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GRUPO DE TRABALHO AUTÔNOMO[editar | editar código-fonte]

Grupos de trabalho autônomos, também conhecidos como Equipes Autogerenciáveis (em inglês “Self-Managing Work Groups”),[1] são conjuntos de colaboradores responsáveis por planejar e executar processos ou segmentos de trabalho dentro de uma organização gerenciando a si próprios com autonomia e flexibilidade.[2] Suas funções são interdependentes e abrangem cronograma de atividades, delegação de tarefas, tomada de decisões estratégicas e operacionais e implementação de ações diversas.[3] Comumente, são grupos de dez a quinze pessoas que reduzem a importância de convencionais posições de supervisão, abrangendo aspectos de interação social e técnica em prol do suporte mútuo em busca de excelência.[4]

É importante compreender que equipes autogerenciáveis não são sinônimo de grupos formados para uma finalidade pontual (como um projeto), na medida em que pressupõem uma estrutura organizacional de caráter permanente responsável por um produto ou serviço com o poder de gerenciar o trabalho pelo qual são encarregados.[5] São equipes compostas por indivíduos integrados, detentores de conhecimento técnico e teórico sobre suas funções, que compartilham responsabilidades inerentes à liderança e que estão comprometidos com os objetivos da organização em que atuam.[6] O trabalho em conjunto permite que cada membro transcenda sua capacidade individual.[7]

Essa ação estratégica está atrelada ao desenvolvimento de liderança, aproveitamento do potencial coletivo das equipes, valorização das pessoas e estabelecimento de um clima de participação e envolvimento criativo.[8] A vantagem competitiva é um dos resultados mais importantes derivados de ambientes focados no trabalho em equipes.[9]

Há um estímulo para utilização da criatividade conjunta dos membros do grupo, o que, em contrapartida, resulta em soluções mais eficientes e sentimento de controle do próprio trabalho.[10] A autonomia, que é intrínseca a este formato de equipe, não pressupõe a anulação completa de centros de poder, uma vez que a administração participativa é compatível com a hierarquia.[11]

Por meio do esforço coordenado, equipes de trabalho geram uma sinergia positiva que pode aperfeiçoar o desempenho de uma organização.[12] O senso de responsabilidade transcende o âmbito individual e engloba a preocupação e engajamento com o resultado do time, ou seja, há o entendimento de que os resultados coletivos estão diretamente atrelados ao desempenho coletivo (somatória da performance individual de cada colaborador).[13]

Características[editar | editar código-fonte]

Alguns elementos constituem características inerentes aos grupos de trabalho autônomos. Normalmente há uma tarefa comum que é compartilhada por seus membros e a mesma pode ser dividida em sub-tarefas com responsabilidade compartilhada no longo prazo; detentores de grande autonomia, os indivíduos são encarregados da coordenação do cronograma de trabalho e distribuição de tarefas; cada integrante da equipe tem capacidade para executar tarefas multifuncionais quando necessário; o princípio de enriquecimento de funções (“job enrichment”) faz parte das equipes autogerenciáveis e implica na incorporação de atribuições distintas, como planejamento da produção, disponibilidade de materiais, orçamento, qualidade, estratégias operacionais etc., de modo que o desafio faz parte da rotina de trabalho.[14]

Os grupos de trabalho autônomos são uma ferramenta estratégica para as organizações, tendo em vista que seus integrantes planejam, executam e inspecionam os próprios processos de trabalho, sendo conhecedores de particularidades que lhes permitem exercer suas funções da melhor maneira e aprimorá-las quando necessário.[15] Além disso, cabe destacar que o alto grau de autonomia, senso de propriedade sobre o escopo de trabalho e sinergia entre os colaboradores, impulsiona iniciativas, criatividade e melhor distribuição de poder com o compartilhamento de responsabilidades, o que pode, ainda, tornar o trabalho mais interessante de ser realizado.[16]

Políticas de recompensas e feedbacks, baseadas nos resultados e performance do grupo de trabalho autônomo como um todo, são muito importantes para a relação entre eficiência no trabalho e satisfação pessoal.[17] A combinação destes dois elementos está atrelada aos seguintes fatores psicológicos: enxergar um propósito em seu trabalho; senso de responsabilidade com autonomia para tomada de importantes decisões; reconhecimento sobre resultados alcançados e atividades realizadas. Tais circunstâncias são capazes de despertar a motivação que é inerente ao indivíduo.[18]

Desafios para a implementação de Grupos de Trabalho Autônomos[editar | editar código-fonte]

Ainda que a ideia de equipe autogerenciada possa ser relacionada a vantagem competitiva, é preciso reconhecer a existência de culturas organizacionais mais tradicionais que podem ser resistentes a ideia de um grupo de trabalho independente, autônomo e com poder de decisão.[19] Usualmente, modelos de gestão mais conservadores podem se sentir ameaçados pelo sentimento de redução do poder de supervisores, gerentes ou diretores, mesmo que a descentralização não impacte a estratégia de negócios de maneira geral.[20]

A transição pode ser complicada quando há oposição de níveis hierárquicos superiores, pois pode ocorrer grande delegação de responsabilidade sem a contrapartida do poder para a tomada de decisões.[21] Com este quadro, a desmotivação para com o projeto das equipes autogerenciadas pode prejudicar sua implementação.[22] Além disso, é preciso contar com transparência e compartilhamento de informações estratégicas que, nas organizações mais tradicionais, nem sempre são acessíveis sem passar pela estrutura hierárquica, o que pode implicar em tempo e desgaste de relacionamentos profissionais.[23] Nesse sentido, antes de cogitar adotar este modelo de equipe, é importante avaliar a real necessidade dessa transformação para os negócios da empresa.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. HACKMAN, J. Richard. The Design of Self-Managing Work Groups. 11. ed. New Haven: Yale University, 1976. Disponível em: <https://apps.dtic.mil/dtic/tr/fulltext/u2/a036731.pdf>. Acesso em 03 de abril de 2019
  2. CRUZ FILHO, Paulo Roberto Araujo. Formando Equipes de Autodesempenho: estudo da implantação de equipes autogerenciadas na divisão contábil-financeira do SESC-PR. In: I Seminário de Gestão de Negócios FAE Business School, Curitiba. 2014, p. 4. Disponível em: <https://www.academia.edu/1630385/Formando_equipes_de_autodesempenho_estudo_da_implanta%C3%A7%C3%A3o_de_equipes_autogerenciadas_na_divis%C3%A3o_cont%C3%A1bil-financeira_do_SESC-PR>. Acesso em 03 de abril 2019.
  3. ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. cap. 10, p. 298. Tradução de Rita de Cássia Gomes.
  4. HACKMAN, J. Richard. The Design of Self-Managing Work Groups. 11. ed. New Haven: Yale University, 1976, p. 3. Disponível em: <https://apps.dtic.mil/dtic/tr/fulltext/u2/a036731.pdf>. Acesso em 03 de abril de 2019.
  5. MEFFE, Cesar Henrique Sartori. Implementação de Equipes Autogerenciáveis em Empresa do Setor Automotivo: um estudo de caso. 2006. 148 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Produção, Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep, Santa Bárbara D’oeste, 2006. Cap. 3, p. 61-63. Disponível em: <https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/YMRTFYGECXQP.pdf>. Acesso em: 03 de abril 2019.
  6. MEFFE, Cesar Henrique Sartori. Implementação de Equipes Autogerenciáveis em Empresa do Setor Automotivo: um estudo de caso. 2006. 148 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Produção, Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep, Santa Bárbara D’oeste, 2006. Cap. 3, p. 61-63. Disponível em: <https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/YMRTFYGECXQP.pdf>. Acesso em: 03 de abril 2019.
  7. MEFFE, Cesar Henrique Sartori. Implementação de Equipes Autogerenciáveis em Empresa do Setor Automotivo: um estudo de caso. 2006. 148 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Produção, Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep, Santa Bárbara D’oeste, 2006. Cap. 3, p. 61-63. Disponível em: <https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/YMRTFYGECXQP.pdf>. Acesso em: 03 de abril 2019.
  8. CRUZ FILHO, Paulo Roberto Araujo. Formando Equipes de Autodesempenho: estudo da implantação de equipes autogerenciadas na divisão contábil-financeira do SESC-PR. In: I Seminário de Gestão de Negócios FAE Business School, Curitiba. 2014, p. 2. Disponível em: <https://www.academia.edu/1630385/Formando_equipes_de_autodesempenho_estudo_da_implanta%C3%A7%C3%A3o_de_equipes_autogerenciadas_na_divis%C3%A3o_cont%C3%A1bil-financeira_do_SESC-PR>. Acesso em 03 de abril 2019.
  9. LANNES, Luciano Santos. Equipes Auto-Gerenciáveis e a forma de organização do trabalho adequada à sua implantação. In: IV SEMEAD, São Paulo: FEA/USP, 1999, p. 15. Disponível em: <http://sistema.semead.com.br/4semead/artigos/rh/lannes.pdf>. Acesso em 02 de abril de 2019.
  10. CRUZ FILHO, Paulo Roberto Araujo. Formando Equipes de Autodesempenho: estudo da implantação de equipes autogerenciadas na divisão contábil-financeira do SESC-PR. In: I Seminário de Gestão de Negócios FAE Business School, Curitiba. 2014, p. 2. Disponível em: <https://www.academia.edu/1630385/Formando_equipes_de_autodesempenho_estudo_da_implanta%C3%A7%C3%A3o_de_equipes_autogerenciadas_na_divis%C3%A3o_cont%C3%A1bil-financeira_do_SESC-PR>. Acesso em 03 de abril 2019.
  11. CRUZ FILHO, Paulo Roberto Araujo. Formando Equipes de Autodesempenho: estudo da implantação de equipes autogerenciadas na divisão contábil-financeira do SESC-PR. In: I Seminário de Gestão de Negócios FAE Business School, Curitiba. 2014, p. 2. Disponível em: <https://www.academia.edu/1630385/Formando_equipes_de_autodesempenho_estudo_da_implanta%C3%A7%C3%A3o_de_equipes_autogerenciadas_na_divis%C3%A3o_cont%C3%A1bil-financeira_do_SESC-PR>. Acesso em 03 de abril 2019.
  12. ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. cap. 10, p. 299. Tradução de Rita de Cássia Gomes.
  13. ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. cap. 10, p. 299. Tradução de Rita de Cássia Gomes.
  14. LANNES, Luciano Santos. Equipes Auto-Gerenciáveis e a forma de organização do trabalho adequada à sua implantação. In: IV SEMEAD, São Paulo: FEA/USP, 1999, p. 2. Disponível em: <http://sistema.semead.com.br/4semead/artigos/rh/lannes.pdf>. Acesso em 02 de abril de 2019.
  15. MEFFE, Cesar Henrique Sartori. Implementação de Equipes Autogerenciáveis em Empresa do Setor Automotivo: um estudo de caso. 2006. 148 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Produção, Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep, Santa Bárbara D’oeste, 2006. Cap. 3, p. 63. Disponível em: <https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/YMRTFYGECXQP.pdf>. Acesso em: 03 de abril 2019.
  16. MEFFE, Cesar Henrique Sartori. Implementação de Equipes Autogerenciáveis em Empresa do Setor Automotivo: um estudo de caso. 2006. 148 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Produção, Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep, Santa Bárbara D’oeste, 2006. Cap. 3, p. 63. Disponível em: <https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/YMRTFYGECXQP.pdf>. Acesso em: 03 de abril 2019.
  17. HACKMAN, J. Richard. The Design of Self-Managing Work Groups. 11. ed. New Haven: Yale University, 1976, p. 3. Disponível em: <https://apps.dtic.mil/dtic/tr/fulltext/u2/a036731.pdf>. Acesso em 03 de abril de 2019.
  18. HACKMAN, J. Richard. The Design of Self-Managing Work Groups. 11. ed. New Haven: Yale University, 1976, p. 3. Disponível em: <https://apps.dtic.mil/dtic/tr/fulltext/u2/a036731.pdf>. Acesso em 03 de abril de 2019.
  19. LANNES, Luciano Santos. Equipes Auto-Gerenciáveis e a forma de organização do trabalho adequada à sua implantação. In: IV SEMEAD, São Paulo: FEA/USP, 1999, p. 10. Disponível em: <http://sistema.semead.com.br/4semead/artigos/rh/lannes.pdf>. Acesso em 02 de abril de 2019.
  20. LANNES, Luciano Santos. Equipes Auto-Gerenciáveis e a forma de organização do trabalho adequada à sua implantação. In: IV SEMEAD, São Paulo: FEA/USP, 1999, p. 10. Disponível em: <http://sistema.semead.com.br/4semead/artigos/rh/lannes.pdf>. Acesso em 02 de abril de 2019.
  21. LANNES, Luciano Santos. Equipes Auto-Gerenciáveis e a forma de organização do trabalho adequada à sua implantação. In: IV SEMEAD, São Paulo: FEA/USP, 1999, p. 10. Disponível em: <http://sistema.semead.com.br/4semead/artigos/rh/lannes.pdf>. Acesso em 02 de abril de 2019.
  22. LANNES, Luciano Santos. Equipes Auto-Gerenciáveis e a forma de organização do trabalho adequada à sua implantação. In: IV SEMEAD, São Paulo: FEA/USP, 1999, p. 10. Disponível em: <http://sistema.semead.com.br/4semead/artigos/rh/lannes.pdf>. Acesso em 02 de abril de 2019.
  23. LANNES, Luciano Santos. Equipes Auto-Gerenciáveis e a forma de organização do trabalho adequada à sua implantação. In: IV SEMEAD, São Paulo: FEA/USP, 1999, p. 10. Disponível em: <http://sistema.semead.com.br/4semead/artigos/rh/lannes.pdf>. Acesso em 02 de abril de 2019.