Vãngri Kaingáng

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Vãngri Kaingáng
Nascimento 1980
Rio Grande do Sul
Cidadania Brasil

Luciana Vãngri Kaingáng (nascida em 1980) é uma ativista, educadora e líder indígena do povo Kaingáng. Publicou vários livros sobre arte indígena e atualmente trabalha no Instituto Kaingáing no Rio de Janeiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Vãngri Kaingáng nasceu na Terra Indígena de Ligeiro na região norte do Rio Grande do Sul em 1980, onde morou até os 16 anos.[1]

Ela se formou em Ciências Biológicas pela Universidade de Passo Fundo,[2] Rio Grande do Sul. Atualmente, mora no Rio de Janeiro,[3] onde trabalha no Instituto Kaingáng como escritora e educadora, e na Associação de Escritores e Ilustradores Infanto Juvenil (AEILIJ) como arte-escritora e ilustradora. No passado, em 2015, ela trabalhou para uma ONG especializada na defesa dos povos indígenas de todas as etnias.[4]

Em sua vida pessoal ela é casada com Garapira Pataxó,[5] vice-cacique do grupo indígena Pataxó, e eles têm um filho juntos, Siratan Katir, que nasceu no início de 2014.

Carreira profissional[editar | editar código-fonte]

Artístico[editar | editar código-fonte]

Vãngri Kaingáng é uma artista plástica com ênfase no grafismo e a ilustração que retrata a indigeneidade do brasileiro, especialmente do povo Kaingáng. Ela realizou trabalhos gráficos indígenas para a Rede Globo entre 2010 e 2011. Em 2013, ela ajudou em um exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Atualmente, realiza oficinas de tecelagem para peças de adornos de diferentes aldeias indígenas do Rio Grande do Sul.[6]

Literário[editar | editar código-fonte]

Em 2009, Vãngri Kaingáng escreveu a obra Antologia Indígena com a ajuda de outros escritores e educadores do NEArln (Núcleo de Escritores Indígenas) do INBRAPI (Instituto Brasileiro para Propriedade Intelectual).

Em 2010, ela escreveu sua obra Jóty, o tamanduá com Maurício Negro.[7]

Em 2017, escreveu e ilustrou Estrela Kaingáng: uma lenda do primeiro pajé.[8]

Educacional[editar | editar código-fonte]

Vãngri Kaingáng é uma educadora bilíngue que participa em projetos envolvendo as quatros escolas na aldeia Serrinha, pelo Instituto Kaingang e pelo INBRAPI. Ela trabalha com arte-educação criando material didático e cartilhas com ilustrações para a Escola Estadual Fág Kawá. Atualmente, ela realiza trabalhos educacionais conforme a lei 11.645/08 em escolas públicas do Rio de Janeiro. Participa do projeto Povos da Floresta, desenvolvendo projetos locais de sustentabilidade.[6]

Ativismo[editar | editar código-fonte]

Vãngri Kaingáng é uma ativista social e faz campanhas pelos direitos das mulheres e pelos direitos dos povos indígenas. Já fez várias aparições em marchas e manifestações, principalmente em relação à crise na aldeia de Maracanã.[9] Ela tem uma experiência em primeira mão com esta crise, já que viveu na aldeia durante cinco anos antes de ser retirada à força.[10] Como mostra seu trabalho e obras, Vãngri é apaixonada por promover a cultura indígena no Brasil e preservá-la para a próxima geração.

Referências

  1. «Literatura indígena | Terras Indígenas no Brasil». terrasindigenas.org.br. Consultado em 3 de dezembro de 2018 
  2. «Vida nova, mas sem abrir mão das tradições». Extra Online 
  3. «CARTA DE ESCLARECIMENTO». www.expedicaovillasboas.com.br. Consultado em 3 de dezembro de 2018 
  4. repositorio.ufsc.br (PDF) https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/180404/348305.pdf?sequence=1. Consultado em 12 de dezembro de 2018  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. «Symbol of Native Culture to Be Bulldozed for World Cup | Inter Press Service». www.ipsnews.net. Consultado em 3 de dezembro de 2018 
  6. a b «Vãngri Kaingáng — Editora Biruta». Editora Biruta 
  7. «Projeto Tamanduá: O Grupo de Trabalho pela Conservação do Tamanduá no Brasil». Edentata. 6 (1). 56 páginas. 2004. ISSN 1413-4411. doi:10.1896/1413-4411.6.1.56b 
  8. Kaingáng,Vãngri (17 de julho de 2017). Estrela Kaingáng: a lenda do primeiro pajé. [S.l.: s.n.] ISBN 9788578482121 
  9. «Chuva alaga alojamento dos índios na Zona Oeste do Rio logo no 1º dia». Rio de Janeiro. 24 de março de 2013 
  10. «Índios temem virar caricatura em prédio do Minha Casa, Minha Vida». SulBahia News (em inglês)