Paratarsotomus macropalpi

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Paratarsotomus macropalpis é uma espécie de ácaro pertencente à família Anystidae.[1] Este ácaro é endêmico ao Sul da Califórnia e geralmente observado entre calçadas e áreas predegosas.[2] Antes classificado como Tarsotomus, foi reclassificado em 1999, juntamente com outras quatro espécies, para o gênero Paratarsotomus.[1] É um animal bastante pequeno—0.7 mm[3]—mas foi considerado como o animal terrestre mais rápido do mundo, considerando o comprimento de seu corpo.[4]

Descoberta[editar | editar código-fonte]

Um espécime foi coletado pela primeira vez por William A. Hilton de debaixo de rochas em Claremont, Califórnia. Foi classificado e nomeado como Tarsotomus macropalpis por Nathan Banks, cujo relatório foi publicado em 1916 [3]

Recorde de velocidade[editar | editar código-fonte]

O ácaro bateu o recorde com uma velocidade de 322 comprimentos de corpo por segundo (0,225 metros por segundo).[2] Essa velocidade deixa o último recorde para trás com folga, a Cicindela da Austrália Cicindela eburneola, o ex inseto mais rápido do mundo, de acordo com o comprimento do corpo, que bateu o recorde com 171 vezes o comprimento do próprio corpo por segundo ou 1.86 metro por segundo .[5] O guepardo, o animal terrestre mais rápido do mundo, que foi registrado com o máximo de 103 km/h,[6] fica com apenas 16 vezes o comprimento do próprio corpo por segundo.[2]

Uma câmera de alta velocidade foi usada para registrar a velocidade do ácaro, tanto na natureza quanto em laboratório. Um humano correndo na velocidade proporcional à do ácaro chegaria a atingir os 2.100 km/h. [4]

Além da incomum velocidade dos ácaros, os pesquisadores ficaram surpresos em descobrir os pequenos correndo em temperaturas acima de 60 ºC. Isso é relevante, pois tal temperatura é maior que a letal para a maioria das espécies de animais. Mais do que isso, os ácaros são capazes de parar e mudar de direção extremamente rápido.[4]

A descoberta alarga os limites do que é conhecido sobre a fisiologia do movimento de animais e da velocidade de estruturas vivas. A descoberta é considerada, pela equipe de pesquisadores, uma inauguração de novas possibilidades para o desenvolvimento de robôs e biomecânica.[4]

Referências

  1. a b Otto, J. C. (1999). «The taxonomy of Tarsotomus Berlese and Paratarsotomus Kuznetsov (Acarina : Anystidae : Erythracarinae) with observations on the natural history of Tarsotomus». CSIRO. Invertebrate Taxonomy. 13 (5): 749–803. doi:10.1071/IT97035. Consultado em 28 de abril de 2014 
  2. a b c Otto, J. C. (1999). «The taxonomy of Tarsotomus Berlese and Paratarsotomus Kuznetsov (Acarina : Anystidae : Erythracarinae) with observations on the natural history of Tarsotomus». CSIRO. Invertebrate Taxonomy. 13 (5): 749–803. doi:10.1071/IT97035. Consultado em 28 de abril de 2014 
  3. a b Otto, J. C. (1999). «The taxonomy of Tarsotomus Berlese and Paratarsotomus Kuznetsov (Acarina : Anystidae : Erythracarinae) with observations on the natural history of Tarsotomus». CSIRO. Invertebrate Taxonomy. 13 (5): 749–803. doi:10.1071/IT97035. Consultado em 28 de abril de 2014 
  4. a b c d Otto, J. C. (1999). «The taxonomy of Tarsotomus Berlese and Paratarsotomus Kuznetsov (Acarina : Anystidae : Erythracarinae) with observations on the natural history of Tarsotomus». CSIRO. Invertebrate Taxonomy. 13 (5): 749–803. doi:10.1071/IT97035. Consultado em 28 de abril de 2014 
  5. Otto, J. C. (1999). «The taxonomy of Tarsotomus Berlese and Paratarsotomus Kuznetsov (Acarina : Anystidae : Erythracarinae) with observations on the natural history of Tarsotomus». CSIRO. Invertebrate Taxonomy. 13 (5): 749–803. doi:10.1071/IT97035. Consultado em 28 de abril de 2014 
  6. Otto, J. C. (1999). «The taxonomy of Tarsotomus Berlese and Paratarsotomus Kuznetsov (Acarina : Anystidae : Erythracarinae) with observations on the natural history of Tarsotomus». CSIRO. Invertebrate Taxonomy. 13 (5): 749–803. doi:10.1071/IT97035. Consultado em 28 de abril de 2014