Chicomoztoc

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Imagem do códice Historia tolteca-chichimeca do século XVI, que representa a mítica Chicomóztoc.

Chicomóztoc (em náhuatl: chicomoztoc, lugar das sete cavernas’,chicome, sete; oztotl, caverna; e o sufixo c, lugar de) é o mítico lugar de origem dos povos Astecas, Tepanecas, Xochimilcas, Chalcas, Acolhuas, Tlahuicas e Tlaxcaltecas (as sete tribos nahuatlacas) da região central de México da Mesoamérica, no pós-clássico.

História[editar | editar código-fonte]

O papel de Chicomóztoc varia de acordo com a fonte consultada, do lugar inicial da peregrinação dos sete povos nahuatlacas, ao lugar de passagem de algumas das migrações que partiram de Aztlán [1] .

Segundo o Códice Boturini, depois de deixar Aztlán, a peregrinação chegou a Chicomóztoc onde permaneceram durante algum tempo. De Chicomóztoc o códice enumera sete migrações sequenciais: a primeira dos Xochimilcas, seguida pela dos Chalcas, dos Tepanacas, dos Alcohuas, dos Tlahuicas, um pouco mais tarde os Tlaxcaltecas e finalmente ainda mais tarde os Astecas [1] . Cabe ressaltar que muitos códices mencionam outras migrações que saíram de Chicomóztoc (apesar de não especificar se estes povos também saíram de Aztlán) como: os Cuitlahuica, os Mizquica, os Amecameca, os Huexotzinca, os Matlazinca, os Malinalca e os Cohuixca que povoaram o Cen Ānáhuac (em náhuatl: terra completamente rodeada pela água, ou seja, o mundo conhecido pelos nahuatlacas) [2].

Existe uma associação do Chicomóztoc com certas tradições relativas ao lendário Colhuacán (lugar dos antepassados) que foi visto como um lugar de prestigio e venerado pelos nahuatlacas. Na escrita em código nahua , o símbolo ou glifo que representa o topônimo de Colhuacán tomou a forma de uma colina torcida ou curva.

Alguns investigadores tentaram identificar Chicomóztoc com uma localização geográfica concreta, provavelmente entre 100 e 300 quilômetros a noroeste do Vale do México próximo da atual cidade de San Isidro Culhuacán.

Controvérsia Aztlan-Chicomostoc[editar | editar código-fonte]

Existe controvérsia sobre a relação entre estes dois lugares:

As Migrações[editar | editar código-fonte]

As datas em que as migrações ocorreram não são precisas. Dependendo da fonte ha diversas menções de quando chegaram, por isso na tabela abaixo estão indicados a primeira e a última menção, além da mais aceita [6]:

Povo Primeira Menção Última Menção Ano Proposto
Xochimilca 1180 1240 1200
Chalca 1200 1200 1200
Tepaneca 1150 1240 1200
Alcohua 1150 1270 1200
Tlaxcalteca 1210 1280 1220
Asteca 1240 1260 1250

Localização Proposta[editar | editar código-fonte]

Em Guanajuato, o "monte Culiacán" foi identificado como o Teocolhuacan Chicomoztoc das cronicas antigas. Este vulcão está localizado nas imediações de três municípios: Cortázar, Salvatierra e Jaral del Progreso.

Como seu antigo nome Chicomóztoc indica, no interior se localizam as sete cavernas principais das mais de 200 existentes no morro, entre nichos, abrigos rochosos e grutas de considerável profundidade. Nestas sete cavernas principais do morro, se apresentam evidencias de que o homem as conhecia e utilizava.

Referências

  1. a b Eduardo Matos Moctezuma, Tenochtitlan (em castelhano) Fondo de Cultura Económica, 2006 p. 30 ISBN 9789681681180
  2. Guillermo Marín. «LA CIVILIZACION DEL ANAHUAC». in Toltecayotl. Consultado em 5 de janeiro de 2016 
  3. Fernando Alvarado Tezozomoc, Crónica Mexicayotl Academia, 2004, ISBN 9783896652713
  4. Diego DuranHistoria de las Indias de la Nueva España e Islas de la Tierra Firme (em castelhano) J.M. Andrade y F. Escalante, 1807
  5. Bernardino de Sahagun, Historia general de las cosas de la Nueva España (Códice Florentino) (em castelhano) Linkgua digital, 2010 ISBN 9788498166873
  6. Smith, Michael. The Aztlan Migrations of the Nahuatl Chronicles: Myth or History. [S.l.]: Loyola University of Chicago