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A República: diferenças entre revisões

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Todo o diálogo é narrado, em primeira pessoa, por [[Sócrates]].
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O tema central da obra é a [[justiça]].
O tema central da obra é a [[justiça]].

Clique e leia [http://listadelivros-doney.blogspot.com/2007/09/repblica-plato.html] alguns trechos selecionados da obra.


No decorrer da obra é imaginada uma república fictícia (a cidade de ''Callipolis'', que significa cidade bela) onde são questionados os assuntos da organização social ([[teoria política]], [[filosofia política]]).
No decorrer da obra é imaginada uma república fictícia (a cidade de ''Callipolis'', que significa cidade bela) onde são questionados os assuntos da organização social ([[teoria política]], [[filosofia política]]).

Revisão das 20h29min de 13 de maio de 2009

 Nota: Se procura jornal carioca publicado no Segundo Império, veja A República (Rio de Janeiro).

A República (em Grego Πολιτεία) é um diálogo socrático escrito por Platão, filósofo grego, no século IV a.C.. Todo o diálogo é narrado, em primeira pessoa, por Sócrates. O tema central da obra é a justiça.

Clique e leia [1] alguns trechos selecionados da obra.

No decorrer da obra é imaginada uma república fictícia (a cidade de Callipolis, que significa cidade bela) onde são questionados os assuntos da organização social (teoria política, filosofia política).

O diálogo tem uma extensão considerável, articulada pelos tópicos do debate e por elementos dramáticos. Exteriormente, está dívido em dez livros, subdividida em capítulos e com a numeração de páginas do humanista Stéphanus da tradição manuscrita e impressa. A organização do diálogo em 12 secções, assinaladas no texto Grego, deve-se a estudiosos da escola alemã, sobretudo Kurt Hildebrandt e também a Francis Cornford e Eric Voegelin, e pode ser assim sumariada:

Organização da obra

Prólogo
I.1 327a-328b Descida ao Pireu.
I.2-I.5 328b-331d Céfalo. Justiça segundo os mais velhos.
I.6-I.9 331e-336a Polemarco. Justiça segundo a meia idade.
I.10-I.24 336b-354c Trasímaco. Justiça segundo os Sofistas.
Introdução
II.1 - II.10 357a-369b Questão: a justiça é preferível à corrupção?
Parte I O Paradigma da Cidade-Estado
1.II.11-II.16 369b-376e. Origem da cidade
2.II.7-III.18 376e-412b. Educação dos responsáveis
3.III.19-IV.5 412b-427c. Constituição da Cidade-Estado
4.IV.6-IV.19 427c-445e. Justiça na cidade
Parte II A encarnação do Paradigma
5.V.1-V.16 449a-471c Unidade somática da cidade e dos Gregos
6.V.17-VI.14 471c-502c Governo dos filósofos
7.VI.15-VII.5 502c-521c A ideia do Bem
8.VII.6-VII.18 521c-541b Educação dos filósofos
Parte III O Declínio da Cidade -Estado
9. VIII.1 -VIII.5 543a-550c Timocracia
10. VIII.6 -VIII.9 550c-555b Oligarquia
11. VIII.10-VIII.13 555b-562a Demagogia
12. VIII.14-IX.3 562a-576b Tirania
Conclusão
IX.4-IX.13 576b-592b. Resposta. Justiça melhor que corrupção
Epílogo
X.1-X.8 595a-608b. Rejeição da arte mimética
X.9-X.11 608b-612a Imortalidade da alma
X.12 612a-613e Recompensa dos Justos em vida
X.13-X.16 613e-631d Julgamento dos mortos

A ordem da cidade é uma incorporação na realidade histórica da idéia do bem, o agathon. A incorporação deve ser levada a cabo pela pessoa que contemplou o agathon e deixou que a sua consciência fosse ordenada pela visão, o filósofo. Na parte central do diálogo, Platão trata do governo dos filósofos e da visão do Bem, na famosa Alegoria da Caverna.

A parte central é antecedida e seguida pelo debate dos meios que asseguram a substância fisiológica e anímica adequada a uma cidade bem ordenada. A Parte II trata do casamento, da comunidade de bens mulheres e filhos entre os guardiões e das restrições da guerra entre os Gregos. A Parte II,4 trata da educação filosófica dos governantes que irão preservar a ordem na existência.

A Parte II, a incorporação da Paradigma é precedida pela construção genética da ordem justa para a cidade na Parte I; e é seguida pela análise na Parte III das fases do declínio sofrido pela ordem justa após a sua instauração. As três partes em conjunto formam o corpo principal do diálogo com a discussão da ordem justa, a incorporação, a sua génese e o seu declínio.

O conjunto das três partes é enquadrado por uma Introdução e uma Conclusão. O debate da ordem justa surge a propósito da questão sobre se a justiça é melhor que a injustiça ou se o homem injusto terá uma vida mais regalada que a do justo. Após a questão e o debate prolongado sobre a ordem justa, surge a resposta conclusiva de que a justiça é preferível à corrupção.

O corpo principal do diálogo bem como a introdução e conclusão são enquadrados pelo prólogo que constitui um curto diálogo aporético sobre a justiça em que se debatem as opiniões correntes doxai e o epílogo que levanta questões respondidas com o mito da salvação.

A República usa uma argumentação dialética. O pensamento dialético caracteriza-se por apreender a realidade à luz de posições contraditórias, uma das quais acaba por ser compreendida como verdadeira e a outra falsa. A imagem correspondente é a do confroto entre luz, sol, claridade e trevas, escuridão e caverna. A dialéctica ascendente apresenta a ideia por confronto com os pontos de partida empíricos; a dialéctica descendente verifica a corrupção da ideia devido à sua incorporação numa situação empírica. É particularmente interessante notar como as idéias do livro viriam a influenciar os autores posteriores.

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