António Gonçalves Curado

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António Gonçalves Curado
António Gonçalves Curado
Dados pessoais
Nascimento 29 de Setembro de 1894
Barquinha
Morte 4 de Abril de 1917

Laventie, França
Vida militar
País Portugal Portugal
Força Exército português
Hierarquia Soldado
Unidade Regimento de Infantaria 28

António Gonçalves Curado (Barquinha, 29 de Setembro de 1894 - Laventie, França, 4 de Abril de 1917) foi um militar português, que ficou conhecido por ter sido o primeiro soldado de origem portuguesa a falecer em França, durante a Primeira Guerra Mundial.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascimento[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Vila Nova da Barquinha, em 29 de Setembro de 1894.[1] De acordo com a sua placa de identidade, era filho de José Gonçalves Curado e Maria Clara.[1]

Carreira militar[editar | editar código-fonte]

Enveredou pela carreira militar, tendo sido integrado no Regimento de Infantaria 28.[1] Embarcou com destino à França em 22 de Fevereiro de 1917, para combater na Primeira Guerra Mundial.[1]

Falecimento e homenagens[editar | editar código-fonte]

Em 3 de Abril de 1917, a quarta companhia do Regimento de Infantaria 28 chegou à zona de Laventie, que deveria defender, em conjunto com as tropas britânicas.[2] No dia seguinte, os alemães começaram a bombardear com morteiros as trincheiras, tendo uma das bombas caído sobre o abrigo onde se situavam António Gonçalves Curado e outros dois soldados portugueses.[2] Gonçalves Curado ficou gravemente ferido, acabando por falecer pouco tempo depois, enquanto que os seus dois companheiros apenas receberam alguns ferimentos ligeiros.[2] Na altura em que foi atacado, estava a escrever num livro de apontamentos, que sobreviveu, tendo a sua última entrada sido: «Estou nas trincheiras da 1.ª linha a 100 metros dos boches. Caem granadas por todos os lados. Já tenho visto hoje a morte muitas vezes à roda de mi».[2] A última palavra não chegou a ser concluída, devido à explosão que o vitimou.[2]

Foi originalmente inumado no cemitério militar britânico de Laventie, tendo sido transferido para a Barquinha em 18 de Agosto de 1929, por iniciativa da comissão dos Padrões da Grande Guerra.[1] Este processo deu azo a grandes manifestações de patriotismo, tanto em Lisboa, onde a urna desembarcou no Arsenal da Marinha, como na Barquinha, onde a cerimónia teve a presença de várias associações e autoridades civis e militares, como a Liga dos Combatentes.[1] Os restos mortais ficaram preservados na igreja de Barquinha até 11 de Abril de 1937, data em que foi inaugurado o monumento aos mortos da Grande Guerra daquela vila, onde foram colocados na base.[1] Esta cerimónia foi testemunhada pelo General Sarmento, em representação do Ministro da Guerra, o Governador Civil do Distrito, general comandante da Região Militar, vários membros da comissão central da Liga dos Combatentes, vários antigos militares do concelho e dos limítrofes, e vários representantes das autoridades civis e religiosas.[1]

Em 3 de Abril de 1932, foi inaugurado um monumento a António Gonçalves Curado na Figueira da Foz, onde estava baseado o Regimento de Infantaria 28 antes de partir para a França.[3] O processo para a instalação deste monumento iniciou-se em 1928, por iniciativa da colónia francesa em Portugal.[3]

Referências

  1. a b c d e f g h MAGALHÂES, Luís de (1 de Novembro de 1938). «Um Um caso que se esclarece: A propósito da morte do primeiro soldado português em França». Diário de Lisboa. Lisboa: Renascença Gráfica. p. 2. Consultado em 1 de Novembro de 2020 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares 
  2. a b c d e MESTRE, M. Paula (20 de Outubro de 1938). «Um depoimento sensacional: A morte do primeiro soldado português em França». Diário de Lisboa. Lisboa: Renascença Gráfica. p. 11. Consultado em 1 de Novembro de 2020 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares 
  3. a b «Monumento ao Soldado António Curado». Direcção Regional de Cultura do Centro. Consultado em 1 de Novembro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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