Boris Tabacof

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Boris Tabacof (Salvador, 28 de julho de 1929 - 15 de junho de 2021)[1][2] foi um empresário e engenheiro brasileiro que foi preso durante o governo de Getúlio Vargas devido o seu envolvimento com o comunismo no Brasil.

Militância e prisão[editar | editar código-fonte]

Nascido na Bahia, filho de judeus imigrantes russos, Tabacof estava cursando o primeiro ano de engenharia na Escola Politécnica da Bahia quando iniciou sua militância ainda jovem, aos 17 anos, no Partido Comunista do Brasil (PCB), em seu próprio estado, tornando-se dirigente do Comitê Estadual do partido.[3] Ele apoiava um grupo de militares comunistas e nacionalistas que atuavam dentro das Forças Armadas. Devido ao seu envolvimento, foi preso em 20 de outubro de 1952 enquanto estava num ônibus, junto de outro civil e mais 28 militares, todos presos, e foi confinado no Forte do Barbalho, em Salvador, permanecendo preso por 400 dias, até o final de 1953, quando um habeas corpus permitiu que respondesse pelo processo em liberdade.[3] Durante sua prisão foi torturado e privado de sono sob ameaça de uma baioneta.[4][5] Saiu do PCB em 1956, após as revelações dos crimes cometidos por Josef Stálin.[4]

Tabacof tornou pública a sua prisão e a tortura sofrida somente em novembro de 2013, quando fez seu depoimento para a Comissão Nacional da Verdade (CNV), sendo o primeiro caso registrado pela comissão em período ocorrido fora da Ditadura Militar.[4]

Vida após prisão[editar | editar código-fonte]

Tabacof foi Chefe da Casa Civil e depois secretário da Fazenda da Bahia nos governos de Lomanto Júnior e Luiz Vianna Filho, entre 195 e 1970. Foi professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Salvador. No início dos anos 1970 foi contratado pelo Banco Safra, sendo responsável pela expansão e consolidação do banco no mercado financeiro. Em 1975 passou a trabalhar para empresas do Grupo Suzano.[1] Presidiu o Banco do Estado de São Paulo (Banespa) entre 1988 e 1989,[4] e logo após retornou ao Grupo Suzano, onde preside o Conselho de Administração da empresa.[1]

Referências

  1. a b c «BORIS TABACOF». CPDOC FGV. Consultado em 29 de novembro de 2019 
  2. «Morre, aos 92 anos, Boris Tabacof, que teve uma longa ligação com Grupo Suzano». Valor Econômico. Consultado em 29 de junho de 2021 
  3. a b «Após 60 anos de silêncio, empresário revela prisão e tortura sofrida no governo Vargas». Jusbrasil. Consultado em 29 de novembro de 2019 
  4. a b c d «Empresario relata tortura sob Vargas à Comissão da Verdade». Estado de S. Paulo. Consultado em 29 de novembro de 2019 
  5. «Empresário Boris Tabacof sofria tortura na era Vargas». Correio Braziliense. Consultado em 29 de novembro de 2019