Batalha de Caracoja

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conquista de Caracoja
Campanha Tangue contra os estados oasianos

Mapa das campanhas contra os estados oasianos da bacia do Tarim, incluindo a derrota de Caracoja
Data 640
Local Bacia do Tarim
Desfecho Decisiva vitória Tangue
Beligerantes
Império Tangue Caracoja
Grão-Canato Túrquico Occidental
Comandantes
Hou Junji Qu Wentai Executado
Qu Zhisheng

A Campanha Tangue contra Caracoja, chamadas Gaochã (Gaochang) nas fontes chinesas, foi uma campanha militar conduzida pelo Taizong do Império Tangue em 640 contra o reino de Caracoja, localizado na bacia do Tarim e sediado na cidade de Turfã no Sinquião. Os turcos occidentais ajudaram os seus aliados Caracoja com soldados, mas o exército bateu em retirada quando as tropas Tangues chegaram. Caracoja rendeu-se e o reino foi anexado para tornar-se numa prefeitura Tangue.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Esporadicamente controlada por dinastias chinesas anteriores, Caracoja era o lar duma grande população chinesa.[1] O reino estava fortemente influenciado pela cultura chinesa e eram um dos estados da bacia do Tarim mais próximos à China Tangue. Caracoja tinha sido governada desde 498 pela família real Qu, que regeu o estado como um dos reinos mais sinificados da região.[2] Durante o reinado dos Qu, o chinês clássico era a língua escrita oficial de Caracoja, os estudantes estudavam os clássicos chineses e a burocracia estatal estava baseada na estrutura da China imperial.[1]

Campanha[editar | editar código-fonte]

O Grande-cã Tu-lu que tinha subido ao poder em 638, ofereceu a Caracoja a protecção do Grão-Canato Túrquico Ocidental. Com o apoio dos túrquicos occidentais, Caracoja parou a Rota da Seda que ligava a China Tangue com a Ásia Central. Como resposta, o Imperador Taizong enviou uma campanha militar liderada pelo general Hou Junji. O exército alcançou Caracoja em 640 e derrotou o reino. Os turcos ocidentais ajudaram os seus aliados Caracoja com soldados, mas o exército bateu em retirada quando as tropas Tangues chegaram.[3] O filho de Qu Wentai, o rei de Caracoja, rendeu-se e o antigo reino foi anexado.[1]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Ruínas de Caracoja

Após a anexação de Caracoja, esta ficou sob administração directa Tangue e foi organizada como prefeitura. Caracoja considerou-se como parte do Protectorado de Anxi, ou do Protectorado General para Pacificar o Oeste, estabelecidos para governas as regiões occidentais do Sinquião.[1] Logo após a conquista, foi feito um censo populacional, que era obrigatório para as prefeituras chinesas.[4] Em 640, o ano da anexação de Caracoja, foram censadas oito mil casas e trinta sete mil setecentos habitantes a morar em Turfã.[5]

A queda de Caracoja preocupou o reino vizinho de Caraxar.[6] Ameaçado pelas tropas chinesas estacionadas na região, Caraxar decidiu aliar-se com os turcos occidentais.[7] Os Tangues responderam invadindo e anexando Caraxar em 644.[6]

Referências

  1. a b c d Hansen 2012, p. 91.
  2. Wechsler 1979, p. 224-225.
  3. Wechsler 1979, p. 225.
  4. Hansen 2012, pp. 91-92.
  5. Hansen 2012, p. 92.
  6. a b Grousset 1970, p. 99.
  7. Wechsler 1979, p. 226.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Grousset, René (1970). The Empire of the Steppes: A History of Central Asia. [S.l.]: Rutgers University Press. ISBN 978-0-8135-1304-1 
  • Hansen, Valerie (2012). The Silk Road: A New History. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-515931-8 
  • Wechsler, Howard J. (1979). «T'ai-tsung (reign 626–49) the consolidator». In: Twitchett, Dennis. The Cambridge History of China, Volume 3: Sui and T'ang China, 589–906, Part I. Cambridge: Cambridge University Press. pp. 188–241. ISBN 978-0-521-21446-9