Batalha de Nauloco
Batalha de Nauloco | |||
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Revolta siciliana | |||
Data | 3 de setembro de 36 a.C. | ||
Local | Nauloco, Sicília | ||
Coordenadas | |||
Desfecho | Vitória de Otaviano | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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Localização aproximada de Nauloco no que é hoje a Sicília | |||
A batalha naval de Nauloco foi travada em 3 de setembro de 36 a.C. entre as frotas de Sexto Pompeu e Marco Vipsânio Agripa, fora da cidade de Nauloco, na Sicília. A vitória das forças de Agripa, o almirante do triúnviro Otaviano, marcou o fim da resistência pompeana ao Segundo Triunvirato.
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Após o fortalecimento do vínculo entre Otaviano e Marco Antônio com o Pacto de Brundísio de 40 a.C.,[1] os triúnviros tiveram que lidar com Sexto Pompeu, filho de Pompeu Magno. Sexto havia ocupado a província da Sicília, que fornecia muito do suprimentos de grãos de Roma. Quando Sexto conseguiu provocar a fome na capital, em 39 a.C., Otaviano e Antônio buscaram aliança-se com ele, nomeando-o governo da Sicília, Sardenha e Peloponeso por cinco anos (Tratado de Miseno).[2][3][4][5] A aliança foi de curta duração, e Sexto novamente cortou o suprimento de grãos de Roma. Otaviano tentou invadir a Sicília em 38 a.C., mas seus navios foram forçados a voltar devido ao mau tempo.
Agripa cortou um canal que ligou os lagos Averno e Lucrino ao mar para transformá-lo num porto, que chamou-se Porto Júlio. O novo porto foi usado para treinar navios para batalhas navais.[6] Uma nova frota foi construída, com 20 000 remadores recolhidos de escravos libertos.[7] Além disso, Antônio enviou para Otaviano 120 navios sob o comando de Tito Estacílio Tauro.[8][9]
Em julho de 36 a.C., as duas frotas partiram da Itália, e outra frota, fornecida pelo triúnviro Lépido, partiu da África Proconsular, para atacar a Sicília.[10] Em 13 de agosto, Agripa travou uma batalha naval próximo de Milas (moderna Milazzo) contra Sexto, com resultado inconclusivo.[11] Dois dias depois, Otaviano foi pesadamente derrotado em uma batalha próxima de Tauromênio (atual Taormina).[12]
Batalha e rescaldo
[editar | editar código-fonte]Em frente ao promontório de Nauloco, Agripa encontrou a frota inimiga. As frotas eram alegadamente compostas de 300 navios, embora é provável que Sexto tivesse contingente menor devido a combates anteriores.[13] Todos os navios possuíam artilharia, mas Agripa comandou unidades mais pesadas, armadas com o harpax, uma versão mais nova do corvo. Em posse de sua invenção, Agripa conseguiu bloquear os navios mais vulneráveis de Sexto, conseguindo, após uma longa e sangrenta batalha, derrotá-lo. Sexto perdeu 28 navios, 17 foram escaparam e os demais capturados ou queimados. Suas legiões, que aguardavam o resultado na costa próxima, desmoralizaram e foram cortadas em pedaços pelas tropas de Otaviano.[14]
Após sete anos, a Sicília finalmente voltou ao controle da República Romana. Com essa derrota, Sexto partiu para Messina donde fugiu para o Oriente.[14] Lá, após alguns sucessos militares iniciais, acabou capturado pelos generais de Marco Antônio e foi executado, sob ordens do último em Mileto, em 35 a.C..[15][16][17][18][19][20]
Referências
- ↑ Eck 2003, p. 21.
- ↑ Bunson 2009, p. 441.
- ↑ Eder 2005, p. 19.
- ↑ Eck 2003, p. 22.
- ↑ Southern 1998, p. 134.
- ↑ Zoch 2000, p. 222.
- ↑ Southern 1998, p. 141.
- ↑ Apiano século II, p. V.97-118.
- ↑ Dião Cássio século III, p. XLIX.14.
- ↑ Eck 2003, p. 25–26.
- ↑ Jacques 2007, p. 700.
- ↑ Jacques 2007, p. 1001.
- ↑ Sandys 1910, p. 496.
- ↑ a b Bunson 2009, p. 382.
- ↑ Apiano século II, 5.140-144.
- ↑ Dião Cássio século III, 49.18.4-5.
- ↑ Marco Veleio Patérculo século I, 2.79.5.
- ↑ Estrabão 23, 3.2.
- ↑ Tito Lívio 27-25 a.C., 131.
- ↑ Eutrópio século IV, 7.6.1.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Apiano (século II). As Guerras Civis 🔗. Roma
- Bunson, Matthew (2009). Encyclopedia of the Roman Empire. Nova Iorque: Facts on File Inc. ISBN 978-0-8160-3182-5
- Dião Cássio (século III). História romana 🔗. Roma
- Eck, Werner (2003). Deborah Lucas Schneider (tradutora); Sarolta A. Takács (mais conteúdo), ed. The Age of Augustus. Oxford: Blackwell Publishing. ISBN 978-0-631-22957-5
- Eder, Walter (2005). «Augustus and the Power of Tradition». In: Karl Galinsky. Cambridge Companion to the Age of Augustus (Cambridge Companions to the Ancient World). Cambridge, MA; Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-80796-8
- Eutrópio (século IV). Breviário. Constantinopla
- Jacques, Tony (2007). Dictionary of Battles And Sieges: A Guide to 8,500 Battles from Antiquity Through the Twenty-first Century. Santa Barbara, Califórnia: Greenwood Publishing Group. ISBN 0-313-33536-2
- Marco Veleio Patérculo (século I). Compêndio da História Romana. Roma
- Sandys, Sir John Edwin (1910). A Companion to Latin Studies. Cambridge: Cambridge University Press
- Southern, Pat (1998). Augustus. Londres: Routledge. ISBN 978-0-415-16631-7
- Tito Lívio (27–25 a.C.). Ab Urbe condita libri. Roma
- Zoch, Paul A. (2000). Ancient Rome: An Introductory History. Oclaoma: University of Oklahoma Press. ISBN 0806132876