Alcedo Coutinho

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Alcedo Coutinho
Nascimento 21 de março de 1906
Nazaré da Mata
Morte 29 de julho de 1992 (86 anos)
Uberaba
Cidadania Brasil
Ocupação político

Alcedo de Morais Coutinho (Nazaré da Mata, 21 de março de 1906 — Uberaba, 29 de julho de 1992) foi um político brasileiro. Exerceu o mandato de deputado federal constituinte pelo estado de Pernambuco em 1946.[1]

Ainda jovem, mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ). E foi no então Distrito Federal do país que se formou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, na Praia Vermelha, em 1928. Após concluir a graduação, retornou a Pernambuco para exercer a profissão. Em Recife, se tornou primeiro assistente do Hospital Pedro II e atuou como cirurgião no pronto-socorro local.

Desde 1924, esteve ligado ao Movimento Tenentista, que o motivou a participar da Revolução de 1930, a qual pôs fim à República Velha. Filiado ao PCB (Partido Comunista do Brasil), esteve presente na Intentona Comunista promovida pela ANL (Aliança Nacional Libertadora) em 1935, ocorrida em Recife, contra o governo de Getúlio Vargas. Preso, permaneceu em detenção na Penitenciária de Recife até setembro de 1938, quando um habeas-corpus o colocou em liberdade.

Em seguida, foi deportado ao Rio de Janeiro (RJ) pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). Voltou a clinicar, mas continuou ligado ao PCB de forma clandestina, retornando a Recife para organizar o partido em Pernambuco.

Em 1942, contribuiu para a formação do movimento em prol da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, contra as nações do Eixo, aliança liderada por Alemanha, Itália e Japão.

Atuante no âmbito sindical, Alcedo Coutinho continuou em via contrária ao governo de Getúlio Vargas, lutando pela derrubada do Estado Novo (1937-1945). Já em 1945, se tornou candidato a Deputado Federal pelo PCB, que havia sido legalizado no mesmo ano. Não foi eleito em primeira instância, mas ocupou a vaga deixada por Luís Carlos Prestes, que assumiu o cargo no Rio de Janeiro. Em 1946, foi escolhido como relator do projeto sanitário nacional, como membro da Comissão de Investigação Econômica e Social.

Foi um dos responsáveis por levar o Programa Mínimo de União Nacional à Constituinte, em que, em nome do PCB, defendia causas como o direito de voto a analfabetos, soldados e marinheiros, proibição do trabalho de menores de idade, autonomia dos municípios e unificação da Justiça. Extremamente ativo em termos constitucionais, passou a desempenhar um mandato ordinário na Câmara Federal, com a promulgação da Constituição de setembro de 1946.

Em maio de 1947, o PCB perdeu seu registro, cancelado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e todos os parlamentares comunistas tiveram seus mandatos cassados. Alcedo Coutinho foi deles, e ainda teve um mandado de segurança contra sua cassação negado pelo TSE, já em maio de 1949.

Àquela altura, já havia sido nomeado, em decreto da presidência da República, primeiro-tenente do Exército como médico, e continuou em sua profissão de formação nos anos seguintes.

Estreitamente ligado a Luís Carlos Prestes, retomou a clandestinidade comunista com o início da Ditadura Militar em 1964. Em 1970, porém, mudou-se para Goiás, onde passou a morar com uma de suas duas filhas.

Já em 1988, voltou a migrar de estado, transferindo-se para Uberaba (MG), onde faleceu no dia 29 de julho de 1992.

Referências

  1. «Alcedo de Morais Coutinho - CPDOC» (PDF). CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 26 de outubro de 2017 
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