Pedro Fernandes da Alcáçova
Pedro de Alcáçova | |
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Escrivão da Fazenda de D. Afonso V e D. João II | |
Armas de Pedro ou Pêro de Alcáçova, no Livro do Armeiro-Mor | |
Consorte | Maria Fernandes de Sottomayor |
Nascimento | ? |
Morte | depois de 1509 |
Sepultado em | Convento dos Franciscanos de Alverca |
Pai | Fernão de Alcáçova, |
Mãe | ? |
Ocupação | Militar, Escrivão da Fazenda |
Filho(s) | Fernão de Alcáçova |
Filha(s) | Brites de Alcáçova, Margarida de Alcáçova, Isabel de Alcáçova |
Pedro Fernandes da Alcáçova foi um militar e administrador português.
Família[editar | editar código-fonte]
Filho de Fernão da Alcáçova e de sua mulher.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Foi Escrivão da Fazenda de D. Afonso V de Portugal,[1] o qual serviu na Tomada de Alcácer Ceguer e também nos lugares de África, em pessoa, com homens e armas, e todas as vezes que o monarca passou a África para combater os mouros, o acompanhou e serviu com muito amor, aturada e honradamente, com gastos de navios, armas e homens.
Quando o mesmo Rei e seu filho, o Príncipe D. João, foram à Tomada de Tânger e de Arzila, acompanhou-os Pedro Fernandes da Alcáçova, a quem o soberano revelara primeiramente o desejo de tomar os referidos lugares e o enviara ao Rei de Fez para obter as informações precisas para tais conquistas, do que ele deu boa e certa informação, apontando ao Rei ainda outros ardis para a sua tomada. Por confiar D. Afonso V da descrição feita por Pedro Fernandes da Alcáçova[1] é que se resolveu a passar a África para realizar tal intento e conquistou Tânger, Arzila e Alcácer Ceguer.
Pelo merecimento de armas, honra e maior glória de Pedro Fernandes da Alcáçova o armou aí Cavaleiro. Com grandes despesas de homens, cavalos e armas serviu os dois Reis na entrada e guerra de Castela e noutras coisas do Reino, de muito segredo e confiança.
Foi também Escrivão da Fazenda de D. João II de Portugal[2] e Cavaleiro da Casa deste último, que a 14 de Janeiro de 1491 lhe deu Carta de Brasão de Armas, de Mercê Nova, em remuneração de todos os seus feitos e serviços.
As suas Armas são: de azul, com uma alcáçova com três muralhas e cinco torres tudo de prata, aberta, iluminada e lavrada de negro; timbre: a alcáçova do escudo.[2] [3]
Foi sepultado no Convento dos Franciscanos do termo de Alverca, fundado em 1546[4] por seu neto, D. Pedro de Alcáçova Carneiro, 1.º Conde de Idanha-a-Nova, na capela maior da parte do Evangelho, com o seguinte letreiro sobre a sepultura:
Sepultura de Pedro Alcaçova e de Mª Fz Sotomayor sua m.er [1]
Casamentos e descendência[editar | editar código-fonte]
Casou primeira vez com Leonor Álvares (Coutinho?), já viúva de Vasco Lourenço, de quem foi segundo marido, sem geração.[1]
Casou segunda vez com Maria Fernandes de Sottomayor, filha de Mestre Fernando e de sua mulher, de quem teve um filho e três filhas:
- Fernão de Alcáçova, casado com Brianda de Anaia, filha de Pedro de Anaia e de sua mulher Catarina Nunes do Carvalhal, sem geração
- Brites da Alcáçova, casada com António Carneiro, donatário da ilha do Príncipe, por seis cartas régias de março e abril de 1500,[2] com geração; deles descenderam os Alcáçova Carneiro, que tiveram papéis preponderantes na política e foram Condes de Idanha-a-Nova (por alvará de 01.08.1582 e carta de 02.01.1584)[2], Condes da Ilha do Príncipe (por carta de 04.02.1640),[2] e alcaides de Campo Maior e Ouguela,[5] entrando por aliança em todas as grandes Casas do Reino
- Margarida da Alcáçova, casada com João da Fonseca, 1.º Senhor das Ilhas de Santo Antão, Corvo e Flores, com geração
- Isabel da Alcáçova (? - d. 1525), casada com Francisco de Matos, com geração
Referências
- ↑ a b c d Gaio, Felgueiras (1938). «Biblioteca Nacional Digital. Nobiliário de famílias de Portugal / Felgueiras Gaio Tomo II». purl.pt. p. 33. Consultado em 6 de janeiro de 2023
- ↑ a b c d e Braamcamp Freire, Anselmo (1921). Brasões da Sala de Sintra, Livro Primeiro. Robarts - University of Toronto. Coimbra: Coimbra : Imprensa da Universidade. pp. 181 – 184
- ↑ "Armorial Lusitano", Afonso Eduardo Martins Zúquete, Editorial Enciclopédia, 3.ª Edição, Lisboa, 1987, pp. 40 e 41
- ↑ «Quinta do Convento dos Frades (Convento de Nossa Senhora do Amparo ou Convento da Casa Nova)». www.cm-vfxira.pt. Consultado em 6 de janeiro de 2023
- ↑ Braamcamp Freire, Anselmo (1921). Brasões da Sala de Sintra, Livro Segundo. Robarts - University of Toronto. Coimbra: Coimbra : Imprensa da Universidade. p. 19