Saltar para o conteúdo

Amazaspo I

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Amazaspes.
Amazaspo I
Mepe do Reino da Ibéria
Reinado 106-116
Antecessor(a) Mitrídates I
Sucessor(a) Farasmanes II
 
Nascimento século I
Morte 116
Dinastia farnabázida
Pai Mitrídates I
Religião Paganismo ibérico

Amazaspo I (em latim: Amazaspus; em grego: Αμαζασπος; romaniz.: Amazaspos; em georgiano: ამაზასპ; romaniz.: Amazasp) foi um rei (mepe) do Reino da Ibéria mencionado nas crônicas georgianas da Idade Média que, segundo Cyril Toumanoff, governou de 106 a 116.

Nome[editar | editar código-fonte]

Amazaspes é a variante latina e grega (Αμαζάσπες) do persa médio Hamazaspe (*Hamazāsp) que, em última análise, deriva do persa antigo Hamāzāspa. Embora a etimologia precisa de *Hamazāsp/Hamāzāspa permaneça sem solução, pode ser explicada através do avéstico *hamāza-, "colisão/confronto" + aspa-, "cavalo", ou seja, "aquele que possuía corcéis de guerra". Foi registrado em armênio (Համազասպ) e georgiano (ამაზასპ) como Hamazaspe (Hamazasp) e também foi latinizado e helenizado como Amazaspo (Amazaspus; Αμαζασπος).[1][2][3]

Vida[editar | editar código-fonte]

Cyril Toumanoff o identifica com o Amazaspo citado na Estela de Vespasiano, o que o coloca como filho e sucessor de Mitrídates I (r. 58–106); por outro lado, as fontes georgianas se referem a ele como filho de Azorque. Toumanoff ainda o identificou com o rei Xefarnugo citado na Estela de Serapitis. Para justificar a associação, afirmou que esse nome, na verdade, era um epíteto iraniano ou irano-semita formado do persa antigo Xšaya e *farnuka/farnuxa (<farnah) que significou "esplendor real" ou "poder de Saturno".[4] As crônicas georgianas relatam o governo conjunto de dez anos de Amazaspo com Deroque/Deruque e registram Armazi como sua capital (enquanto a residência de Deroque era em Mtsqueta). Muitos estudiosos modernos, no entanto, consideram a diarquia ibérica uma lenda e argumentam que Amazaspo era rei por direito próprio.[5] Em 116, foi sucedido por seu filho Farasmanes II (r. 116–132).[6]

Referências

  1. Fausto, o Bizantino 1989, p. 378.
  2. Rapp 2009, p. 660.
  3. Rapp 2014, p. 164, 224.
  4. Toumanoff 1969, p. 15-16.
  5. Rapp 2003, p. 289.
  6. Toumanoff 1969, p. 16.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Rapp, Stephen H. (2003). Studies In Medieval Georgian Historiography: Early Texts And Eurasian Contexts. Bristol: Peeters Bvba. ISBN 90-429-1318-5 
  • Rapp, Stephen H. (2009). «The Iranian Heritage of Georgia: Breathing New Life into the Pre-Bagratid Historiographical Tradition». Iranica Antiqua. 44. doi:10.2143/IA.44.0.2034389 
  • Rapp, Stephen H. Jr (2014). The Sasanian World through Georgian Eyes: Caucasia and the Iranian Commonwealth in Late Antique Georgian Literature. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-1-4724-2552-2 
  • Toumanoff, Cyril (1969). Chronology of the Early Kings of Iberia. Nova Iorque: Fordham University