Batalha do Cabo de Cherchell

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Batalha do Cabo de Cherchell
Parte da Guerra Civil Espanhola

Cruzador republicano Libertad
Data 7 de Setembro de 1937
Local Mar Mediterrâneo, perto de Cherchell, Argélia.
Desfecho
  • Vitoria tática Republicana
  • Vitória estratégica Nacionalista
Beligerantes
Segunda República Espanhola República Espanhola Espanha Franquista Espanha Nacionalista
Comandantes
Segunda República Espanhola Miguel Buiza Fernández-Palacios Espanha Franquista Manuel Vierna Belando
Forças
2 cruzadores rápidos
7 contratorpedeiros
1 cruzador pesado
Baixas
1 navio cargueiro encalhado
1 navio cargueiro internado
1 cruzador pesado danificado

A Batalha do Cabo de Cherchell foi uma batalha naval da Guerra Civil Espanhola, que opôs o cruzador pesado Baleares das forças Nacionalistas contra os cruzadores leves Libertad, Méndez Núñez e a sua escolta de Contratorpedeiros da Marinha Republicana Espanhola , na manhã de 7 de Setembro de 1937.

Antecedentes: O comboio soviético[editar | editar código-fonte]

Como parte da guerra naval, era necessário assegurar o trânsito seguro de suprimentos pelo mar. Assim em 6 de Setembro, o almirante Buiza, Comandante da Frota Republicana, ordenou a uma frota consistindo por dois Cruzadores ligeiros, o Libertad e o Méndez Núñez e sete Contratorpedeiros que deixassem o porto de Cartagena e se dirigissem à costa Argelina para proteger três navios mercantes da União Soviética que traziam suprimentos militares.[1]

A luta entre as duas frotas[editar | editar código-fonte]

Enquanto o comboio naval Republicano regressava a Cartagena, na manhã de 7 de Setembro, os barcos foram avistados às 10h15 pelo cruzador Nacionalista Baleares que patrulhava ao longo da costa da Argélia, encontrando-se a 30 milhas náuticas a leste de Argel. Apesar da sua inferioridade tática, devido à sua localização entre a frota da República e a costa, o comandante do Baleares, Manuel de Vierna, mudou sua rota para para alcançar a frota Republicana por trás.

Às 10:30, o comboio Republicano foi dividido em duas partes, os navios mercantes e os contratorpedeiros de escolta rumaram para o sul até o porto de Cherchell, enquanto os dois cruzadores tomaram uma rota paralela ao Baleares para o interceptar. Este iniciou os disparos ás 10:45, mas sem causar danos aos seus oponentes. Os Republicanos foram mais eficientes, dois disparos do Libertad atingiram o cruzador e provocaram um incêndio no depósito de munições sendo o sistema de controle de artilharia afetado por um curto-circuito.[2] A batalha terminou às 11h15.

O Baleares virou para tomar uma rota paralela aos navios republicanos, mas perdeu o contato. O Baleares aproveitou a interrupção para reparar os seus danos e contar os seus mortos (3) e feridos (26). Navegando ao longo da costa da Argélia, por volta das 16:45, os cruzadores Republicanos foram bombardeados por aviões Nacionalistas provenientes da ilha de Maiorca, sendo o contratorpedeiro Escaño ligeiramente atingido. Os navios encontraram-se novamente com o cruzador Nacionalista, e o Libertad voltou a atingir novamente áreas críticas do Baleares, após o qual este se retirou em busca do seu irmão gémeo, o Canarias.[1]

Resultados[editar | editar código-fonte]

Durante esta batalha o Baleares não causou danos aos seus oponentes ao contrário do que fizeram os navios Republicanos, especialmente o Libertad, que causou danos graves, provocando uma redução das capacidades de combate do Baleares. O cruzador Nacionalista no entanto conseguiu a sua missão de interceptar o comboio mercante Republicano. Estes, de fato, foram forçados a desviar para a baia de Cherchell, tendo que ancorar no porto, onde foram apreendidos pelas autoridades Francesas.[3] Devido ao fraco desempenho da frota Republicana, o Almirante Buiza foi removido de sua posição como comandante da frota,[4] enquanto o capitão do Baleares, Manuel de Vierna, pelo seu desempenho foi promovido para o posto de Almirante da marinha Nacionalista, vindo a falecer poucos meses depois, em Março de 1938, durante a Batalha naval do Cabo de Palos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Octavio Ruiz Manjón-Cabeza, La Segunda República y la guerra, Ediciones RIALP, Madrid, 1990, pag. 537.
  2. Site sobre o Cruzeiro Baleares.Lire en ligne Cópia arquivada no Wayback Machine
  3. Bruno Alonso, (2006). La flota republicana y la guerra civil de España, Ed. Renacimiento, pp. 81-82
  4. Hugh Thomas (1976). La Guerra Civil Española, Ed. Grijalbo, pág. 839

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Hugh Thomas (2001). La Guerra Civil Española. [S.l.]: Modern Library. ISBN 0-375-75515-2 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]