Carlos Trincheiras

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Carlos Trincheiras (Torres Novas, 4 de Junho de 1937 — Curitiba, Brasil, 13 de Maio de 1993), foi um bailarino, coreógrafo, professor e diretor artístico português.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Carlos Henrique Machado Trincheiras[2], começou a interessar-se pelo bailado já adulto, tendo estudado com Margarida de Abreu no Círculo de Iniciação Coreográfica. Completou a sua formação na Rambert School de Londres e em Paris com Boris Kniazeff; estudou depois dança moderna e pedagogia da dança clássica com Vera Volkowa e Hanz Züllig na Folkwang Hochschule de Essen-Werden, Alemanha.[1]

Carlos Trincheiras trabalhou com alguns dos principais coreógrafos e bailarinos nacionais e internacionais, tendo dançado reportório clássico com Léonide Massine, Anton Dolin, Serge Lifar, Nicholas Beriozoff (1906—1996) e Yurek Lazowski, entre outros. Foi assistente de coreógrafos como John Butler, Hans van Manen, Norman Walker, Milko Sparemblek, Maurice Béjart e Lar Lubovitch. Foi primeiro bailarino e membro fundador do Ballet Gulbenkian; integrou a comissão Artística que dirigiu o grupo entre 1975 e 1977 (com Isabel Santa Rosa, Jorge Garcia, Armando Jorge e Ger Thomas). Criou diversos bailados para ópera (A Danação de Fausto, Orfeu, Ifigénia em Taurida), televisão e cinema. Coreografou mais de trinta obras para os reportórios do Ballet Gulbenkian, da Companhia Nacional de Bailado e do Ballet do Teatro Guaira. Como coreógrafo do Ballet Gulbenkian foi autor de bailados como Os Últimos Segundos do Último Sonho de…, 1975, ou Amor de Perdição; para a Companhia Nacional de Bailado pode destacar-se Sagração da Primavera, 1984.[1][3][4][5][6][7]

Carlos Trincheiras foi responsável por um dos períodos mais importantes do Ballet Teatro Guaíra, que dirigiu entre 1979 e 1993 e onde remontou vários clássicos, criando coreografias como Sagração da Primavera, 1982, Archipel 3, Variações de Paganini, O Grande Circo Místico, Lendas do Iguaçu, Da Vida e da Morte de uma Mulher Só e Mandala de Maria Bueno, entre outras.[4]

As suas obras foram apresentadas em diversos países da Europa e África ou no Brasil, tendo vencido diversos prémios pelas suas coreografias em Portugal e Brasil.[6]

Foi casado com a bailarina Isabel Santa Rosa (1931-2001).

A 9 de junho de 1993, foi agraciado, a título póstumo, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.[8]


António Laginha (in Portugal 45-95, Nas artes, nas letras e nas ideias - CNC)

Referências

  1. a b c A.A.V.V. – Portugal 45-95 nas Artes, nas Letras e nas Ideias. Lisboa: Centro Nacional de Cultura, 1998. ISBN 972-96507-4-8
  2. «Carlos Trincheiras». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 6 de abril de 2020 
  3. Revista da Dança. «Graça Barroso (1950-2013) apagou-se uma estrela da dança portuguesa». Consultado em 29 de julho de 2013 
  4. a b Guia Curitiba. «Escola de Dança Teatro Guaíra homenageia Carlos Trincheiras». Consultado em 29 de julho de 2013 
  5. Correio da Manhã (17 de Setembro de 2001). «Recortes de Imprensa – Fundação Calouste Gulbenkian». Consultado em 29 de julho de 2013 
  6. a b Rafaela Braga Trincheiras. «Carlos Trincheiras». www.orkut.com. Consultado em 30 de julho de 2013 
  7. António Laginha. «Os últimos segundos do último sonho de…, Coreografia: Carlos Trincheiras (1937-1993)». Revista da Dança. Consultado em 30 de julho de 2013 
  8. «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Carlos Trincheiras". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 22 de janeiro de 2022 
Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.