Black is beautiful

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"Negro é Lindo", cartaz alemão de 1974

Black is beautiful (em português, Negro é lindo) é um movimento cultural iniciado nos Estados Unidos da América na década de 1960 por afro-americanos. Mais tarde, espalhou-se fora dos Estados Unidos, predominantemente nos escritos do Movimento de Consciência Negra de Steve Biko, na África do Sul.

Seu objetivo é eliminar a ideia presente em muitas culturas de que as características naturais aos negros - como a cor da pele, os traços faciais e o cabelo - são inerentemente feios.[1] John Rock (abolicionista) foi inicialmente considerado o primeiro a utilizar a expressão "negro é lindo"— durante um discurso em 1858 — mas registros históricos indicam que, na verdade, ele nunca usou essa frase específica nesse dia.[2] O movimento também encorajou homens e mulheres a pararem de tentar eliminar traços identificados como africanos por meio do alisamento de seus cabelos e de esforços para clarear ou embranquecer a pele.[3]

Este movimento começou como uma luta para contrariar a ideia prevalente na cultura americana de que as características típicas de pessoas negras eram menos atraentes ou desejáveis do que as das pessoas brancas. Pesquisas apontam que a ideia de "negritude" como algo "feio" é altamente prejudicial para o estado psíquico dos afro-americanos, manifestando-se como um racismo internalizado[4] Essa ideia adentrou-se nas próprias comunidades negras[5] e levou a práticas como as chamadas "festas de sacola de papel" (do inglês paper bag parties), eventos sociais os quais discriminavam afro-americanos de pele escura e admitiam apenas indivíduos de pele mais clara.

História[editar | editar código-fonte]

Enquanto o movimento Negro é Lindo começava na década de 1960, a luta pela igualdade de direitos e por uma percepção positiva do corpo do afro-americano começou muito antes na história da América. A razão pela qual esse momento tomou forma foi porque a mídia e a sociedade como um todo tinham uma percepção negativa da imagem do indivíduo afro-americano como adequado apenas para o status de escravo.[6] O movimento "Negro é Lindo" foi baseado em torno de uma luta por uma percepção igualitária do corpo negro, para ajudar a desfazer todas as ideias negativas provocadas por uma história baseada na supremacia branca.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Some notes on the BLACK CULTURAL MOVEMENT Arquivado em dezembro 20, 2007, no Wayback Machine
  2. The Journal of Negro History, Association for the Study of Negro Life and History,Vol.54,No. 4 (Oct., 1969)pp. 405-406
  3. Jamaica Says Black Is Beautiful
  4. Key Issues in Postcolonial Feminism: A Western Perspective by Chris Weedon, Cardiff University
  5. "Black is Beautiful" and the Color Preferences of Afro-American Youth - Claud Anderson, Rue L. Cromwell, The Journal of Negro Education, Vol. 46, No. 1 (Winter, 1977), pp. 76-88 doi:10.2307/2966874
  6. Cassandra Jackson, Violence, Visual Culture, and the Black Male Body (2011)
  7. Stephanie M. H. Camp, "Black Is Beautiful: An American History." Journal of Southern History 81#3 (2015): 675+. online

Leitura complementar[editar | editar código-fonte]

  • Blasius, Marc e Shane Phelan, eds. Estamos Por Todo Lado: Um Livro Sobre a História da Política Gay e Lésbica. (Routledge, 1997). ISBN 0415908590.
  • Acampamento, Stephanie M. H. "Negro É Lindo: Uma História Americana." Jornal da História do Sul 81#3 (2015): 675+. online