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Alfredo Filgueiras da Rocha Peixoto

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Alfredo Filgueiras da Rocha Peixoto

Alfredo Filgueiras da Rocha Peixoto (Santa Maria dos Anjos de Ponte de Lima, 10 de Julho de 1848Coimbra, 2 de Agosto de 1904) foi um matemático e professor universitário português.

Frequentou a Universidade de Coimbra, matriculando-se em 1864. Formou-se em Filosofia e Matemática em 1869, e fez exame de licenciado em Matemática a 13 de Julho de 1870, e acto de conclusões magnas a 12 de Julho de 1871, recebendo o grau de doutor a 4 de Março de 1872 com a dissertação 'Movimento do centro de gravidade do systema planetario'.

Começou a carreira docente em Coimbra como lente substituto em 1875, e cinco anos depois foi promovido a lente catedrático de Geometria Descritiva (1880-1887) e, mais tarde, Mecânica Celeste (1888-1903).[1][2]

Nos anos de 1893 a 1897 exerceu o cargo de sub-director do Observatório Astronómico de Lisboa. Foi ainda e 1.º Astrónomo do Observatório da Universidade de Coimbra desde 1893 e seu director interino entre 1897 e 1900.[3] Tomou parte muito activa nas observações feitas em Viseu, ao eclipse total do Sol verificado em 1900.[2]

Foi ainda eleito deputado pelo Partido Regenerador em várias legislaturas, tendo apresentado diversos projectos de lei, dentre os quais se destacam um sobre a reforma do Código Civil e outro sobre a reforma da instrução pública. Em 1894 foi eleito Par do Reino. Ocupou ainda vários cargos públicos relativos à educação pública: foi membro do Conselho Superior de Instrução em 1890, e Presidente da Comissão de Exame dos Livros para o Ensino Primário e Normal.[1]

Em 1904, na manhã de 2 de Agosto, cometeu suicídio por enforcamento.[4] Foi sepultado em jazigo de família no Cemitério Municipal de Viana do Castelo após funeral muito concorrido, tendo o cadáver sido transportado por via ferroviária e acompanhado pelos seus filhos. Na estação de Coimbra, proferiu uma alocução o colega e amigo Bernardino Machado.[1]

Dados genealógicos

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Baptizado em 17 Julho de 1848 na mesma freguesia que nasceu, era filho de Francisco Manuel da Rocha Peixoto (1819-1887), licenciado em Direito, juiz, deputado e governador civil de Vila Real, e Emília Amália Felgueiras[5].

Casado, em 23 de Outubro de 1875, na freguesia de Santa Maria Maior, em Viana do Castelo,, com Angelina Amélia de Espregueira (1846-1877). Tiveramː

  1. Artur Espregueira da Rocha Peixoto 1876-1878

Casado, em 2 de Setembro de 1880, freg. da Pena, em Lisboa, com Maria Carolina Pinto da Cruz (1857-1946). Tiveramː

  1. Maria Emília Pinto Da Cruz da Rocha Peixoto 1881-1944
  2. Alfredo Pinto Da Cruz da Rocha Peixoto 1882-1952
  3. Jorge Manuel Pinto da Cruz Da Rocha Peixoto 1886-1944

Referências

  1. a b c «Necrologia: Dr. Rocha Peixoto». O Occidente: Revista Illustrada de Portugal e do Extrangeiro. Lisboa. 20 de Agosto de 1904. Consultado em 30 de Agosto de 2020 
  2. a b Rodrigues, Augusto. «História da Ciência na UC: PEIXOTO, Alfredo Filgueiras da Rocha (1848-1904)». Universidade de Coimbra. Consultado em 30 de Agosto de 2020 
  3. Tenreiro, Carlos (2019). A Aula de Geometria Descritiva da Faculdade de Matemática e a sua Coleção de Modelos de Olivier. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. pp. 107–108. ISBN 9892618343. Consultado em 30 de Agosto de 2020 
  4. «Suicidio de um lente da Universidade: Dr. Alfredo Filgueiras da Rocha Peixoto» (PDF). Diario Illustrado (11283). Lisboa. 3 de Agosto de 1904. Consultado em 30 de Agosto de 2020 
  5. Peixoto, Alfredo Filgueiras da Rocha (1848-1904), Universidade de Coimbra PT