Associação Brasileira de Saúde Coletiva
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) é uma organização de apoio ao ensino, pesquisa, cooperação e prestação de serviços no campo da Saúde Pública/Saúde Coletiva. Seu corpo social é formado por técnicos, profissionais, estudantes e professores da área, além de instituições de ensino, pesquisa e serviço. Foi fundada por um conjunto de sanitaristas no ano de 1979 com o nome de "Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva" e tinha como objetivo se organizar para exercer influência sobre o período político de transição da ditadura militar brasileira. Simultaneamente, diferentes segmentos da sociedade se organizavam em movimentos sociais, com ênfase para os de orientação católica, como a Teologia da Libertação e as comunidades eclesiais de base, a Ação Católica, a Pastoral da Saúde e, finalmente, o Movimento Popular de Saúde (MOPS). Cerca de três anos antes, em São Paulo, havia surgido outra entidade com orientação similar, o Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes), que integrava nomes como Sérgio Arouca e David Capistrano Filho. Todos estes coletivos participaram da reforma sanitária no Brasil.[1]
Logo em seguida, ainda no final da década de 1970, a Abrasco começou a fomentar a criação de cursos acadêmicos de pós-graduação em Saúde Coletiva, cujos pioneiros foram os da Universidade de São Paulo (campi São Paulo e Ribeirão Preto), do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(IMS/Uerj), da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Destaque-se a importância do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB) na constituição da Abrasco.[1]
Com o movimento sanitário brasileiro mais consolidado, a Abrasco e outras entidades, exerceram um papel fundamental na 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, a qual teve como resultado a formação de um Sistema Único de Saúde dissociado da Previdência Social, com princípios e diretrizes determinados. Além disso, adota um conceito de saúde abrangente e atribui ao Estado o dever de garantir acesso universal à saúde e condições de vida dignas à população.[2]
Compromissada com a divulgação científica, a Abrasco publica dois periódicos há mais de 20 anos: Ciência & Saúde Coletiva e Revista Brasileira de Epidemiologia. Além disso, promove anualmente uma convenção nacional, o "Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva", apelidado de "Abrascão", e congressos para áreas específicas como epidemiologia e ciências sociais em saúde.[1]
Desde 2018, a presidente da Abrasco é a professora titular do IMS/Uerj Gulnar Azevedo e Silva.[3]
Referências
- ↑ a b c Lima, N. T.; et al (orgs.) (2015). Saúde coletiva: a Abrasco em 35 anos de história [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ. 322 páginas. ISBN 978-85-7541-590-0
- ↑ «8ª Conferência Nacional de Saúde: quando o SUS ganhou forma». Conselho Nacional de Saúde. 22 de maio de 2019. Consultado em 14 de janeiro de 2021
- ↑ Dias, B. C. (1 de agosto de 2018). «Cerimônia de encerramento referenda nova diretoria da Abrasco e celebra a fraternidade da Saúde Coletiva». Abrasco. Consultado em 14 de janeiro de 2021