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On the road (Pé na estrada) é um livro de Jack Kerouac publicado em 1957 baseado nas suas viagens pelos Estados Unidos da América na virada dos anos 40 para os anos 50.

As rotas de Kerouac[editar | editar código-fonte]

Primeira viagem[editar | editar código-fonte]

Julho a outubro de 1947: Nova York - Chicago - Davenport - Shelton - Cheyenne - Denver - San Francisco - Los Angeles - Sabinal - Harrisburg - Nova York.

Segunda viagem[editar | editar código-fonte]

Inverno de 1948: Testament - Nova York - Nova Orleans - El Paso - San Francisco - Nova York.

Terceira viagem[editar | editar código-fonte]

Primavera de 1949: Nova York - Denver - San Francisco - Salt Lake City - Coyote - Detroit - Nova York.

Quarta viagem

Primavera de 1950: Nova York - Denver - San Antonio - Laredo - Monterrey - Gregoria - Cidade do México - Nova York.

O autor e sua obra[editar | editar código-fonte]

Prólogo do livro[editar | editar código-fonte]

Em 1957, Jack Kerouac publicava "On the road" e iniciava uma revolução cultural nos Estados Unidos. O livro tornou-se o manifesto da geração beat, que rompia com o conformismo do american way of life e pregava a busca de experiências autênticas, um compromisso selvagem e espontâneo com a vida até seus mais perigosos limites. Diante de uma sociedade que aniquilava o indivíduo, os beatniks queriam uma consciência nova, libertada dos padrões escolhiam a marginalidade, o encontro do êxtase através das drogas, a liberdade sexual, a manifestação das angústias, a procura da aventura no contato com o outro lado da América: os vagabundos, os desesperados, a estrada que não leva a lugar nenhum.

Jean Louis Lébris de Kerouac, um dos profetas dessa rebelião, nasceu em Lowell, Massachusetts, EUA, no dia 12 de março de 1922. Descendente de uma família de franco-canadenses, Jack Kerouac recebeu uma educação católica e, graças a suas virtudes como atleta, ganhou uma bolsa para estudar na Universidade de Columbia. Para Kerouac, um rapaz do interior, Nova Iorque representou um choque pela sua sofisticação e enorme energia. No campus, conheceu o poeta Allen Ginsberg, também estudante, e William Burroughs, formado em Harvard. Os três iriam se tornar os principais representantes da geração beat.

Por intermédio de Burroughs, Kerouac tomou contato com escritores como Kafka, Céline, Spengler e Wihelm Reich. Os três amigos passaram a conviver com a barra-pesada da Times Square, e Kerouac começou a experimentar maconha e benzedrina, vivendo parte do tempo num apartamento perto da universidade e outra parte com a família no bairro de Queens. Mas a grande influência de sua vida foi o encontro com Neal Cassady, um jovem que vivia perambulando pelos Estados Unidos, uma espécie de libertário apocalíptico. Em 1947, Kerouac resolveu sair pelo mundo e pegou a estrada. Sobrevivia com pequenos bicos aqui e ali, buscando a companhia fraternal dos vagabundos, dos trabalhadores itinerantes, dos caroneiros e da bebida. Em 1951, concluía "On the road", com suas longas frases em que descartava o uso da pontuação. E Neal Cassady aparecia no livro transformado no personagem Dean Moriarty.

No ano anterior, Kerouac havia publicado seu primeiro romance, "The town and the city". Em seguida, vieram "The Darmas Bums" (1958), "O subterrâneo" (1958, já traduzido), "Doctor Sax" (1959), "Lonesome traveller" (1960), "Desolate angels" (1965). Mas nenhum desses livros atingiu a repercussão e o vigor de "On the road". Para muitos críticos, Kerouac repetia-se com pequenas variações biográficas, e a sua busca de uma prosa espontânea tornara-se uma fórmula.

Esse grande rebelde existencial possuía ideias políticas conservadoras. Num de seus últimos textos, indagava-se como podia ter despertado contestadores ferozes como Allen Ginsberg, Timothy Leary e Abbie Hoffman. Kerouac foi sempre um individualista, e suas inquietações voltavam-se para a descoberta de um "eu" mais autêntico. Essa busca parece tê-lo encaminhado em direção ao budismo. Inadaptado até o fim, Kerouac isolou-se completamente nos últimos anos de sua vida. Recluso, dividia uma casa com sua mãe em St. Petersburg, na Flórida. Bebia compulsivamente, via televisão horas a fio, pintava quadros repletos de Cristos tristes e usava uma grande cruz no peito: tinha retomado à religião de sua infância, o catolicismo. A 12 de outubro de 1969, com quarenta e sete anos, Jack Kerouac morria de uma hemorragia estomacal provocada pelo excesso de bebida. No vigésimo quinto aniversário da publicação "On the road", os grandes nomes da beat generation como Ginsberg, Lawrence Ferlinghetti, Gregory Corso, Carl Solomon, William Burroughs e Michael McClure, reuniram-se na Universidade do Colorado para homenagear Kerouac, o grande companheiro de viagem. William Burroughs declarou: "Tudo é permitido, nada é real. O legado de Kerouac é o da ternura". Em 1972, foi publicado seu último livro, "Visions of Cody". [1]

  1. Kerouac, Jack (1957). On the road. São Paulo, Brasil: CÍRCULO DO LIVRO S.A. p. 321