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Dissertação: diferenças entre revisões

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'''Dissertação''' é um estudo teórico de natureza reflexiva, que consiste na ordenação de [[idéia]]s sobre um determinado tema. A característica básica da dissertação é o cunho reflexivo-teórico. Dissertar é debater, discutir, questionar, expressar ponto de vista, qualquer que seja. É desenvolver um [[raciocínio]], desenvolver argumentos que fundamentem posições. É [[Polêmica|polemizar]], inclusive, com opiniões e com argumentos contrários aos nossos. É estabelecer relações de causa e conseqüência, é dar exemplos, é tirar conclusões, é apresentar um texto com organização [[lógica]] das idéias.

A dissertação, geralmente, é feita em final de curso de [[pós-graduação]], ''stricto sensu'' em nível de [[mestrado]], com a finalidade de treinar os estudantes no domínio do assunto abordado e como forma de iniciação a pesquisa mais ampla.

Na [[monografia]] (dissertação) para a obtenção do grau de mestre, além da revisão da literatura, é preciso dominar o conhecimento do método de pesquisa e informar a [[metodologia]] utilizada na pesquisa.

''Dissertação científica'', ou simplesmente exercitação, é o trabalho feito nos moldes da [[tese]], com a peculiaridade de ser ainda uma tese inicial ou em miniatura.

A dissertação tem ainda finalidade didática, uma vez que constitui o grande treinamento para a tese propriamente dita.

Chama-se '''memória''' a dissertação sobre assunto [[Ciência|científico]], [[Literatura|literário]] ou [[Arte|artístico]], destinada a ser apresentada ao [[governo]], a uma [[corporação]] ou [[academia]].

==Tipos de dissertação==
A dissertação consiste na explanação ou discussão de [[conceito]]s ou idéias. Ela pode ser ''expositiva'' ou ''argumentativa''.

Na ''dissertação expositiva'', o autor apresenta uma idéia, uma doutrina e expõe o que ele ou outros pensam sobre o tema ou assunto. Geralmente faz a amplificação da idéia central, demonstrando sua natureza, antecedentes, causas próximas ou remotas, conseqüências ou exemplos.

Na ''dissertação argumentativa'', o autor quer provar a [[Verdade|veracidade]] ou [[Mentira|falsidade]] de idéias; pretende convencer o leitor ou ouvinte, dirige-se à sua [[inteligência]] através de argumentos, de provas evidentes, de testemunhas.

Se a dissertação é ''objetiva'', o tratamento dado ao texto é impessoal, com argumentação lógica partindo de elementos gerais e indo para os particulares. Na dissertação ''subjetiva'', o autor dirige-se não só à [[inteligência]], mas também, de modo pessoal, aos [[sentimento]]s de quem ele pretende convencer. Além da [[emoção]], às vezes há [[ironia]], [[sarcasmo]], ridículo.

São partes importantes da dissertação a introdução, o [[desenvolvimento]] e a [[conclusão]].

==Exemplos de dissertação==
Através de dois textos distintos, a dissertação pode ser exemplificada:

''"A fim de aprender a finalidade e o sentido da vida, é preciso amar a vida por ela mesma, inteiramente; mergulhar, por assim dizer, no redemoinho da vida, somente então apreender-se-á o sentido da vida, compreender-se-á para que se vive. A vida é algo que, ao contrário de tudo criado pelo homem, não necessita de teoria, quem aprende a prática da vida também assimila sua teoria"''.
:[[Wilhelm Reich]]. A Revolução Sexual. [[Rio de Janeiro]], Zahar, 1974.

O texto expõe um ponto-de-vista (''finalidade da vida é viver'') sobre um assunto-tema (no caso, ''o sentido e a finalidade da vida''). Além de apresentar um ponto-de-vista do autor, o texto faz também a defesa desse ponto-de-vista: onde ele defende os motivos que fundamentam a opinião de que a prática intensa de viver é que revela o sentido da vida.


''"Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. (...) Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva. Não estou me referindo a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase possível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada... Lembrando-me agora com [[saudade]] da dor de escrever livros."''
:[[Clarice Lispector]]. A Descoberta do Mundo.

==Escrevendo uma dissertação==
Partes que compõem a dissertação:
*'''Introdução''' - deve ser breve e anunciar ao leitor o que será desenvolvido no texto;
*'''Desenvolvimento''' - representa o corpo do texto; aqui serão utilizadas as idéias propostas na introdução; é o momento em que se defende o ponto-de-vista acerca do tema proposto;
*'''Conclusão''' - serve para finalizar o que foi exposto; deve ser breve e não pode conter nenhuma idéia nova e nenhum exemplo; trata-se de um resumo da dissertação como um todo.

==Dicas para escrever uma boa dissertação==
#Só abordar na introdução e na conclusão o que realmente estiver no desenvolvimento;
#Evitar períodos muitos longos ou seqüências de frases muito curtas;
#Evitar, nas dissertações tradicionais, dirigir-se ao leitor;
#Evitar as repetições exageradas e umas próximas das outras, tanto de palavras, quanto de informações;
#Manter-se rigorosamente dentro do tema;
#Evitar expressões desgastadas, "batidas";
#Utilizar exemplos e citações relevantes;
#Não usar [[religião]] como argumento;
#Fugir das palavras muito "fortes";
#Evitar [[gíria]]s e termos coloquiais;
#Evitar linguagem rebuscada;
#Evitar a argumentação generalizadora e baseada no senso comum;
#Não ser radical;
#Ter cuidado com palavras duvidosas como ''coisa'' e ''algo'', por terem sentido vago; prefirir ''elemento'', ''fator'', ''tópico'', ''índice'', ''ítem'', etc.
#Após o titulo de uma redação não colocar ponto;
#Não usar [[Chavão|chavões]], [[provérbio]]s, ditos populares ou frases feitas;
# Não usar questionamentos no texto, sobretudo na conclusão;
#Jamais usar a primeira pessoa do singular ou plural, a menos que haja uma solicitação do tema;
#Repetir muitas vezes as mesmas palavras empobrece o texto; lançar mão de [[sinônimo]]s e expressões que representem a idéia em questão;
#Somente citar exemplos de domínio público, sem narrar seu desenrolar, fazendo somente uma breve menção.

=={{Ver também}}==
*[[Ciência]]
*[[Pseudociência]]
*[[Paradigma]]
*[[Teoria]]
*[[Lei (ciências)]]
*[[Hipótese]]
*[[Tese]]
*[[Monografia]]
*[[Metodologia científica]]
*[[Filosofia da ciência]]
*[[Divulgação científica]]
*[[Livro]]

=={{Ligações externas}}==
*[http://www.teses.usp.br/info/diretrizesfinal.pdf Como elaborar Dissertações e Teses - Diretrizes para elaboração de dissertações e teses na EESC-USP]

[[Categoria:Sociologia]]
[[Categoria:Psicologia]]

{{seminterwiki}}

Revisão das 17h12min de 21 de setembro de 2008

Dissertação é um estudo teórico de natureza reflexiva, que consiste na ordenação de idéias sobre um determinado tema. A característica básica da dissertação é o cunho reflexivo-teórico. Dissertar é debater, discutir, questionar, expressar ponto de vista, qualquer que seja. É desenvolver um raciocínio, desenvolver argumentos que fundamentem posições. É polemizar, inclusive, com opiniões e com argumentos contrários aos nossos. É estabelecer relações de causa e conseqüência, é dar exemplos, é tirar conclusões, é apresentar um texto com organização lógica das idéias.

A dissertação, geralmente, é feita em final de curso de pós-graduação, stricto sensu em nível de mestrado, com a finalidade de treinar os estudantes no domínio do assunto abordado e como forma de iniciação a pesquisa mais ampla.

Na monografia (dissertação) para a obtenção do grau de mestre, além da revisão da literatura, é preciso dominar o conhecimento do método de pesquisa e informar a metodologia utilizada na pesquisa.

Dissertação científica, ou simplesmente exercitação, é o trabalho feito nos moldes da tese, com a peculiaridade de ser ainda uma tese inicial ou em miniatura.

A dissertação tem ainda finalidade didática, uma vez que constitui o grande treinamento para a tese propriamente dita.

Chama-se memória a dissertação sobre assunto científico, literário ou artístico, destinada a ser apresentada ao governo, a uma corporação ou academia.

Tipos de dissertação

A dissertação consiste na explanação ou discussão de conceitos ou idéias. Ela pode ser expositiva ou argumentativa.

Na dissertação expositiva, o autor apresenta uma idéia, uma doutrina e expõe o que ele ou outros pensam sobre o tema ou assunto. Geralmente faz a amplificação da idéia central, demonstrando sua natureza, antecedentes, causas próximas ou remotas, conseqüências ou exemplos.

Na dissertação argumentativa, o autor quer provar a veracidade ou falsidade de idéias; pretende convencer o leitor ou ouvinte, dirige-se à sua inteligência através de argumentos, de provas evidentes, de testemunhas.

Se a dissertação é objetiva, o tratamento dado ao texto é impessoal, com argumentação lógica partindo de elementos gerais e indo para os particulares. Na dissertação subjetiva, o autor dirige-se não só à inteligência, mas também, de modo pessoal, aos sentimentos de quem ele pretende convencer. Além da emoção, às vezes há ironia, sarcasmo, ridículo.

São partes importantes da dissertação a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Exemplos de dissertação

Através de dois textos distintos, a dissertação pode ser exemplificada:

"A fim de aprender a finalidade e o sentido da vida, é preciso amar a vida por ela mesma, inteiramente; mergulhar, por assim dizer, no redemoinho da vida, somente então apreender-se-á o sentido da vida, compreender-se-á para que se vive. A vida é algo que, ao contrário de tudo criado pelo homem, não necessita de teoria, quem aprende a prática da vida também assimila sua teoria".

Wilhelm Reich. A Revolução Sexual. Rio de Janeiro, Zahar, 1974.

O texto expõe um ponto-de-vista (finalidade da vida é viver) sobre um assunto-tema (no caso, o sentido e a finalidade da vida). Além de apresentar um ponto-de-vista do autor, o texto faz também a defesa desse ponto-de-vista: onde ele defende os motivos que fundamentam a opinião de que a prática intensa de viver é que revela o sentido da vida.


"Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. (...) Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva. Não estou me referindo a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase possível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada... Lembrando-me agora com saudade da dor de escrever livros."

Clarice Lispector. A Descoberta do Mundo.

Escrevendo uma dissertação

Partes que compõem a dissertação:

  • Introdução - deve ser breve e anunciar ao leitor o que será desenvolvido no texto;
  • Desenvolvimento - representa o corpo do texto; aqui serão utilizadas as idéias propostas na introdução; é o momento em que se defende o ponto-de-vista acerca do tema proposto;
  • Conclusão - serve para finalizar o que foi exposto; deve ser breve e não pode conter nenhuma idéia nova e nenhum exemplo; trata-se de um resumo da dissertação como um todo.

Dicas para escrever uma boa dissertação

  1. Só abordar na introdução e na conclusão o que realmente estiver no desenvolvimento;
  2. Evitar períodos muitos longos ou seqüências de frases muito curtas;
  3. Evitar, nas dissertações tradicionais, dirigir-se ao leitor;
  4. Evitar as repetições exageradas e umas próximas das outras, tanto de palavras, quanto de informações;
  5. Manter-se rigorosamente dentro do tema;
  6. Evitar expressões desgastadas, "batidas";
  7. Utilizar exemplos e citações relevantes;
  8. Não usar religião como argumento;
  9. Fugir das palavras muito "fortes";
  10. Evitar gírias e termos coloquiais;
  11. Evitar linguagem rebuscada;
  12. Evitar a argumentação generalizadora e baseada no senso comum;
  13. Não ser radical;
  14. Ter cuidado com palavras duvidosas como coisa e algo, por terem sentido vago; prefirir elemento, fator, tópico, índice, ítem, etc.
  15. Após o titulo de uma redação não colocar ponto;
  16. Não usar chavões, provérbios, ditos populares ou frases feitas;
  17. Não usar questionamentos no texto, sobretudo na conclusão;
  18. Jamais usar a primeira pessoa do singular ou plural, a menos que haja uma solicitação do tema;
  19. Repetir muitas vezes as mesmas palavras empobrece o texto; lançar mão de sinônimos e expressões que representem a idéia em questão;
  20. Somente citar exemplos de domínio público, sem narrar seu desenrolar, fazendo somente uma breve menção.

Ver também

Ligações externas