Usuário(a):Camillo Cavalcanti/Northrop Frye

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Herman Northrop Frye (14 de julho de 191223 de janeiro de 1991) foi um crítico literário canadense, um dos mais célebres do século XX.

Nascido em Sherbrooke, Quebec, mas criado em Moncton, New Brunswick, ele passou toda sua carreira, incluindo seus dias de aluno da graduação, na Faculdade Victoria, Universidade de Toronto. Ele chegou à proeminência internacional quando ainda era estudante. A poesia profética de William Blake há muito era considerada divagações delirantes que nunca poderiam ser entendidas. Frye encontrou nela um sistema de metáfora derivado do Paraíso Perdido e da Bíblia. Ele publicou suas descobertas como Fearful Symmetry em 1947.

Dez anos mais tarde ele expandiu sua visão, defendendo em Anatomia da crítica (Anatomy of Criticism, no original) que há certos arquétipos e símbolos usados por toda a literatura. Seu O código dos códigos (The Great Code, no original) examinou como as cenas e imagens da Bíblia são a base de toda a literatura ocidental. Dentro desse contexto, ele analisou a novela Dão-Lalalão de João Guimarães Rosa, na qual percebeu influências bíblicas do livro Cantares de Salomão [1].

Ele também se ocupou de crítica cultural e social e recebeu 39 títulos honorários. Anatomia da crítica permanece um dos mais importantes trabalhos da crítica literária do século XX. Este livro foi publicado, no Brasil, pela Editora Cultrix, dando acesso ao mundo lusófono.

Frye foi premiado com Medalha Lorne Pierce Medal da Royal Society of Canada em 1958. Em 1972 ele recebeu a Comenda da Ordem do Canadá.

Northrop Frye morreu em 1991 e foi enterrado no Mount Pleasant Cemetery em Toronto, Ontário.

Em 2000, ele foi honrado pelo governo do Canadá com sua imagem num selo postal. Um festival devotado aos trabalhos de Northrop Frye é realizado anualmente em Moncton, New Brunswick no mês de abril.

Anatomia da Crítica[editar | editar código-fonte]

Primeiro Ensaio Crítica Histórica: Teria dos modos

O autor inicia, tomando com base o segundo capítulo da Poética de Aristóteles, quando se trata das diferenças entre as obras de ficção de acordo com a posição do herói, podendo ser diferente ou semelhante a nossa, caracterizando o como, o herói do mito, da estória romanesca, o imitativo elevado, imitativo baixo e o cômico. Mostra também a queda nas ficções européias, nesse período da literatura pré-medieval o realce por sua vez recai sobre os mitos cristãos, clássicos tardios, célticos ou teutônicos. Na literatura clássica sob influencias de uma religião mitológica e politeísta, há heróis deificados e reis com herança divina o mesmo ocorre em culturas monoteístas, mostrando a dificuldade de se desmembrar de suas divindades. Cada modo será marcado pela distinção entre a literatura ingênua e a exigente. Northrop Frye subdivide o ensaio em modos, na sequência seguinte: Modos a ficção trágica trazem a agonia e morte dos deuses principalmente com foco na tragédia marcando a fragilidade dos heróis devido a sua parte humana, característica irônica diante da concepção do ser herói. Nos modos de ficção cômica há a integração do social, caracterizando por sua a comédia romântica utilizando do estilo pastoral como veículo, assim como de concepções bíblicas, manifestando assim uma catarse de emoções cômicas, que são marcas da comédia antiga. Na comédia nova há oposição social em relação ao herói e este não é o tipo de personagem mais interessante, enquanto na comédia romântica envolve uma ascensão social marcando um final feliz e o personagem principal é alguém que esta no mesmo nível social do leitor. A comedia irônica pauta se em questões voltadas para a vingança e a rejeição do provocador do riso (bobo da corte) uma grande ironia da arte; a inferioridade da vida real sugere uma identidade mais rebelde, mas que é atenuado pelo elemento lúdico, neste contexto o sofrimento humano fornece o tema. Esta fase mais irônica da literatura evidencia a popularidade do romance policial embora isso não seja capaz de desfazer a barreira lúdica; esse tipo de comedia realça o vilão como sendo integrado àquela sociedade, mas não diminuía a gravidade de suas atitudes, esta comédia estava voltada para uma questão de anseios sociais. Embora, aparente de alguma forma distinção entre os modos eles podem ao mesmo tempo estarem presentes em todas essas manifestações. A abordagem dos modos de ficção mostra que a literatura esta propensa à imitação, à verossimilhança e ao rigor descritivo e os modos: romanesco, imitativo elevado e imitativo baixo demonstram uma tendência à verossimilhança marcando um retrocesso da ironia. Os modos temáticos são caracterizados por uma literatura mais ideal ou conceitual, embora toda obra literária traga em si marcas temáticas e ficcionais e a diferença, porém, esta na interpretação que será possibilitada a partir do constituinte alegórico; nesse modo, portanto, o poeta não trata de imitar o pensamento, mas atribui-lhe uma forma literária. Cada literatura tende a encontra um fator existencial pautando- se em seus pressupostos tornando os em certa medida verdadeiros imbricando assim componentes externos provenientes do leitor.
	Segundo ensaio:

Crítica Ética: Teoria dos Símbolos Essa abordagem visa compreender as diferentes palavras caracterizando os diversos tipos de símbolo, pautando se na busca de teorizar a literatura a partir dela; ligando a dificuldade de sentido aos problemas de lógica simbólica e semântica. Admitindo então a questão polissêmica consequentemente admite se a diversidade de métodos críticos. Caracterizando como fases cada um dos contextos da literatura; estas por sua vez, dividem se em literal e descritiva, o símbolo como motivo e signo, nessa perspectiva interpretação passa por um processo de externalização (literal) buscando entender o que significa e a interna (descritiva) buscando atribuir lhe uma configuração verbal para além daquilo que venham significar, tudo não passa então, de uma busca de representações que ocorrem simultaneamente e o sentido literário é mais bem definido sob uma base mais hipotética, assim como a um procedimento crítico que aparenta distinção entre os aspectos literal e descritivo. A fase formal traz o símbolo como imagem, nesta acepção admitiu se o componente forma, como meio de obtenção de sentido na literatura, não que isso lhe seja natural, mas relaciona com sua natureza exterior, essa característica foi bastante comum nos padrões literários clássicos e neo clássicos; a critica nessa via tende a marcar a literatura como imitação da realidade, e a analise das imagens torna se uma técnica. Todos esses meios visam compreender o que o poeta pretende dizer, mas é evidente que isso já é dito através do próprio poema, este é o seu meio literal, embora ambíguo. A fase mítica adota o símbolo como arquétipo, de forma que poema é constituinte dentro de um conjunto de constituintes, o autor da crítica não analisa a obra como sendo pertencente a um determinado gênero, mas a partir do que tem diante de si. A arte em si é fruto de convenções que disfarçam o componente autoral, nesses termos o poema já surgi dentro de uma concepção de categorias, mas traz em si caracteres individuais, diante disso a obra é composta dentro de uma formação semelhante à família, de forma que a natureza ocupa o lugar de mãe e pai por vezes acaba sendo mais difícil de ser identificado contrariando o componente criador por parte do autor, este por sua vez não é visto com pai, mas como um instrumento, o verdadeiro pai é a própria forma do poema, a manifestação do espírito universal da poesia. O componente arquétipo ou convencional é um elo entre as literaturas, nessa visão arquetípica a literatura abrange a foram e a experiência literária é um elemento contínuo da vida ficando ao poeta o trabalho de tornar evidentes os anseios do trabalho humano. A fase anagógica, portanto a literatura esta num plano mais imaginativo, nessa concepção a natureza já não é continente mais a coisa contida, assim sendo a poesia abarca em si não só uma totalidade, mas também a individualidade, isso não quer dizer que principio postula que tudo esta contido na poesia, mas que qualquer coisa pode esta contida no poema. Terceiro Ensaio Crítica arquetípica: Teoria dos Mitos O autor aborda neste momento a questão dos mitos como sendo uma abstração do mundo ou um fator puramente literário que não sofre influências de uma modelação a uma experiência comum, o mito é por sua vez rebento literário com características metafóricas elucidando aspectos de ficção, estes organizam se em três formas, não deslocado foca se em deuses e demônios, romanesco sugere padrões míticos implícitos e por último uma tendência do realismo. Na teoria do sentido arquetípico (1) imagens apocalípticas, embasam se numa concepção de acordo com os desejos do homem dentro de uma concepção apocaliptica bíblica voltada para uma questão mais religiosa, enquanto na teoria do sentido arquetípico (2) imagens demoníacas essa concepção mostra o que o mundo rejeita composto por demônios de seres e situações abomináveis, e por fim na teoria do sentido arquetípico (3) imagens analógicas, há uma concepção de um mundo muito menos extremado e as imagens são substituídas por imagens do mundo mais real. Na teoria dos mitos sugere uma adaptação do mito à natureza num processo cíclico dividido em sete categorias: mundo divino há um deus com uma definição imortal podendo ser representado por qualquer coisa, mundo ígneo corpos celestes, mundo humano localiza no centro refletindo uma dualidade em seus ciclos, homens e animais vulneráveis à condição natural, mundo vegetal marcado pelas estações, contém manifestações de idades de ouro marcadas pelas evoluções, simbolismo da água. Em o mythos da primavera: a comédia: volta se para questão ficcional proveniente da comédia dramática com foco nos seus fatores estruturais e os.;l 1) característicos há o afastamento do drama adotando apenas caracteres da ficção, esse novo jeito de fazer comédia esta ligado também a um fator social de reuniões e encontros; há uma inclusão de maior de personagens e estes por sua vez são mais aceitos, a sua construção agrega visões diferentes de um mesmo ponto, dando a comédia características tanto da, retórica da comédia e da jurisprudência. Esta caminha se para um final feliz e o protagonista tem características bastante relevantes na visão da sociedade da época. A remissão da sociedade é apresentada num sequência de cinco de fases caracterizando períodos da sua história marcando as características do novo sistema social. Mythos do verão evidencia a critica, voltada para a estória romanesca partindo de uma acepção paradoxal. O Mythos do Verão: A estória romanesca. A estória romanesca é a mais próxima dos sonhos que realiza desejos, sendo assim todas as faixas etárias tendem aproximar-se das estórias romanescas visto que esta representa so heróis como ideais e os vilões são vistos como ameaças a supremacia. A principal característica romanesca é a aventura, na qual proporciona um enredo progressiva e consecutiva. Para atingir a perfeição a estória romanesca é composta por três estágios: 1º a jornada perigosa, 2º aventuras menores e 3º a luta crucial entre herói e o vilão. Sua estrutura é basicamente dialética geral, ou seja, a sutileza e a complexidade não são favorecidas. O Mythos do outono: A tragédia. Diferente da estória romanesca, a tragédia faz com que os principais personagens libertam-se do sonho, o espririto sombrio faz parte da unidade da estrutura trágica. A tragédia tende a concentrar em um individuo e parece conduzir a uma epifania de lei, daquilo que deve ser e que é. Northorop Frue expõe duas formulas para explicar a tragédia: 1º toda tragédia exibe onipotência de um destino interior; 2º o ato que desencadeia o processo trágico deve ser primariamente uma violação moral. Sendo assim a tragédia é a combinação do sensível de justiça e uma compadecida sensação de injustiça. Cinco fases compõe a tragédia: 1º o personagem recebe maior dignidade; 2º A juventude do herói; 3º Ênfase no sucesso; 4º Queda do herói; 5º Elemnto irônico faz com que o herói diminua os personagens olham mais para longe. O mythos do Inverno: A ironia e a Sátira. Esse aspecto não é mera representação de um aspecto imitativo, mas sim esse aspecto é de conteúdo e não a forma. É importante definir, sátira é a ironia militante: suas normas morais são explicitas e requer um pouco de fantasia, por outro lado a ironia é coerente com o realismo e com a supressão de qualquer atitude. A composição da sátira e da ironia abrange seis fases, sendo as três primeira referente a sátira e as outras a ironia. 1º Fase: Não ocorre a deslocação da sociedade cômica (denominada norma baixa); 2º Fase: Comédia da fuga, o herói foge para uma sociedade diferente sem que haja alteração na sua própria comunidade; 3º Fase: 4º Fase: Queda do herói no momento em que o aspecto irônico da tragédia e a sátira começa a retroceder; 5º Fase: A ironia enfatiza o ciclo-natural; 6º Fase: Apresenta o vídeo humana em ambientes obscuros, tais como prisões, lugares de execução. O Ritmo do decoro: O drama: O decoro é a voz ética do poeta modificador pela voz do personagem. O decoro naturalmente está presente no drama, quando o poeta não aparece em pessoa, sendo assim o drama é a imitação do dialogo ou da conversação. O Ritmo da associação: A Lírica é o gênero na qual o poeta menospreza a audiência, mostra claramente o núcleo hipotético da liberdade, tem liberdade, tem ligação direta com o intimo, com o modo irônico e o denotativo. A unidade mais comum na lírica é a descontinuidade da estância, porem as antigas líricas refletem padrões estróficos regulares. Os gregos chamavam a lírica de “tá méle” o que se traduz “poemas para serem contadas”, sendo assim a lírica tinha estreita relação com a música. Formas especificas do drama. O drama mimético desenvolveu-se rumo a um final para esclarecer o começo, por outro lado o drama espetacular é progressivo por natureza e tende as descobrimento episódico e feito de retalhos. Formas Temáticas Especificas (Lírica e Épos) A lírica é uma imitação interna dos sons e imagens, evitando ambos os gÊneros imitativo a comunicação direta. A lírica tende a ser um modo temático. Sendo assim reflete a sensação de disciplina externa social diante da lógica da lógica religiosa. Entretanto a épos tem a função de relacionar os principais temas convencionais da lírica.


Savanna Souza de Castro e Leilian França dos Santos


--Leilian França dos Santos (discussão)--Savanna Souza de Castro (discussão) 21h07min de 20 de março de 2013 (UTC)

Referências[editar | editar código-fonte]