O Feiticeiro (arte rupestre)

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Esboço do desenho de Henri Breuil

O Feiticeiro ou "o Grande Feiticeiro" é o nome de uma pintura rupestre do período paleolítico superior feita por volta de 13.000 a.C, encontrada na Caverna de Trois-Frères, na França.

O significado exato da pintura é desconhecido, mas o arqueólogo Henri Breuil especulou se tratar de uma representação de magia simpática, produzida com a finalidade de garantir a segurança dos caçadores, pois daria à eles poder espiritual sobre suas presas, em um contexto de ritual xamânico.[1]

A pintura, de acordo com o desenho mais conhecido, apresenta cabeça de cervo com grandes galhadas, rosto de coruja, orelhas de lobo e barba de camurça, braços que terminam em patas de urso, pernas e pés humanos.[2]

Interpretação de Henri Breuil[editar | editar código-fonte]

Henri Breuil afirmou que a pintura representava um xamã ou grande mágico. [3] Essa interpretação, notadamente presente na antropologia do início do século XX, foi posteriormente abandonada.[4]

Crítica[editar | editar código-fonte]

Estudos posteriores colocam em dúvida o esboço de Breuil. Fotografias modernas não mostram todos os elementos apresentados pelo arqueólogo, mas também é possível que detalhes tenham se deteriorado desde a descoberta da pintura.[5]

O historiador Ronald Hutton alegou que a figura pintada na parede da caverna não era a mesma desenhada por Henri Breuil, teorizando que o arqueólogo estaria tentando fornecer evidências para a tese de uso de magia de caça.[6]

Além disso, os historiadores Kevin Sharpe e Leslie van Gelder apontam que a pintura não teria conotação religiosa ou mística, mas seria uma forma de "arte". [7]

Apesar das criticas de diversos historiadores, o pré-historiador Jean Clottes afirma que o desenho de Henri Breuil é genuíno e correto.[8]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. ASLAN, Reza (2017). Deus: uma história humana. Rio de Janeiro: Zahar. p. 164 
  2. ELIADE, Mircea (2022). História das crenças e das ideias religiosas, volume 1. Rio de Janeiro: Zahar. p. 30 
  3. ELIADE, Mircea (2022). História das crenças e das ideias religiosas, volume 1. Rio de Janeiro: Zahar. p. 30 
  4. ASLAN, Reza (2017). Deus: uma história humana. Rio de Janeiro: Zahar. p. 28 
  5. ELIADE, Mircea (2022). História das crenças e das ideias religiosas, volume 1. Rio de Janeiro: Zahar. p. 30 
  6. Ucko, P. (1992). Subjectivity and the recording of Palaeolithic Cave Art, in T. Shay & J. Clottes (eds), The Limitations of Archaeological Knowledge, 141–180. Liege: University of Liege Press
  7. ASLAN, Reza (2017). Deus: uma história humana. Rio de Janeiro: Zahar. p. 165 
  8. Beachcombing (5 de julho de 2011). «Cave Art Cobblers?». Beachcombing's Bizarre History Blog. Consultado em 14 de abril de 2024