Anastácio de Constantinopla

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Anastácio de Constantinopla
Nascimento Desconhecido
Morte janeiro de 754
Cidadania Império Bizantino
Ocupação sacerdote
Religião Cristianismo calcedônio

Anastácio de Constantinopla foi o patriarca de Constantinopla entre 730 e 754 Ele sucedeu a Germano I (715 - 730) e se envolveu fortemente na controvérsia iconoclasta. Sua opinião sobre os ícones mudou duas vezes: primeiro ele se opunha, depois passou a defendê-los e, por fim, voltou a se opor.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Em 726, o imperador bizantino Leão III, o Isauro publicou um édito proibindo o uso de imagens nas igrejas e ordenou que seus soldados as removessem de todas as que estivessem em território do Império Bizantino.

Germano protestou o édito e escreveu uma carta apelando ao Papa Gregório II, bispo de Roma, em 729. O imperador Leão ficou furioso e depôs Germano logo em seguida. O papa, por sua vez, exigiu que Leão retirasse o édito, o que ele se recusou a fazer.

Patriarcado de Anastácio[editar | editar código-fonte]

Leão então apontou Anastácio para o trono patriarcal em 730 baseado principalmente em seu suporte às ideias iconoclastas. A controvérsia sobre esta política predominou durante o seu episcopado e alimentou um cisma entre as igrejas do oriente e do ocidente. Gregório II morreu no ano seguinte, mas seu sucessor, Gregório III, continuou a resistir à nova política, ao ponto de estimular a revolta armada contra a autoridade imperial na Itália.

Em 741, Leão morreu e foi sucedido como imperador por seu filho Constantino V, que quase que imediatamente precisou deixar a capital para defender a fronteira oriental contra o Califado Omíada. O cunhado de Constantino, Artabasdo, que era o curopalata ("mestre do palácio") e comandava os temas Opsiciano e Armeníaco, aproveitou a vantagem da ausência do imperador da capital para tomar o trono. Para conseguir o apoio dos que se opunham à política iconoclasta, Artabasdo reverteu o édito e se declarou o "Protetor dos Ícones Sagrados". O patriarca Anastácio rapidamente mudou de opinião (e de lado) e repentinamente se tornou um ardente defensor dos ícones, que o usurpador mandara reinstalar nas igrejas. Anastácio chegou mesmo a excomungar Constantino e o declarou um herético.

Constantino juntou os segmentos leais de seu exército e marchou para Constantinopla em 743 Ele derrotou Artabasdo e mandou executá-lo. Anastácio foi deposto, açoitado, cegado e desfilado nas ruas da cidade, em infâmia.[1] Depois disso, Anastácio mudou novamente de opinião sobre a questão dos ícones, voltando a atacá-los e acabou recendo o perdão imperial e o posto de volta.

Anastácio morreu em 754 e foi condenado pelo Segundo Concílio de Niceia, juntamente com Constantino II e Nicetas I, seus sucessores.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Anastácio de Constantinopla
(deposto e reconduzido)

(730 - 754)
Precedido por:

Patriarcas ecumênicos de Constantinopla

Sucedido por:
Germano I 75.º Constantino II

Referências

  1. *Milman, Henry Hart (1867). History of Latin Christianity: including that of the popes to the pontificate of Nicolas V. (em inglês) 1867 ed. [S.l.]: J. Murray. p. 370. 443 páginas 
  2. Images, iconoclasm, and the Carolingians. Noble (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 81  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)