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Palácio Real (Milão)

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(Redirecionado de Palazzo Reale de Milão)
Palácio Real
Palácio Real (Milão)
Tipo museu de arte, edifício de museu, palácio real, city palace, palazzo, conjunto de edifícios
Administração
Proprietário(a) Comune di Milano
http://www.palazzorealemilano.it/ Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 45° 27' 46.994" N 9° 11' 28.151" E
Mapa
Localização Milão - Itália
Patrimônio Herança nacional italiana
O Palácio Real de Milão e a piazzetta, vistos do alto do Duomo.

O Palácio Real de Milão (em italiano, Palazzo Reale di Milano) foi por muitos séculos a sede administrativa e residência real da cidade de Milão, na Itália, sendo atualmente um importante centro cultural, sediando mostras e exposições.

Sob domínio dos Habsburgo, passou por uma grande remodelação arquitetônica a cargo do arquiteto italiano Giuseppe Piermarini, quando adquiriu feições neoclássicas. O palácio está situado à direita da fachada do Duomo, em posição oposta à famosa Galeria Vittorio Emanuele II. A fachada do palácio segue as linhas de um antigo pátio, formando uma entrada referente à Piazza del Duomo, chamada piazzetta reale.

Cabe destacar a Sala delle Cariatidi (Sala das Cariátides) no piso nobre do palácio, ocupando o lugar do antigo teatro, incendiado em 1776. É o único ambiente da edificação que sobreviveu ao massivo bombardeio da cidade em 1943, durante o qual se perderam os interiores neoclássicos.

Interiores neoclássicos do Palácio Real.

Sede do governo da cidade desde a Baixa Idade Média, já conhecido como Palazzo del Broletto Vecchio e também como Palazzo dell'Arengo[1], viu seu papel de centro político ser reforçado após a ocupação pelas famílias della Torre (ou Torriani), Visconti e Sforza. A partir de então, tornou-se cenário do pomposo cotidiano da corte, testemunhando nomeações e recepções solenes.[2]

Na segunda metade do século XVIII, em virtude do Tratado de Utrecht, Milão estava sob domínio da Áustria. O Palácio Real foi então revestido com ornamentos e decorações inspiradas no barroco tardio teresiano, antes de ser submetido à remodelação neoclássica no fim deste século, idealizada por Giuseppe Piermarini. Investido desde 1769 na função de Arquiteto Real Imperial da Lombardia, Piermarini manteve uma espécie de "monopólio arquitetural" sobre a região, supervisionando dezenas de projetos e empenhando-se em elevar os níveis de profissionalismo locais.[3] Projetou também, entre outros edifícios, o Teatro alla Scala, a célebre casa de ópera da cidade.

O Palácio foi originalmente projetado em um sistema de dois pátios, dos quais um foi parcialmente demolido durante a remodelação para abrigar a praça do Duomo. A fachada atual do palácio segue a linha do pátio demolido, formando uma entrada referente à Piazza del Duomo, chamada piazzetta reale, que se encontra à direita da fachada do Duomo, em posição oposta à Galeria Vittorio Emanuele II.[2]

Apoteose de Napoleão, Rei de Itália (1807), um dos afrescos de Andrea Appiani no Palácio Real que sobreviveram aos bombardeios da Segunda Guerra Mundial.

A remodelação ocorreu entre 1769 e 1778, coincidindo com os términos do trabalho no La Scala (1776-1778), resultando em um estilo híbrido, já definido como "neo-paladiano algo árido".[4] Piermarini convidou o também arquiteto e decorador Giocondo Albertolli (1742-1839) para decorar várias salas do palácio a partir de seus desenhos, entre elas a Sala das Cariátides, que levou dois anos para ser terminada.[5]

Após sua remodelação, tornou-se residência oficial dos regentes, abrigando Maria Teresa da Áustria, Napoleão Bonaparte, Fernando I das Duas Sicílias e a casa de Savoia.[2] Entre 1803 e 1807, Andrea Appiani, retratista oficial de Napoleão, executou um afresco monocromático monumental na Sala das Cariátides, celebrando as vitórias do imperador, hoje conhecido por meio de gravuras. Entre 1808 e 1810, Appiani executou uma outra série de afrescos de grandes dimensões no palácio, sendo o mais elaborado o que se realizou para a Sala do Trono (destinada a abrigar o favorito do imperador), intitulado O triunfo de Júpiter-Napoleão, dominando o mundo.[6]

Em 1920, o Palácio Real passou a ser propriedade estatal e foi aberto a visitas públicas. Os bombardeios de 1943 destruíram parte do edifício, que se encontra na terceira e última fase de um processo de restauração, iniciado há mais de vinte anos.[2]

Commons
Commons
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Referências

  1. Casati, Antonio (1859). Milano ed i principi di Savoia. cenni storici 2ª ed. Milão: S. Franco e figili. 11 páginas ; Arengo era um termo que identificava, durante a Idade Média, a assembléia de cidadãos de uma comuna ou município e, por extensão, o lugar onde esta se realizava. Broletto é outro termo medieval que designava, na Itália, a praça onde ocorriam as assembléias comunais Arengo: e broletto.
  2. a b c d «Palazzo Reale. Schede.». Comune di Milano. Consultado em 2 de novembro de 2009 
  3. Kirk, Terry (2005). The architecture of modern Italy. Nova Iorque: Princeton Architectural Press. 78 páginas. ISBN 9781568984209 
  4. Watkin, David (2005). A history of Western architecture. Londres: Laurence King Publishing. 411 páginas. ISBN 9781856694599 
  5. Campbell, Gordon (2006). The Grove encyclopedia of decorative arts. Nova Iorque: Oxford University Press US. 8 páginas. ISBN 9780195189483 
  6. Boime, Albert (1993). TArt in an age of Bonapartism. 1800-1815. Chicago: University of Chicago Press. 647 páginas. ISBN 9780226063362 

Ligações externas

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