Boubacar Boris Diop

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Boubacar Boris Diop
Boubacar Boris Diop
Boubacar Boris Diop no Salon du Livre de Genebra, em 2011.
Nascimento 26 de outubro de 1946 (77 anos)
Dacar, Senegal
Nacionalidade Senegalês
Ocupação Escritor, Jornalista, Roteirista
Prémios  • Prix Tropiques
 • Grande Prêmio Literário da África Negra

Boubacar Boris Diop (Dacar, 26 de outubro de 1946) é um escritor, jornalista e roteirista senegalês. Em 2000, recebeu o Grande Prêmio Literário da África Negra pelo conjunto de sua obra.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Romancista, ensaísta, dramaturgo e roteirista, Boubacar Boris Diop também foi o diretor do jornal Le Matin do Senegal. Ele desenvolveu uma importante carreira jornalística desde o final dos anos 1970 até o início dos anos 1990. Em 1998, em conjunto com outros dez escritores africanos, participou do projeto de produção escrita sobre o Genocídio dos Tutsi em Ruanda conhecido como "Rwanda: écrire par devoir de mémoire".[2][3] A partir dessa experiência resulta seu romance, Murambi, le livre des ossements, publicado em 2000 e depois em uma versão ampliada em 2011.[4][5]

Em janeiro de 2020, Diop e cerca de cinquenta intelectuais publicaram um comunicado pedindo a abertura de um debate "popular e inclusivo" em torno da reforma do Franco CFA em andamento, lembrando que a questão da moeda é fundamentalmente política e que a resposta não podia ser apenas técnica.[6]

Nos últimos anos, embarcou na revalorização das línguas nacionais africanas, publicando romances em uolofe (Doomi Golo e Bàmmeelu Kocc Barma) e criando uma editora que publica textos escritos em línguas africanas.[7] Nesta mesma linha, criou o jornal online Defuwaxu.com que é o primeiro site de informações gerais dedicado ao idioma uolofe.[8]

Obras[editar | editar código-fonte]

Romances[editar | editar código-fonte]

  • Kaveena, Philippe Rey, 2006.
  • L'Impossible innocence, Philippe Rey, 2004.
  • Doomi Golo, romance em língua uolofe, éditions Papyrys, 2003 (em francês: Les Petits de la guenon, éditions Philippe Rey, 2009).
  • Murambi, Le livre des ossements, Stock, 2000.
  • L'Europe, vues d'Afrique, livro de contos, vários autores, Le Figuier.
  • Le Cavalier et son ombre, Stock Paris, 1997, Price Tropiques 1997.
  • Les Traces de la meute, éditions l'Harmattan Paris 1993.
  • Les Tambours de la mémoire, Nathan Paris, 1987, reedição L'Harmattan, 1990, Grand Price de la République du Sénégal pour les Lettres, 1990.
  • Le Temps de Tamango, seguindo Thiaroye, terre rouge, (teatro) 1ª edição Harmattan Paris 1981, Price Bureau Sénégalais du Droit d'Auteurs 1984. Traduzida para o Italiano. Re-edition Le Serpent à Plumes, 2002.

Ensaios[editar | editar código-fonte]

  • Négrophobie, com Odile Tobner e François-Xavier Verschave, Ed. Les Arènes, 2005.
  • L'Afrique au secours de l'Occident, prefácio do livro por Anne-Cécile Robert, Ed. de l'Atelier
  • Le Temps des aveux, Labor, Belgique 1993, coleção de textos sobre o tema Ecriture et démocratie (escrita e democracia)

Peças[editar | editar código-fonte]

  • Thiaroye terre rouge, L'Harmattan 1981 (com Le Temps de Tamango).
  • Grandakar-Usine, co-escrito com o diretor senegalês Oumar Ndao, tem sido amplamente realizada na África subsaariana e no Magrebe.

Textos políticos[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. ADELF. «Historique du Grand Prix Littéraire d'Afrique Noire» (em francês). Association des Ecrivains de Langue Française. Consultado em 29 de janeiro de 2021 
  2. BA, Mehdi (4 de abril de 2014). «Boubacar Boris Diop : « Au début du génocide au Rwanda, je confondais victimes et bourreaux »» (em francês). Jeune Afrique. Consultado em 29 de janeiro de 2021 
  3. «Authors on tour - Boubacar Boris Diop» (em inglês). Embaixada Francesa nos Estados Unidos. 2015. Consultado em 29 de janeiro de 2021 
  4. MÉTHOT, Alice (24 de maio de 2011). «Boubacar Boris Diop: Par devoir de mémoire» (em francês). Les Libraires. Consultado em 29 de janeiro de 2021 
  5. MONGO-MBOUSSA, Boniface (31 de maio de 2000). «Rwanda : le devoir de mémoire» (em francês). Africultures. Consultado em 29 de janeiro de 2021 
  6. PIGEAUD, Fanny (7 de janeiro de 2020). «Déclaration d'intellectuels africains sur les réformes du franc CFA» (em francês). Mediapart. Consultado em 29 de janeiro de 2021 
  7. SECK, Fatoumata (17 de março de 2019). «Boubacar Boris Diop : « Au Sénégal, le français a perdu de son pouvoir de séduction»» (em francês). Le Monde. Consultado em 29 de janeiro de 2021 
  8. Xalimas (8 de fevereiro de 2019). «« Lu Defu Waxu » : Le nouveau site en langue nationale de Boris Diop» (em francês). Xalimas. Consultado em 29 de janeiro de 2021 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fabrice Hervieu-Wane, « Boubacar Boris Diop. L'intellectuel engagé », em Dakar l'insoumise, Éditions Autrement, Paris, 2008, p. 192-199.
  • Lilyan Kesteloot, « Boubakar Boris Diop », em Anthologie négro-africaine. Histoire et textes de 1918 à nos jours, EDICEF, Vanves, 2001 (nouvelle éd.), p. 506-509.
  • Jean Sob, L'Impératif romanesque de Boubacar Boris Diop, Éditions A3, Paris, 2007.
  • Collectif, « Boubacar Boris Diop », revue Interculturel Francophonies, directeur Andrea Calì, n°|18, nov.-dez. de 2010, Lecce (Itália), Aliança Francesa de Lecce, textos reunidos e apresentados por Liana Nissim.
  • Collectif, « L’œuvre de Boubacar Boris Diop », Études françaises, preparado por Josias Semujanga, vol. 55, n° 3, 2019, 200 p.