Érico II, Duque de Brunsvique-Luneburgo

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Érico II
Duque
Érico II, Duque de Brunsvique-Luneburgo
Érico II, Duque de Brunsvique-Luneburgo
Nascimento 10 de agosto de 1528 (495 anos)
  Dassel, Northeim, Baixa Saxônia, Alemanha
Morte 17 de novembro de 1584 (56 anos)
  Pavia, Lombardia, Itália
Esposas Sidônia da Saxônia
Doroteia de Lorena
Pai Érico I, Duque de Brunsvique-Luneburgo
Mãe Duquesa Isabel de Brunsvique-Calemberga-Gotinga

Érico II (Dassel, 10 de agosto de 1528 – Pavia, 17 de novembro de 1584) foi um Duque de Brunsvique-Luneburgo e governante do Principado de Calemberga, entre 1545 e 1584. Desde 1495, o Principado de Gotinga foi incorporado a Calemberga.

Ele era filho de Érico I e Isabel de Brandemburgo. Enquanto ele ainda era menor de idade, sua mãe atuou como regente e introduziu a Reforma em Calemberga, incluindo seus filhos na conversão. No entanto, em 1547, Érico II declarou a sua reconversão para o catolicismo romano, para o desgosto de sua mãe.

Primeiro casamento[editar | editar código-fonte]

Eric casou-se, em 17 de maio de 1545, com Sidônia da Saxônia (1518-1575), que era dez anos mais velha do que ele. A cerimônia de casamento foi realizada em Hann. Munden sem a habitual pompa e circunstância.

Inicialmente, eles se gostaram. Érico tinha sido noivo de Inês de Hesse. Quando o casamento foi negociado na corte de Kassel, no entanto, ele já havia conhecido Sidônia. Ele gostou dela, e rompeu o noivado com Inês, para casar-se com Sidônia. O Landegrave Filipe de Hesse predisse: "Todos os tipos de coisas vão acontecer dentro deste casamento, depois que o mês dos beijos terminar."[1]

Dois anos após o casamento, em 1547, o Duque Érico começou seu governo, e reconverteu-se à fé católica, após a Reforma ter sido introduzida em seu Ducado, em 1542. Apesar das rogatibas de seu marido, Sidônia manteve sua fé luterana. Eles tiveram problemas financeiros, o casamento permaneceu sem filhos e, logo, o seu relacionamento tomou um rumo muito infeliz.

Os confrontos culminaram na sua suspeita de que seu marido queria envenená-la. Um mercador genovês entrou em contato com o irmão de Sidônia, Augusto, no ano de 1555, e informou-lhe que o Duque Érico tinha lhe encomendado o veneno, sob o fundamento de que "Érico era um cristão e sua esposa seria Luterana, era melhor que uma mulher fosse destruída do que 20.000 pessoas."[2]

Érico envolveu-se com uma moça, Catarina de Weldam, com quem passou a viver no Castelo de Calenberg, a partir de 1563 e tiveram dois filhos: Guilherme, Barão de Lysfelt (morto prematuramente em 1585) e Catarina, Baronesa de Lysfelt (1564-1606), que se casou secretamente com João André Doria, Príncipe de Melfi. Sidônia teve o acesso ao castelo recusado, que também foi baseado no fundamento de que ela tinha ameaçado: "se ela vier à minha casa, eu corto fora o nariz da vadia, e lhe furo um olho."[2]

Acusações de feitiçaria[editar | editar código-fonte]

Sidônia esteve, de 1564 em diante, praticamente em prisão domiciliar e ela protestou vigorosamente ao seu irmão e ao Imperador, que enviou conselhos que tentaram, sem sucesso, compromisso com o Duque Érico. Em 1564, Érico ficou muito doente e suspeitou que foi envenenado. Quatro mulheres suspeitas de bruxaria foram queimadas como bruxas, em Neustadt am Rübenberge. Em 1570, a mediação do Imperador, o Eleitor da Saxônia e Duque Júlio de Brunsvique-Volfembutel, resultou em uma solução de litígios entre Sidônia e seu marido, na qual Sodônia receberia o Castelo de Calemberga. Érico, no entanto, não cumpriu o acordo.

Em 30 de março de 1572, o Duque Érico reuniu alguns dos seus conselheiros, nobres e deputados das cidades de Hanôver e Hamelin, no Castelo de Landestrost, em Neustadt. Ele acusou Sidônia de feitiçaria e de atentado contra sua vida. Ele apresentou provas obtidas mediante tortura das quatro mulheres que ele tinha executado por bruxaria. Sidônia dirigiu-se ao Imperador Maximiliano II e pediu uma revisão. Ela secretamente deixou Calenberg e viajou para Viena. O imperador Maximiliano, então, decretou que a investigação deveria ser realizada na corte imperial. No entanto, ele remeteu o caso para os Duques Júlio de Brunsvique-Wolfenbüttel e Guilherme O Jovem.

Em 17 de dezembro de 1573, o caso foi apresentado em Halberstadt, para a corte e um grande público. Todas as testemunhas retrataram seus depoimentos contra Sidônia e, em 1 de janeiro de 1574, a Duquesa foi absolvida de todas as acusações.

O Mosteiro de Weissenfels[editar | editar código-fonte]

De Viena, Sidônia viajou para Dresda, em outubro de 1572, até seu irmão e a esposa dele. Ao invés do Castelo de Calenberg e a prata que o Duque Érico tinha retido dela, ela recebeu, depois de vários acordos, uma indenização e uma pensão vitalícia. O Eleitor Augusto deu a ela o Mosteiro das Clarissas, em Weissenfels, com todos os rendimentos e juros. Sidônia viveu lá até sua morte, em 1575.

Devido à resistência de Sidônia, o Duque Júlio de Brunsvique não teve êxito em resolver amigavelmente a acusação de Érico contra Sidônia. Em 1573, Sidônia escreveu ao Duque Júlio: O Duque Érico está dificultando, porque ele vomitou as acusações, tirando, como falamos, não as roupas, mas a honra, que é o maior e mais precioso tesouro que uma mulher pobre possui neste mundo..[3]

Segundo casamento[editar | editar código-fonte]

Em 1575, ele casou-se com Doroteia de Lorena (1545-1621), filha da Princesa Cristina da Dinamarca e de Francisco I, Duque de Lorena.

Nenhum casamento produziu descendência legítima e, em sua morte, Calemberga foi remetida ao Duque Júlio, que era Príncipe de Volfembutel.


Ascendência[editar | editar código-fonte]

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. Guilherme, O Vitorioso, Duque de Brunsvique-Luneburgo
 
 
 
 
 
 
 
4. Guilherme IV, Duque de Brunsvique-Luneburgo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. Cecília de Brandemburgo
 
 
 
 
 
 
 
2. Érico I, Duque de Brunsvique-Luneburgo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. Bodo VII, Conde de Stolberg-Wernigerode
 
 
 
 
 
 
 
5. Isabel de Stolberg-Wernigerode
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11. Ana de Schwarzburg
 
 
 
 
 
 
 
1. Érico II, Duque de Brunsvique-Luneburgo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12. João Cícero, Príncipe-Eleitor de Brandemburgo
 
 
 
 
 
 
 
6. Joaquim I de Brandemburgo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13. Margarida da Turíngia
 
 
 
 
 
 
 
3. Isabel de Brandemburgo, Duquesa de Brunsvique-Calemberga-Gotinga
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14.João da Dinamarca
 
 
 
 
 
 
 
7. Isabel da Dinamarca
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15. Cristina da Saxônia
 
 
 
 
 
 

Notas de rodapé[editar | editar código-fonte]