Youssouf Togoïmi

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Youssouf Togoïmi (26 de março de 1953[1] – 24 de setembro de 2002[2]) foi um político chadiano que serviu no governo do presidente Idriss Déby, mas posteriormente liderou um grupo rebelde, o Movimento para a Democracia e a Justiça no Chade (MDJT).

Vida e carreira[editar | editar código-fonte]

Nascido em Zouar, nas Montanhas Tibesti, é oriundo da população muçulmana do norte do país. Togoïmi ocupou vários cargos durante a presidência de Idriss Déby: foi Ministro da Justiça de 1990 a 1993, Ministro da Defesa de 1995 a 1997,[1] e foi nomeado Ministro do Interior em 21 de maio de 1997.[3] Pouco depois da última nomeação, renunciou ao governo em 3 de junho de 1997. Afirmou que sua renúncia ocorreu por causa do que descreveu como "deriva ditatorial" do governo. A ruptura de Togoïmi com Déby também foi interpretada em termos étnicos, com base em seu próprio status como Toubou e no status de Déby como Zaghawa.[1]

Em 12 de outubro de 1998, formou o Movimento para a Democracia e a Justiça no Chade (MDJT), um grupo rebelde dissidente que buscava derrubar o governo, inicialmente com o apoio da Líbia.[4] Operando inicialmente a partir de sua base de poder nas Montanhas Tibesti, o grupo travou uma guerra de guerrilha contra as forças do governo. Ele foi reeleito como líder do partido em um congresso em Sabha, Líbia, em dezembro de 2001[1][5] e em 25 de dezembro expressou vontade de negociar com o governo. O segundo vice-presidente do MDJT, Adoum Togoi, assinou um acordo de paz com o governo em Trípoli, Líbia, em 7 de janeiro de 2002. Os termos do acordo envolviam, entre outras coisas, um cessar-fogo, inclusão do MDJT no governo e integração de seus combatentes no exército. Uma anistia para os membros do MDJT foi aprovada pela Assembleia Nacional do Chade no final de fevereiro. Um mês depois, o acordo começou a ser rompido quando o governo rejeitou as exigências da organização, incluindo sua proposta de um novo primeiro-ministro do MDJT. Em maio, Togoi, que era considerado como um moderado no grupo, teria sido emboscado, ferido e sequestrado por Togoïmi, que era visto como um linha-dura, um aparente resultado de uma divisão no grupo sobre como lidar com as negociações de paz, e no final do mês estourou o primeiro combate desde a assinatura do acordo de paz.[5]

Togoïmi foi ferido por uma mina terrestre no final de agosto na área de Tibesti e morreu devido aos ferimentos em Trípoli em 24 de setembro de 2002.[2] Mockhtar Wawa Dahab, porta-voz do governo chadiano, respondeu à morte afirmando que "deve facilitar o retorno da paz ao Chade".[4]

Referências

  1. a b c d «"Youssouf Togoïmi"». Cópia arquivada em 30 de dezembro de 2005 , Afrique Express, número 256, 2 de outubro de 2002 (em francês).
  2. a b "Décès à Tripoli du chef rebelle Youssouf Togoïmi" no Wayback Machine (arquivado em 2006-01-03), Afrique Express, número 256, 2 de outubro de 2002 (em francês).
  3. "May 1997 – New Attack", Keesing's Record of World Events, volume 43, maio de 1997, página 41,626.
  4. a b Saleh, Abakar (25 de setembro de 2002). «Rebel Leader Youssouf Togoimi Dies». Associated Press  – via HighBeam Research (inscrição necessária). Cópia arquivada em 24 de setembro de 2015 
  5. a b "Chad: Peace agreement of 7 January 2002 between the government and MDJT rebels; implementation of the terms of the agreement, release of prisoners and any amnesty given to rebels; whether the terms of the agreement extend to all members and sympathizers of the MDJT", Research Directorate, Immigration and Refugee Board, Canada (UNHCR.org).