Abutilon megapotamicum

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Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Clado: rosídeas
Ordem: Malvales
Família: Malvaceae
Género: Abutilon
Espécie: A. megapotamicum
Nome binomial
Abutilon megapotamicum
(A.Spreng.) St.Hil. & Naudin.

Abutilon megapotamicum, comummente conhecida como farolito-do-japão[1][2], é uma espécie botânica de plantas da família das Malváceas, muito cultivada como uma espécie ornamental, sendo que já não se lhe conhecem populações selvagens expressivas.[3]

Nomes[editar | editar código-fonte]

Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: campainhas[2]; campainhas-da-madeira[2]; malva-indiana[1] (não confundir com a abutilon indicum, que consigo partilha este nome); lanterna-japonesa[4], também grafada lanterninha-japonesa[4],(não confundir com a Abutilon striatum[5], que consigo também partilha estes dois nomes); sininho[4]; chapéu-de-cardeal[4]; e abutilhão (denominação comummente atribuída a qualquer uma das espécies do género Abutilon).[6]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Do que toca ao nome científico:

  • O nome genérico, Abutilon, trata-se de uma latinização do substantivo árabe abū ṭīlūn (أَبُو طِيلُون ) que significa «malva indiana».[7]
  • O epíteto específico, megapotamicum, provém do grego antigo e resulta da aglutinação dos étimos mégas (μέγας)[8], que significa «grande», e potamos (ποταμός)[9], que significa «rio; ribeiro», o que configura a noção de «rio grande».[2]

Do que toca aos nomes comuns:

  • Os nomes alusivos a lanternas e a farolitos prendem-se com o formato da flor, que lembra uma lanterna de papel de estilo asiático. [10]
  • Os nomes alusivos a campainhas e sinos também se prendem com o formato da flor, mas por alusão a esses instrumentos musicais.[2] [10]
  • Os nomes «malva-indiana» e «abutilhão» são reiterações do nome científico, o primeiro traduzido para português[7][1], o segundo só com a grafia aportuguesada.[6]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Trata-se de uma nativa de regiões tropicais, como o Brasil, a Argentina e o Uruguai.[1][2] Encontra-se classificada como espécie exótica introduzida em Portugal Continental.[11]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O farolito-do-japão é um arbusto perenifólio de textura semi-lenhosa de ramagem ramificada e escadente, que pode crescer até aos 3 metros.[12]

Conta com flores de grande valor ornamental, as quais exibem um formato tubuloso-campanulado.[2] São flores solitárias, de posicionamento axilar e pendular.[2] Caracterizam-se pelo cálice vermelho, corola amarela e longos estames castanhos, em forma de cacho.[2] Floresce todo o ano[1], sendo que o faz com mais intensidade no verão e atrai muitos insectos polinizadores e beija-flores.

Os esquizocarpos têm mericarpos polispérmicos.[2]

As folhas são alternas, pecioladas e glabras, têm um formato que vai do cordiforme ao lanceolado. Por vezes, podem apresentar-se ligeiramente trilobadas.[2] Os rebordos das folhas têm um feitio grosseiramente crenado-serrado, com a ponta acuminadas.[2] No que toca à coloração, as folhas são verdes, podendo apresentar manchas amareladas.[2]

Cultivo[editar | editar código-fonte]

Privilegia espaços com boa exposição solar ou com sombra só durante parte do dia e solos férteis.[13] Não suporta espaços demasiado secos.[14]

Recomenda-se cortar as flores secas, por molde a evitar o destelar das sementes, para tentar prolongar a longevidade da planta.[15] Há muitas variedades desta espécie, cultivadas pelas suas qualidades ornamentais.[16] As espécies deste género botânico são particularmente resistentes aos fungos do género Armillaria.[17]

Usos[editar | editar código-fonte]

As flores desta planta são comestíveis, sejam cozinhadas, sejam frescas.[18] Têm um sabor agradável e adocicado, quando cruas. O dulçor das flores advém do néctar, o qual continua a ser produzido enquanto as flores estejam abertas.[19]

Referências

  1. a b c d e «Abutilon megapotamicum». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  2. a b c d e f g h i j k l m Hilário de Mendonça, Patrícia Miguel (2017). Contributo para o conhecimento e valorização do património florístico da Quinta Villar d'Allen (PDF). Coimbra: Universidade de Coimbra. p. 81. 302 páginas 
  3. «Abutilon megapotamicum - Useful Tropical Plants». tropical.theferns.info. Consultado em 24 de abril de 2022 
  4. a b c d «Abutilon megapotamicum - Página de Espécie • Naturdata - Biodiversidade em Portugal». Naturdata - Biodiversidade em Portugal. Consultado em 24 de abril de 2022 
  5. Mourão*, Isabel de Maria. «As flores também se comem». PÚBLICO. Consultado em 24 de abril de 2022 
  6. a b «Abutilão». Michaelis On-Line. Consultado em 24 de abril de 2022 
  7. a b «abutilon - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 24 de abril de 2022 
  8. «μέγας - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 24 de abril de 2022 
  9. «ποταμός - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 24 de abril de 2022 
  10. a b Lorenzi, Harri; Souza, Hermes Moreira de (2001). Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. Nova Odessa, Brasil: Instituto Plantarum de Estudos da Flora. 1088 páginas. ISBN 8586714127 
  11. Sequeira, M. (Ed ); Espírito Santo, Dalila (Ed ); Aguiar, Carlos (Ed ); Capelo, Jorge (Ed ); Honrado, João José (Ed ) (2011). Checklist da Flora de Portugal Continental, Açores e Madeira. Bragança: Instituto Politécnico de Bragança. p. 19. ISBN 978-989-20-2690-9 
  12. «Abutilon megapotamicum» (em inglês). ITIS (www.itis.gov) 
  13. Huxley, A. (1992). The New Royal Horticultural Society Dictionary of Gardening (em inglês). London, UK: Macmillan Press. 3200 páginas. ISBN 0-333-47494-5 
  14. Huxley, A. (1992). The New Royal Horticultural Society Dictionary of Gardening (em inglês). London, UK: Macmillan Press. 3200 páginas. ISBN 0-333-47494-5 
  15. Huxley, A. (1992). The New Royal Horticultural Society Dictionary of Gardening (em inglês). London, UK: Macmillan Press. 3200 páginas. ISBN 0-333-47494-5 
  16. Huxley, A. (1992). The New Royal Horticultural Society Dictionary of Gardening (em inglês). London, UK: Macmillan Press. 3200 páginas. ISBN 0-333-47494-5 
  17. Huxley, A. (1992). The New Royal Horticultural Society Dictionary of Gardening (em inglês). London, UK: Macmillan Press. 3200 páginas. ISBN 0-333-47494-5 
  18. Facciola, Stephen (1990). Cornucopia: A Source Book of Edible Plants (em inglês). Ann Arbor, Michigan, USA: Kampong Publications. 677 páginas. ISBN 0962808709 
  19. Fern, Ken (1997). Plants for a Future: Edible & Useful Plants for a Healthier World (em inglês). East Meon, United Kingdom: Permanent Publications. 300 páginas. ISBN 1856230112 
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