Batalha de Constantinopla (378)

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 Nota: Para outros significados, veja Batalha de Constantinopla.
Cerco de Constantinopla
Guerra Gótica (376–382)
Data 378
Local Constantinopla (moderna Istambul, na Turquia)
Coordenadas 41° N 28° 57' E
Desfecho Vitória romana
Beligerantes
  Tervíngios
  Alanos
  Hunos
Império Romano Império Romano
Império Romano Árabes
Comandantes
  Fritigerno Império Romano Albia Dominica
Forças
Desconhecidas Desconhecidas
Baixas
Desconhecidas Desconhecidas
Constantinopla está localizado em: Turquia
Constantinopla
Localização de Constantinopla no que é hoje a Turquia

A Batalha de Constantinopla foi um ataque gótico contra Constantinopla em 378 após a vitória deles em Adrianópolis. A viúva do imperador Valente (r. 364–378), a imperatriz Albia Dominica, organizou a defesa e também reforçou a cidade com guerreiros árabes. Os defensores foram capazes de afugentar os atacantes, conseguindo salvar a capital.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Desde 376, os tervíngios de Fritigerno estavam em guerra contra o Império Romano. Eles saquearam muitas vilas romanas e fizeram muitos escravos, como descrito por Amiano Marcelino.[1] No mesmo ano, Colias e Suérido, dois comandantes góticos servindo na guarnição de Adrianópolis, sitiaram a cidade em nome dos tervíngios após serem hostilizados pela população, mas a ação foi mal-sucedida.[2] Em 378, novos conflitos ocorreram e o imperador Valente (r. 364–378) decidiu marchar contra seus inimigos. Uma desastrosa batalha ocorreu em Adrianópolis na qual o imperador e vários oficiais perderam suas vidas, tal como foram dizimados dois terços do exército imperial.[3][4] Os godos, envigorados por sua incrível vitória, sitiaram Adrianópolis, mas a cidade resistiu. Ao perceberem que não conseguiriam tomá-la, abandonam o empreendimento e partem.[5] Se juntaram com alguns hunos e alanos que estavam na região e foram para Perinto e então Constantinopla.[6][7]

Batalha e rescaldo[editar | editar código-fonte]

Como não havia imperador para liderar as forças romanas, a imperatriz Albia Dominica se viu obrigada a organizar um contra-ataque e ela pagou com recursos do tesouro imperial todo voluntário que dispusesse a pegar em armas contra os invasores.[8] Segundo Amiano, o exército bárbaro, que estava com pressa para conseguir os tesouros da cidade, marchou em formações quadradas para evitar emboscadas e pretendia fazer muito esforço para destruir a famosa Constantinopla. Porém, quando se aproximaram das portas da capital, um grupo de sarracenos tanuquitas, enviados por sua rainha Mavia para prestar auxílio aos romanos,[9] cavalgaram para fora da cidade e atacaram os invasores. As tropas mantiveram o equilíbrio, mas logo a balança penderia para os orientais: um sarraceno, num ato nunca antes visto como testemunha Amiano, atacou um bando de godos e ao matar um homem colocou seus lábios em sua garganta e sugou o sangue do desfalecido. Isso causou pânico nas hordas bárbaras, que começaram a lutar com hesitação.[10]

A medida que a batalha avançava, a coragem dos atacantes desfalecia ainda mais. Os bárbaros então decidiram destruir as armas de cerco que estavam montando para o assalto e após sofrer perdas maiores daquelas que infligiram, partiram e espalharam-se em direção as províncias ao norte, onde atravessaram a pé os chamados Alpes Venéticos.[11] Pouco depois de sua partida, o oficial Júlio, temeroso pela grande presença gótica no Oriente, conduziu um massacre da população de origem gótica, tanto civis como indivíduos servindo nas unidades do exército, o que logo provocaria uma onde revoltas que seriam sufocadas.[12][13]

Referências

  1. Amiano Marcelino 397, XXXI.6.7–8..
  2. Amiano Marcelino 397, XXXI.6..
  3. Heather 2005, p. 180.
  4. Kulikowski 2006, p. 143.
  5. Amiano Marcelino 397, XXXI.15..
  6. Amiano Marcelino 397, XXXI.16..
  7. Kulikowski 2006, p. 146.
  8. Banchich 1997.
  9. Ball 2001, p. 97-102.
  10. Amiano Marcelino 397, p. XXXI.16.3-6.
  11. Amiano Marcelino 397, p. XXXI.16.7.
  12. Kulikowski 2006, p. 146–147.
  13. Amiano Marcelino 397, p. XXXI.16.8.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ball, Warwick (2001). Rome in the East: The Transformation of an Empire. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-11376-8 
  • Kulikowski, Michael (2006). Rome's Gothic Wars: From the Third Century to Alaric. Cambridge: Cambridge University Press