Alexandre (filho de Aristóbulo II)
Alexandre | |
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Nascimento | 80 a.C. Jerusalém |
Morte | 49 a.C. (30–31 anos) Antioquia |
Cidadania | Reino da Judeia |
Progenitores |
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Cônjuge | Alexandra |
Filho(a)(s) | Aristóbulo (cunhado de Herodes), Mariana |
Irmão(ã)(s) | Antígono, Alexandra |
Ocupação | aristocrata |
Causa da morte | decapitação |
Alexandre foi um filho de Aristóbulo II da Judeia. Quando seu pai e seu irmão, Antígono, foram levados cativos a Roma por Pompeu, ele permaneceu na Judeia, organizando a resistência. Por duas vezes ele foi derrotado pelos romanos, e ao final foi assassinado pelos pompeianos.
Família
[editar | editar código-fonte]Alexandre Janeu, ao contrário dos seus antecessores, tomou o título de "rei dos judeus", um título que pertencia apenas à família do Rei Davi.[1] Ele se casou com Salomé Alexandra, que o sucedeu e, depois da morte desta, em 67 a.C., por Hircano, seu filho, que havia sido sumo sacerdote.[2] Os líderes do exército e a nobreza se uniram ao irmão mais novo, Aristóbulo, o que levou o país à guerra civil.[2] O conflito foi resolvido com a intervenção de Pompeu, que adicionou a Palestina à República Romana.[2][nota 1]
Aristóbulo tinha duas filhas e vários filhos, dentre estes Antígono, que foi levado à Roma por Pompeu junto de suas irmãs.[3]
Luta contra os romanos
[editar | editar código-fonte]Após a campanha de Escauro contra Petra,[4] Alexandre, filho de Aristóbulo, atacou a Judeia.[5]
Gabínio, vindo de Roma através da Síria, como comandante das forças romanas, enfrentou Alexandre, porque Hircano ainda não tinha condições de se opor, e ainda estava tentando reconstruir o muro de Jerusalém, que Pompeu havia derrubado.[5]
Alexandre armou vários judeus, obtendo um exército de dez mil soldados de infantaria e mil e quinhentos de cavalaria, e fortaleceu Alexândrio, uma fortaleza próxima de Corem e Maquero, próxima das montanhas da Arábia. Gabínio o atacou, enviando seus generais, dentre os quais Marco Antônio. Os romanos armaram seus aliados judeus, cujos líderes eram Pitolau e Máliquo, e junto das forças de Antípatro, enfrentaram Alexandre, enquanto Gabínio os seguia com sua legião. Alexandre se retirou para perto de Jerusalém, onde eles batalharam; na batalha morreram três mil dos judeus de Alexandre, e outros três mil foram feitos prisioneiros.[5]
Gabínio chegou a Alexândrio e ofereceu condições para a rendição, que eles seriam perdoados de suas ofensas. Os inimigos, porém ofereceram batalha, e os romanos atacaram. Marco Antônio lutou bravamente, e parece ter terminado a batalha com as maiores honras. Gabínio deixou parte de seu exército por lá, e foi para o resto da Judeia, comandando a reconstrução de várias cidades que haviam sido destruídas.[6]
Quando Gabínio voltou a Alexândrio, Alexandre enviou uma embaixada, aceitando entregar a fortaleza em troca da anistia. Além de Alexândrio, que Gabínio demoliu, Alexandre também entregou Hircânia e Máquero. A mãe de Alexandre, que estava do lado dos romanos, e cujos filhos e marido estavam em Roma, conseguiu tudo que ela queria de Gabínio. Gabínio deixou Hircano em Jerusalém, e dividiu o país em cinco partes, nomeando um conselho para dividir cada parte, de forma que os judeus ficaram livres da autoridade monárquica, sendo governados por uma aristocracia.[7]
Retorno de Aristóbulo
[editar | editar código-fonte]Aristóbulo fugiu de Roma com seu filho, chegou à Judeia e iniciou a reconstrução do Alexândrio, que havia sido recentemente demolido. A ele se juntaram vários judeus, um total de oito mil soldados, mas os romanos os atacaram e derrotaram. Gabínio enviou Aristóbulo de volta a Roma, onde ele foi acorrentado, porém o Senado deixou seus filhos livres, porque Gabínio havia dito que este foi o acordo que ele tinha feito com a mãe deles para que ela entregasse a fortaleza.[8]
Gabínio pretendia atacar os partas, mas retornou e foi ao Egito, para restaurar Ptolemeu XII ao trono. Antípatro [nota 2]ajudou o exército romano, que derrotou o usurpador Arquelau. Na volta, Gabínio encontrou a Síria em desordem, porque Alexandre, filho de Aristóbulo, havia tomado o governo à força, e estava sitiando o monte Gerizim, onde os romanos haviam se retirado.[9]
Gabínio enviou Antípatro para tentar vencer os judeus pela diplomacia, mas Alexandre, que tinha trinta mil homens, enfrentou Gabínio e foi derrotado.[10]
Morte
[editar | editar código-fonte]Após Júlio César ter derrotado Pompeu em Roma, este libertou Aristóbulo, mas ele foi envenenado pelos seguidores de Pompeu. Em seguida, Cipião, aliado de Pompeu, assassinou Alexandre, filho de Aristóbulo, e cortou sua cabeça. Os demais filhos de Aristóbulo foram salvos por Ptolemeu, filho de Meneu, que governava Cálcis. Ptolemeu trouxe a viúva de Aristóbulo, Antígono e as filhas de Aristóbulo, uma das quais, Alexandra, se casou com Filípio, filho de Ptolemeu, e, depois que Ptolemeu executou o próprio filho, se casou com Ptolemeu.[11]
Descendentes
[editar | editar código-fonte]Ele foi casado com Alexandra, filha de Hircano II, com quem teve dois filhos.[12]
Seus dois filhos, dotados de extrema beleza segundo Flávio Josefo, foram:[12]
- Aristóbulo,[12] foi nomeado, aos dezessete anos de idade, sumo sacerdote de Israel e assassinado a mando de Herodes.[13]
- Mariane,[12] que também era neta de Hircano II, e foi esposa de Herodes, o Grande. Herodes e Mariane, a neta de Hircano, tiveram três filhos e duas filhas.[14]
Notas
- ↑ Pelo texto de Ben Zion Bokser, Pompeu adicionou a Palestina ao Império Romano.
- ↑ Antípatro é o pai de Herodes, o Grande.
Referências
- ↑ Jona Lendering, Hasmonaeans [1]
- ↑ a b c Ben Zion Bokser, The Wisdom of the Talmud (1951), The Forerunners of the Talmud, The Pharisees and Sadducees [2]
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 4, Como Pompeu, após os cidadãos de Jerusalém terem fechado as portas para ele, cercou a cidade e a tomou à força, e as outras coisas que ele fez na Judeia, 5 [em linha]
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 5, Como Escauro fez um pacto de aliança com Aretas, e o que Gabínio fez na Judeia, após haver derrotado Alexandre, filho de Aristóbulo, 1
- ↑ a b c Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, 5.2
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, 5.3
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, 5.4
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 6 Como Gabínio capturou Aristóbulo depois que ele fugiu de Roma, e o enviou de volta a Roma; e como o mesmo Gabínio, retornando do Egito, derrotou Alexandre e os nabateus em batalha, 1
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, 6.2
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, 6.3
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 7, Como Crasso chegou na Judeia e pilhou o Templo; e depois marchou contra os partas e morreu, com seu exército. Como Cássio obteve a Síria, e pôs um limite aos partas e depois foi para a Judeia, 4
- ↑ a b c d Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XV, Capítulo 2, 5 [em linha]
- ↑ Flávio Josefo, A Guerra dos Judeus, Livro I, Capítulo 22, 1 [em linha]
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 12, Herodes expulsa Antígono, filho de Aristóbulo, da Judeia, e ganha a amizade de Antônio, que havia chegado à Síria, ao enviar-lhe muito dinheiro; por causa disto Antônio não admitia que ninguém acusasse Herodes, e o que Antônio escreveu aos habitantes de Tiro, 1