé Tsuktsen foi assassinado em uma revolta no palácio patrocinada por dois ministros em 755, como o pilar erguido posteriormente em em frente ao Palácio de Potala indica. Ele foi sucedido por seu famoso filho pró-budista, Trisong Detsen. [12]

Precedido por
Tridu Songtsen
37º Tsanpo do Tibete
705 – 755
Sucedido por
Trisong Detsen


Referências

  1. Tuttle, Gray; Schaeffer, Kurtis R. (2013). The Tibetan History Reader (em inglês). [S.l.]: Columbia University Press, 717 
  2. a b Powers, John; Templeman, David (2012). Historical Dictionary of Tibet (em inglês). [S.l.]: Scarecrow Press, p. 363 
  3. Kapstein, Matthew T. (2002). The Tibetan Assimilation of Buddhism:. Conversion, Contestation, and Memory (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press, p. 216 
  4. Beckwith, Christopher I. (1993). The Tibetan Empire in Central Asia:. A History of the Struggle for Great Power Among Tibetans, Turks, Arabs, and Chinese During the Early Middle Ages (em inglês). [S.l.]: Princeton University Press, p. 70 
  5. «Documents de Touen-Houang relatifs à L'histoire de Tibet». INDIAN CULTURE, p 40 (em inglês). Consultado em 3 de novembro de 2020 
  6. Beckwith (2020). The Tibetan Empire in Central Asia (em inglês). [S.l.]: p. 227 
  7. Gao, Fen; Li, Qiang (2019). Silk Road:. The Study Of Drama Culture (em inglês). [S.l.]: World Scientific, p. 364 
  8. Sørensen, Per K. (1994). The Mirror Illuminating the Royal Genealogies:. Tibetan Buddhist Historiography (em inglês). [S.l.]: Otto Harrassowitz Verlag, p. 181 
  9. Wangdu, Pasang; Diemberger, Hildegard (2000). DBa' Bzhed (em inglês). [S.l.]: Verlag der Österreichischen Akademie der Wissenschaften, p. 34 
  10. Baumer, Christoph (2018). History of Central Asia, The:. 4-volume set (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Publishing, p. 292 
  11. Poceski, Mario (2014). The Wiley Blackwell Companion to East and Inner Asian Buddhism (em inglês). [S.l.]: John Wiley & Sons, p. 141 
  12. Whiting, Marvin. Imperial Chinese Military History (em inglês). [S.l.]: iUniverse, p. 291