Antônia Melo

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Antônia Melo
Antônia Melo
Antônia Melo
Nascimento 1949 (75 anos)
Piripiri
Cidadania Brasil
Ocupação ambientalista, ativista dos direitos humanos
Prêmios
  • Award for Environmental and Human Rights Activism

Antônia Melo da Silva (1949) é uma ativista brasileira que luta pelas causas dos direitos humanos e conservação do ambiente. Natural do Piauí e vive no Estado do Pará desde a década de 1950[1], quando sua mãe Eliza Sabina de Melo e seu pai Gentil Lourenço de Melo se mudaram para Altamira, no ano de 1953[2]. É um nome de referência na atuação na Amazônia, especialmente na região do Xingu, com um trabalho de mais de 35 anos na região[3].

É conhecida ativista de direitos humanos por sua atuação na cidade de Altamira, no Estado do Pará, local conhecido também por conflitos de terra e disputas agrárias e ambientais[4]. É a mesma região onde Dorothy Stang foi assassinada em 2015.

Melo é liderança e fundadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre[5] [6], coletivo de organizações e movimentos sociais em Altamira.[7]; Antônia Melo se tornou um simbolo da luta contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu[3] [8], o que lhe rendeu o Prêmio Ativismo Ambiental e de Direitos Humanos[9] da Fundação Alexander Soros (ASF Award 2017).

A atuação de Antônia Melo na região, além da construção de Hidrelétrica de Belo Monte, enfrentou dois episódios muito marcantes na região: o assassinato Ademir Federicci, o Dema, e o caso do "meninos emasculados" de Altamira[10].

Origem e Trajetória[editar | editar código-fonte]

Na década de 1950, seus pais se deslocaram do Ceará para o Piauí, estado onde nasceu em 1949. A migração para o Estado do Pará ocorreu motivada pela fama de que existia muita terra na região.

  • Em 1970, casou e foi morar na mesma casa onde residiu até 2015, em Altamira.[10] Antônia Melo é mãe de cinco filhos[12].
  • Em 1983, concluiu o curso de Magistério[11].
  • Cria o "Comitê em Defesa das Crianças e Adolescentes de Altamira" e, mais tarde, o "Movimento das Mulheres do Campo e da Cidade"[11].
  • Em 1994, eleita primeira Conselheira Tutela em Altamira[11].
  • Em 2004, Antônia Melo recebeu ameaça de morte por conta de seu trabalho na construção da reserva extrativista Terra do Meio[13]
  • em 2015, casa de Antônia Melo foi atingida pela construção de Belo Monte[14][15]

Prêmios e Reconhecimento[editar | editar código-fonte]

  • Prêmio Fundação Alexander Soros/ ASF Award 2017 - Ativismo Ambiental e Direitos Humanos (2017). O Prêmio Fundação Alexander Soros para o Ativismo Ambiental e de Direitos Humanos, que reconhece anualmente ativistas que trabalham no âmbito do ambientalismo e dos direitos humanos, é escolhido por um comitê de nomeação composto pelo co-fundador da Global Witness, Patrick Alley; a Presidente da organização Human Rights Firts, Elisa Massimino; o estudioso dos direitos humanos [Neier|Aryeh Neier]; o Diretor-Executivo da Human Rights Watch Kenneth Roth e o advogado William Zabel. Antônia é a sexta pessoa a receber a premiação[1].
  • Prêmio João Cauto (2013), O Prêmio João Canuto nasceu em 2004, é o reconhecimento do trabalho desenvolvido por pessoas ou instituições em prol dos Direitos Humanos.

Referências

  1. a b "Ortiz", "Fabíola" (10 de outubro de 2017). «Simbolo contra Belo Monte recebe prêmio por defesa do meio ambiente». "O Eco". Consultado em 20 de maio de 2018 
  2. "Kräutler", "Erwin" (18 de novembro de 2011). «Comadre Melo». "Instituto Humanitas". Consultado em 20 de maio de 2018 
  3. a b "Brum", "Eliane" (26 de setembro de 2011). «Devemos ter medo de Dilma Dinamite?». Revista Época. "Revista Época". Consultado em 20 de maio de 2018 
  4. "Irigaray", "Maira" (13 de fevereiro de 2014). «Voice of the Xingu: Antonia Melo, Amazon Warrior». "Amazon Watch". Consultado em 20 de maio de 2018 
  5. "Do Amaral Viera", "Flávia" (2017). «Movimento Xingu Vivo para Sempre: luta e resistência contra Belo Monte». Brasília. "Revista Insurgência". 3 (2). ISSN 2447-6684. Consultado em 20 de maio de 2018 
  6. MORGADO, Cauê Vieira. Movimento Xingu Vivo Para Sempre: ações, reivindicações e estratégias. 2014. 136 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Belém, 2014. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido.
  7. Movimento Xingu Vivo para sempre. Disponível em:http://www.xinguvivo.org.br/quem-somos/
  8. CORRÊA, S. As lutas e resistências do Movimento Xingu Vivo para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa. Tese de Doutorado. Campina Grande: PPGCS, 2014.
  9. «Brasileira que luta há 35 anos contra Belo Monte é premiada em NY». "Revista Isto é". "Isto é". 10 de outubro de 2017. Consultado em 20 de maio de 2018 
  10. a b c "Nascimento", "Sabrina"; "Antônia Melo". «Entrevista da vez: Antonia Melo, Liderança do Movimento Xingu Vivo para Sempre. Revista DR, 2 ed, 2015.». "Revista DR". "Revista DR". Consultado em 20 de maio de 2018 
  11. a b c d «Prêmio Canuto 2013». "Movimento Humanos Direitos". 9 de dezembro de 2013. Consultado em 20 de maio de 2018 
  12. "Jacob", "Claudia" (8 de junho de 2017). «Antônia Melo, a guerreira do Xingu». "O Colabora". Consultado em 20 de maio de 2018 
  13. «Belo Monte: a luta pela vida e pela cultura. Entrevista especial com Antonia Melo». "Instituto Humanitas". 29 de setembro de 2010. Consultado em 20 de maio de 2018 
  14. "Ferreira", "Bruno" (15 de setembro de 2015). «Ativista é a última de sua rua a resistir à construção da usina de Belo Monte». "Agência Jovem de Notícias". Consultado em 20 de maio de 2018 
  15. "Brum", "Eliane" (14 de setembro de 2015). «O dia em que a casa foi expulsa de casa». "El País". Consultado em 20 de maio de 2018