Campo do Prado

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 Nota: Se procura o antigo estádio de Fortaleza, veja Campo do Prado (estádio).

Campo do Prado é um bairro urbano de Cachoeiras de Macacu, município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no Brasil.[1]

Possui cerca de 10 mil habitantes, e é o bairro central da cidade, aí se localizando a sede administrativa da Prefeitura, o Hospital Municipal, o Fórum, o Instituto Anacleto de Queirós e o Sindicato dos Ferroviários,[2] além de concentrar o maior número de prédios públicos e comerciais do Município, e de ser a região com o maior número de escolas em toda a cidade.

História[editar | editar código-fonte]

O Levante de 1961[editar | editar código-fonte]

A 8 de Agosto de 1961, o bairro, uma das zonas mais importantes do município, foi palco de um levante popular, após a Empresa Força e Luz do município desligar o ramal que servia Campo do Prado. O corte ocorreu sem aviso, apanhando até de surpresa o Dr. Mário Simão Assaf, cirurgião do hospital que se preparava para operar, causando a indignação da população que saiu às ruas em protesto, reunindo-se em comício na Praça Getúlio Vargas. Ao ser procurado pelos líderes da manifestação, em busca de explicações, o dono da empresa municipal, Nei Sousa e Silva, recusou-se a atender o pedido de religamento, dizendo que não podia "virar-se em luz".

A população em protesto investiu contra os escritórios da companhia, só não os arrasando devido à intervenção do delegado de polícia do município, tendo os distúrbios durado até às duas horas da madrugada do dia 9. Em consequência do incidente, o então prefeito Nilo Tôrres pediu intervenção do Governo Federal, assumindo a incapacidade da empresa municipal em assegurar o abastecimento.[2] Nos dias seguintes a cidade, e em particular o bairro Campo do Prado, onde se localizavam os principais equipamentos sociais, ficaram completamente às escuras.

O dono da empresa fugiu para Niterói, e o delegado pediu reforço municipal por forma a impedir a população de depredar as instalações da empresa.[3] Estas manifestações tiveram o respaldo da Comissão Pró-Melhoramento da Energia Elétrica. O incidente foi um dos mais significativos de uma série de protestos populares em Cachoeiras de Macacu contra a Empresa Força e Luz, ocorridos entre 1961 e 1963.[4]

A 15 de Novembro de 1963 foi aqui lançada a primeira pedra da Estação Rodoviária Municipal, realizada pelo prefeito Ubirajara Muniz na Praça Getúlio Vargas.[5]

Enchente de 1965[editar | editar código-fonte]

Às últimas horas do dia 22 de Dezembro de 1965, vésperas do Natal, chuvas torrenciais atingiram a cidade de Cachoeiras de Macacu[6], causando pelo menos 8 mortos e 9 desaparecidos, destruindo todas as pontes do município e afectando sobretudo o perímetro urbano,[7] no qual se localiza Campo do Prado, onde a enchente demoliu a ponte da atual Avenida Governador Roberto Silveira.

Referências

  1. Bianca Ovídio de Ávila (2013). Internação e óbito por desnutrição em idosos nos Municípios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e Itaboraí/RJ. [S.l.]: Fundação Oswaldo Cruz. p. 60 
  2. a b Diário Carioca, 10 de Agosto de 1961, Ed. 10153, p. 5
  3. Jornal do Brasil, 19 de Agosto de 1961, p. 8
  4. Isabel Jovita Rodrigues da Costa (2015). Ombro a ombro: ferroviários e camponeses na luta por direitos em Cachoeiras de Macacu (1954-1964). [S.l.]: Universidade Federal Fluminense. p. 21 
  5. Diário Carioca, 12 de Novembro de 1963, p. 9
  6. Correio da Manhã, 23 Dezembro de 1965, p. 2
  7. Diário de Notícias , 23 Dezembro de 1965, p. 10