Aphanomyces astaci

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Classificação científica
Reino: Chromalveolata
Classe: Oomycetes
Ordem: Saprolegniales
Família: Leptolegniaceae
Género: Aphanomyces
Espécie: A. astaci
Nome binomial
Aphanomyces astaci
Schikora, 1906

Aphanomyces astaci é uma espécie de oomycota patogénica que provoca infeção letal nos lagostins europeus. Está em oitavo lugar na lista 100 das espécies exóticas invasoras mais daninhas do mundo formulada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).[1] Na América do Norte, o local de origem destes eucariotas, raramente causa a morte nos lagostins.[2] É endémico da América do Norte onde se aloja nas espécies de caranguejo lagostim-sinal (Pacifastacus leniusculus), lagostim-vermelho (Procambarus clarkii) e Orconectes limosus. Propaga-se através dos seus esporos e tem como hospedeiros lagostim-vermelho e lagostim-sinal, que são resistentes a este fungo.[3] A introdução desta espécie em águas continentais da Europa levou à quase extinção de Austropotamobius pallipes e Astacus astacus, ambos nativos da Europa.[4] As taxas de mortalidade em caranguejos europeus afetados pela praga chegam a 100% e levou à sua extinção em grandes regiões do continente.[5][6] Embora a doença esteja presente na Europa há cerca de 150 anos, não foram ainda observados lagostins resistentes a esta espécie invasora, que figura na lista das 100 espécies invasores mais débeis da Europa.[7]

Uma vez que os lagostins americanos são portadores da A. astaci, uma medida para travar a propagação da doença consiste em não introduzir esta espécie nos rios europeus. Alguns locais, como Aragão, esforçam-se por evitar ou proibir a venda de lagostins americanos vivos. Como algumas espécies, inclusive os lagostins americanos, resistem durante algum tempo fora de água, também é recomendado matá-los no momento em que se os pesca para evitar que escapem para outras massas de água onde a doença ainda não chegou.[8]

Referências

  1. Lowe, S.; Browne, M.; Boudjelas, S.; Poorter, M. (2004) [2000]. «100 of the World's Worst Invasive Alien Species: A selection from the Global Invasive Species Database» (PDF). Auclanda: O Grupo de Especialistas em Espécies Invasoras (ISSG), um grupo de especialistas da Comissão de Sobrevivência de Espécies (SSC) da União Mundial de Conservação (IUCN). Cópia arquivada (PDF) em 16 de março de 2017 
  2. Delivering Alien Invasive Species Inventories for Europe. «Aphanomyces astaci» (PDF) (em inglês) 
  3. «Afanomicosis». Grande Enciclopédia Navarra. Consultado em 5 de outubro de 2022. Cópia arquivada em 27 de julho de 2014 
  4. Asensio, R. (2003). «el Cangrejo Señal» (PDF). Consultado em 5 de outubro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 24 de julho de 2021 
  5. Royo, F.; Gironés, O.; Diéguez Uribeondo, J.; de Blas, I.; Muzquiz, J. L. (2001). «Influencia de la edad en la susceptibilidad a la afanomicosis del cangrejo señal, Pacifastacus leniusculus». AquaTIC. 13 
  6. Monzó, J.; Sancho, V.; Galindo, J. (2001). «Estado y distribución actual del cangrejo de río autóctono (Austropotamobius pallipes) en la Comunidad Valenciana». AquaTIC. 12 
  7. Daisie, ed. (2012). «100 of The Worst» 
  8. Manual de buenas prácticas para la conservación del cangrejo de río común (PDF) (em espanhol). Saragoça: Governo de Aragão, Departamento de Meio Ambiente. 2010. Dipòsit legal Z-1415/10. Consultado em 5 de outubro de 2022. Arquivado do original (PDF) em 8 de outubro de 2010